Reviravoltas históricas na Champions League
segunda-feira, 11 de março de 2013
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Com o Barcelona a ser agora a quinta equipa na história da Champions League a recuperar de uma desvantagem de dois ou mais golos na primeira mão, o UEFA.com recorda os outros quatro clubes que seguiram em frente anteriormente.
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Com a vitória por 4-0 na recepção de terça-feira ao AC Milan, o FC Barcelona tornou-se a quinta equipa na história da UEFA Champions League a conseguiu vencer uma eliminatória depois de ter perdido o primeiro jogo por uma margem de dois ou mais golos. O Arsenal FC está numa posição semelhante e o UEFA.com recorda os exemplos que permitem à equipa londrina continuar a sonhar.
AC Milan 4-1 RC Deportivo La Coruña
RC Deportivo La Coruña 4-0 AC Milan
Quartos-de-final de 2003/04
Walter Pandiani deu vantagem ao Depor em San Siro, mas no final do encontro já ninguém se recordava do golo do uruguaio, porque o Milan tinha arrasado os galegos com o contributo de dois golos de Kaká. Para a segunda mão, no Riazor, o treinador do Deportivo, Javier Irureta, limitava-se a sonhar. "É uma tarefa muito complexa, difícil e um enorme desafio ", explicou. "Mas muitas vezes acontecem milagres no futebol, coisas difíceis de explicar no plano racional."
Incrivelmente, a equipa espanhola chegou ao intervalo do segundo jogo já em vantagem na eliminatória, com Pandiani, Juan Carlos Valerón e Alberto Luque a levarem o marcador até aos 3-0, mas o suplente Fran González aumentou a surpresa quando fez o 4-0 aos 76 minutos. Irureta prometeu seguir os caminhos dos peregrinos até Santiago de Compostella depois de ter rezado pelo triunfo. "Vale a pena ir a Santiago depois desta vitória", explicou. "Vou fazer a caminhada porque uma promessa é uma promessa."
Real Madrid CF 4-2 AS Monaco FC
AS Monaco FC 3-1 Real Madrid CF
Quartos-de-final de 2003/04
A magia que tinha permitido ao Mónaco chegar aos quartos-de-final parecia ter desaparecido definitivamente durante o jogo no Santiago Bernabéu, a 24 de Março de 2004. O Real Madrid marcou quatro golos no segundo tempo e goleava a equipa do principado, mas o golo apontado por Fernando Morientes para os visitantes aos 83 minutos seria uma tábua de salvação. O treinador Didier Deschamps não estava disposto a baixar os braços antes da segunda mão, afirmando: "Se eu pensasse que estava derrotado, mais valia ficar em casa."
Os franceses chegaram ao intervalo do segundo jogo a perder por 1-0 e Deschamps poderá ter sentido vontade de atirar a toalha ao chão, mas Ludovic Giuly empatou, Morientes, emprestado pelo Real Madrid, fez o segundo golo dos anfitriões de cabeça e Giuly bisou para elevar para 3-1. A vantagem do Mónaco devido aos golos marcados fora de casa esteve quase a esfumar-se nos minutos finais, mas Raúl González rematou por alto. Morientes ficou com dúvidas sobre se devia comemorar. "É claro que estou muito feliz com a vitória do Mónaco", afirmou. "Mas tenho muitos amigos em Madrid e devem estar a passar por um mau momento."
SSC Napoli 3-1 Chelsea FC
Chelsea FC 4-1 SSC Napoli (após prolongamento)
Oitavos-de-final de 2011/12
Uma mudança de treinador motivou uma reviravolta surpreendente para o Chelsea. O último jogo europeu de André Villas-Boas no comando dos londrinos terminou com uma derrota em Nápoles. Juan Mata ainda deu vantagem aos visitantes, mas Ezequiel Lavezzi bisou e Edinson Cavani também contribuiu com um golo para deixar os ingleses perto da eliminação. "Há uma grande possibilidade de este golo marcado fora nos permitir dar a volta à eliminatória", declarou Villas-Boas no final do encontro.
Na segunda mão, o treinador português já tinha sido substituído por Roberto Di Matteo e os golos de Didier Drogba, John Terry e Frank Lampard (75p) levaram o jogo para prolongamento, com Branislav Ivanović a consumar a eliminação dos italianos aos 105 minutos. "Já vivi noites memoráveis, mas este jogo deve ficar na história do clube", afirmou Di Matteo, sem saber que esta seria a primeira de algumas surpresas até ao final da época.
Chelsea FC 3-1 FC Barcelona
FC Barcelona 5-1 Chelsea FC (após prolongamento)
Quartos-de-final de 1999/00
O Chelsea só se tornou um colosso europeu com a chegada de Roman Abramovich, pelo que o triunfo na primeira mão sobre o Barcelona de Louis van Gaal, com golos de Gianfranco Zona e um bis de Tore André Flo em apenas quatro minutos, foi uma grande surpresa conseguida pelo conjunto orientado por Gianluca Vialli. Os londrinos estiveram a sete minutos de vencer a eliminatória, quando Flo reduziu para 2-1 na segunda mão em Camp Nou, mas Dani García fez um golo que levou o jogo para prolongamento. Uma grande penalidade de Rivaldo e um golo de Patrick Kluivert foram fatais para o Chelsea nos 30 minutos suplementares. Luís Figo concluiu: "Naquele dia fizemos um jogo perfeito."
"Foi a noite mais bela da minha vida", comentou Gabri García. "Sofremos um grande revés, mas conseguimos dar a volta à situação", acrescentou Luís Figo. "Por isso este é um jogo para recordar para sempre." "Fizemos aquilo que não queríamos: defendemos de forma negativa", explicou o desiludido Vialli. "Limitámo-nos a correr atrás da bola ", comentou o médio do Chelsea, Didier Deschamps.