Chapuisat: Dortmund-Real será "incrível"

Stéphane Chapuisat prevê um encontro "incrível" quando o Borussia Dortmund receber o Real Madrid CF na quarta-feira, por ocasião da primeira mão das meias-finais da UEFA Champions League.

O antigo avançado da Suíça participou na última vez em que as duas equipas se encontraram nesta fase da prova, numa intensa eliminatória em que a sua equipa foi derrotada por um total de 2-0, há 15 anos, e espera agora que tudo, com excepção do desfecho, se repita.

Nesta entrevista exclusiva ao UEFA.com, o antigo internacional helvético, de 43 anos, vencedor da competição em 1997 quando o Dortmund suplantou a Juventus na final de Munique, dá o seu vaticínio para a eliminatória, fala dos encontros da fase de grupos entre os dois conjuntos e das memórias dos encontros de 1998.

UEFA.com: O que espera dos encontros entre o Dortmund e o Real Madrid?

Stéphane Chapuisat: Será uma grande meia-final. Os clubes encontraram-se na fase de grupos. É importante para o Dortmund, porque nos últimos anos as equipas espanholas têm estado muito fortes, mas o facto é que derrotaram em casa o Real [2-1].

Como já lhes ganharam uma vez, eles sabem bem o que fazer para repetir o triunfo ante o Real, tendo ainda empatado 2-2 fora. A primeira mão será um jogo incrível. Acho que será 50-50, mesmo apesar das pessoas verem os espanhóis como favoritos.

UEFA.com: O Dortmund enfrentou o Real Madrid na fase de grupos. Há lições retiradas desses encontros, ou as meias-finais são um assunto completamente diferente?

Chapuisat: Vão ser jogos totalmente diferentes. Uma das partidas da fase de grupos foi em Outubro e a outra em Novembro. Mentalmente, é muito importante para os jogadores do Dortmund saberem que já derrotaram o Real Madrid e que tal é possível. Eles lembram-se da maneira como o Real jogou. Mas o mais importante é eles saberem que podem bater o Real Madrid.

UEFA.com: Do que é que se lembra da meia-final Dortmund-Madrid de 1998, na qual jogou?

Chapuisat: A primeira mão foi em Madrid. Foi o jogo mais divertido da história da Champions League. Os adeptos fizeram tanta força contra a vedação que ela derrubou os postes de uma das balizas e não havia uma suplente no estádio. Assim, esperámos uma hora pelo começo do encontro. É a única recordação que fica connosco. Eles foram melhores que nós na primeira mão e ganharam 2-0. Na segunda mão fizemos um jogo melhor, mas não concretizámos as nossas oportunidades e acabou 0-0.

UEFA.com: Na ronda anterior, o Dortmund eliminou o Bayern graças a um decisivo golo seu. Deverá estar muito entusiasmado com esta meia-final, pelo que sabe bem o que os jogadores e adeptos do Dortmund estão a viver nesta altura?

Chapuisat: Sim, claro. Foi algo de semelhante ao que ocorreu quando vencemos a Champions League [em 1997] − não pudemos ser campeões da Alemanha pelo que nos focámos mais nesses jogos [europeus]. Esses encontros foram fantásticos. Foi tudo muito disputado até ao fim e é algo que não se vive todos os anos. Existe a possibilidade de se atingir a final, algo que é extraordinário para o clube e para os jogadores.

UEFA.com: Estar tão perto de ser campeão da Europa poderá culminar numa grande desilusão quando se é eliminado. Pode-se ficar satisfeito caso se chega até esta fase da prova ou não é suficiente?

Chapuisat: Quando se atinge uma meia-final, queremos ir até ao fim. Há dois grandes jogos para se fazer. Caso se jogue bem e seja afastado, bem, temos que aceitar, mas quando se está tão perto não se pode afirmar que foi bom estar numa meia-final.