Alba: "Nunca duvidei que ia singrar"
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
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Dispensado pelo Barcelona aos 16 anos, Jordi Alba falou à Champions Matchday sobre o seu ídolo, Hristo Stoichkov, o fantástico Verão de 2012 e o regresso a Camp Nou.
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Por vezes, há jogadores que nos conseguem surpreender durante uma entrevista: queriam ser dentistas, sabem tocar acordeão ou o seu realizador preferido é Ingmar Bergman. E foi o que aconteceu com Jordi Alba, quando ele me disse quem foi e quem sempre será o seu ídolo no futebol.
"Hristo Stoichkov", revelou. Stoichkov sagrou-se campeão europeu de clubes com a camisola do FC Barcelona em 1992, integrando o célebre "Dream Team" de Johan Cruyff, mas o lendário jogador da Bulgária foi sempre uma mistura explosiva de brilho, controvérsia e agressividade. Certa vez contou-me que, no dia da conquista do título europeu, em Wembley, saiu para jogar golfe porque se sentia aborrecido e queria fazer qualquer coisa agradável antes de erguer o troféu nessa noite.
"Gostava mesmo muito de Stoichkov quando ele jogava no Barcelona", explica Alba. "Na altura actuava na mesma posição do que ele, mais ou menos! Adorava vê-lo jogar, devido à personalidade que evidenciava para com os colegas de equipa e para com os adeptos. Seguia tudo o que ele fazia e dizia. Já houve muitos jogadores importantes no Barça deste então, mas sempre gostei muito do carácter do Hristo."
O antigo internacional búlgaro retribuiria, certamente, essa admiração. Alba tornou-se numa autêntica máquina voadora pelo flanco esquerdo. Futebolista de enorme qualidade, brilhou como médio interior esquerdo na UEFA Europa League na temporada passada num triunfo do Valencia CF, por 4-0, sobre o AZ Alkmaar. Para quem queira compreender por que razão o Barça fez tanta questão em contratá-lo, basta ver esse jogo.
O UEFA EURO 2012 constituiu a sua afirmação ao serviço da selecção de Espanha. Depois de ter assistido Xabi Alonso para o golo frente à França com uma excelente assistência, nos quartos-de-final, Alba marcou um golo fantástico frente à Itália na final. A alegria terá sido especialmente intensa, tendo em conta os obstáculos que teve de ultrapassar para chegar ao topo. Em 2005, quando tinha apenas 16 anos, foi dispensado pelo Barcelona. Ainda assim, o então ainda adolescente Alba, nascido a poucos quilómetros dali, aceitou a rejeição de cabeça erguida e mostrou uma maturidade inata que desde então nunca o deixou ficar mal.
"Aceitei bem a situação quando tive de sair", recorda. "Nunca duvidei que ia singrar como futebolista e não me deixei ir abaixo. Continuei a jogar futebol com a mesma alegria. Precisava de jogar futebol, pelo Barça, se fosse possível, mas se não fosse possível o que queria era jogar. Sempre quis ser jogador de futebol e agora quero viver mais momentos como os que vivi este Verão, com a conquista do EURO."
Após dizer isto, Alba levanta-se, dá-me um sorriso e belisca-me as bochechas, como que em reconhecimento pela forma como a entrevista decorreu. Quase como se fosse o seu ídolo, Stoichkov, a estar naquela sala.
Para ficar a saber mais sobre Jordi Alba, veja o vídeo acima ou leia a entrevista na íntegra na mais recente edição da Champions Matchday, a revista oficial da UEFA Champions League.