Dortmund aprende com as competições europeias
sexta-feira, 17 de maio de 2013
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O Dortmund tem ainda de conseguir traduzir em glória na Champions League o recente êxito nacional, mas as lições aprendidas no passado poderão permitir colher dividendos este ano.
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Depois do Borussia Dortmund ter terminado, na época passada, em último lugar na respectiva fase de grupos da UEFA Champions League, com apenas uma vitória em seis jogos, muitas dúvidas nasceram sobre a possibilidade da equipa atingir a elite europeia.
Os "schwarzgelben" surgiram com vida nova na Bundesliga, onde o estilo agradável e positivo do seu futebol lhes permitiu conquistar o primeiro de dois títulos consecutivos em 2011. E o impacto a nível interno foi tão grande que os observadores na Alemanha criaram expectativas e mostraram-se mesmo confiantes de que o campeão furacão das tácticas iria ter sucesso similar a nível continental.
No entanto, o prestígio e a qualidade alcançada a nível interno falharam ao nível europeu. Duas derrotas frente ao Olympique de Marseille, bem como desaires contra o Olympiacos FC e Arsenal FC, trouxe-lhes um decepcionante e prematuro fim no regresso à UEFA Champions League.
Passado um ano, o mesmo grupo de jogadores tem a possibilidade – e merecida – de terminar uma campanha sensacional na mesma competição se bater os grandes rivais do FC Bayern München numa final entre equipas da Alemanha.
Invicta num grupo no qual tinha adversários temíveis de Espanha, de Inglaterra e da Holanda, a formação de Jürgen Klopp deixou depois para trás o FC Shakhtar Donetsk, superou o Málaga CF e protagonizou uma primeira mão devastadora na meia-final contra o Real Madrid CF, posicionando-se para a final de Wembley. Foi uma metamorfose notável que fez nascer a questão sobre o que fez de tão diferente esta época.
Claramente, aprendeu com os próprios erros. De uma equipa que somou muitas derrotas na fase de grupos na temporada transacta, transformou-se em líder invicto nesta edição. No entanto, a falta de capacidade de finalização poderia custar-lhes caro, face à abordagem entusiasta ao jogo, e que poderia oferecer aos adversários mais experientes ampla oportunidade de os surpreender no contra-ataque.
Esta temporada, o Dortmund actuou num modelo de contra-ataque. Sendo menos pressionante, diminuiu o ritmo do seu jogo, diminuindo a também possibilidade do contrapé adversário e mantendo a energia para jogar segundo a sua intensidade durante os 90 minutos da partida.
Visível também nesta campanha é o facto de que o Dortmund tem menos tempo de posse de bola. Como um bom pugilista, a equipa desenvolveu a capacidade de gerir os momentos de pressão e escolhe a altura certa para lançar o seu ataque. Com Robert Lewandowski na melhor forma da sua vida no ataque, a impotência do ano passado tem sido firmemente superada.
Não deve também ser subestimado o quanto enfrentar equipas ilustres como Manchester City FC, Real Madrid e Ajax motivou os jogadores. Longe de se sentirem intimidados pelo estatuto dos oponentes, a possibilidade de se baterem contra os melhores conjuntos do continente constituiu uma forma de ascensão para jovens como Mario Götze e Marco Reus.
Todavia, o sucesso do Dortmund na Europa nesta temporada teve um preço. Depois de dois anos de domínio a nível interno, perdeu o título da Bundesliga para o Bayern. E não só, pois pode também ter perdido a Taça da Alemanha para o rival do sul, já que o gigante de Munique disputa a conquista do troféu com o VfB Stuttgart na final agendada para 1 de Junho.
Simplificando, o Dortmund não tem força para competir nas três frentes, como tem o Bayern. Klopp e a sua equipa reconheceram-no preferindo concentrar-se em ganhar a UEFA Champions League. A estratégia deu resultado e o clube está agora à beira de dar à sua incrível campanha um verdadeiro final de conto de fadas.
Contudo, o Dortmund não foi o único a aprender as lições de épocas passadas, uma vez que o Bayern, cruelmente batido na final da época transacta, está determinado em prová-lo no dia 25 de Maio.