Xavi explica forma de jogar do Barcelona
quarta-feira, 17 de abril de 2013
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"Trata-se de fazer algo mais, não pensar apenas em vencer", é como Xavi Hernández explica a filosofia do Barcelona, embora reforce que está determinado em regressar a Wembley.
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Como maestro talentoso do meio-campo do FC Barcelona, Xavi Hernández personifica como ninguém o futebol "tiki-taka", filosofia do clube. Como porta-voz e embaixador, Xavi consegue resumir de forma perfeita essa abordagem de jogo.
"Trata-se de fazer algo mais, não pensar apenas em vencer", explicou o jogador de 33 anos. "Trata-se de jogar bem e, se conseguirmos vencer, melhor ainda. O Barça tenta sempre comandar o jogo, não esperar pelo adversário, mas partir para o ataque, é isso que leva as pessoas a identificarem-se com o clube. Os adeptos do Barça nunca compreenderiam se a equipa não controlasse e dominasse um jogo. É assim que tem de ser."
O estilo do Barcelona atingiu a sua expressão mais pura sob o comando de Josep Guardiola, o maestro do meio-campo que se tornou treinador e que, nos quatro anos que esteve à frente da equipa, entre 2008 a 2012, conquistou 14 troféus, incluindo duas vezes a UEFA Champions League em três épocas. Guardiola era o líder do meio-campo quando o emblema da Catalunha conquistou a primeira Taça dos Clubes Campeões Europeus em 1992 e passou a responsabilidade ao jovem colega de equipa quando deixou o Barça. Uma geração depois, o pequeno nº6 continua no comando das operações.
Xavier Hernández Creus ingressou nos "blaugrana" em 1991, com apenas 11 anos. É o recordista de jogos pelo Barça, com mais de 700 partidas e os 20 troféus conquistado fazem dele também o jogador de maior sucesso, mas o palmarés deve continuar a crescer. Xavi personifica a instituição, tendo recolhido os ensinamentos de Johan Cruyff ainda muito jovem e transmitido aos sucessores o que significa jogar pelo Barcelona.
"O futebol é jogado para vencer, mas a nossa satisfação tem de ser dupla", destacou Xavi em 2011. "Outras equipas ganham e ficam satisfeitas, mas não é o mesmo. Falta identidade. No futebol o resultado é um impostor. É possível jogar muito, muito bem, e não ganhar. Há algo mais importante do que o resultado, e também mais duradouro: a herança."
Levando isto em conta, a equipa era obrigada a fazer um excelente resultado frente ao AC Milan na segunda mão dos oitavos-de-final. Muitos questionaram o líder da Liga espanhola após a derrota de 2-0, em Itália, na primeira mão, mas a resposta revelou-se inequívoca. "Não jogámos bem como equipa em Milão, mas a derrota por 2-0 foi injusta", disse Xavi. "Sabíamos que em casa estava tudo a nosso favor, os adeptos, o campo como gostamos, a bola em movimento, por isso conseguimos a reviravolta.”
"Aquele foi um momento significativo. Tínhamos acabado de ser eliminados pelo Real Madrid nas meias-finais da Taça de Espanha, um enorme revés para nós. A equipa reagiu bem e voltou a jogar com intensidade, conseguindo talvez realizar algumas das melhores exibições da época em termos ofensivos, com muita pressão, algo que vinha faltando nos jogos anteriores."
Agora só o FC Bayern München pode impedir o Barcelona de voltar a disputar uma final em Wembley, a 25 de Maio. "Wembley traz-nos excelentes recordações", sublinhou Xavi. "Disputámos lá duas finais e vencemos ambas. A final ser em Wembley faz-nos a sonhar no regresso. Vai ser difícil, mas queremos voltar e reviver os bons momentos que sentimos em Londres, e especialmente em Wembley.”
"Em 1992 ganhámos com o golo do [Ronald] Koeman. Há dois anos, frente ao Manchester United, dominámos o jogo e fizemos aquilo que treinamos todos os dias: ganhámos vantagem e controlámos a posse de bola. Tal como tínhamos feito com o United na final de 2009, em Roma, e em vários jogos com o Real Madrid. Fizemos quatro ou cinco excelentes épocas. Esta geração ainda é capaz de conseguir grandes coisas.”
Esta é uma versão editada de parte de uma entrevista da mais recente edição da Champions Matchday, a revista oficial da UEFA Champions League. Está disponível em versão digital na Loja Apple ou no Zinio, bem como em versão impressa. Pode segui-la via Twitter em @ChampionsMag.