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Oxlade-Chamberlain, a nova estrela do Arsenal

O Arsenal pode não estar a realizar a melhor das épocas, mas tem em Alex Oxlade-Chamberlain uma estrela em ascensão e a prometer dar cartas na visita ao Milan.

Alex Oxlade-Chamberlain festeja depois de marcar frente ao Blackburn o seu segundo golo na Liga inglesa pelo Arsenal
Alex Oxlade-Chamberlain festeja depois de marcar frente ao Blackburn o seu segundo golo na Liga inglesa pelo Arsenal ©Getty Images

Desde que um jovem de 19 anos, Niall Quinn, marcou frente ao Liverpool FC com a camisola do Arsenal FC, em 1985, que um jogador dos "gunners" não se exibia a tão grande altura no seu jogo de estreia como titular na Liga inglesa. Embora não tenha marcado qualquer golo na derrota caseira frente ao Manchester United FC, no mês passado, o facto de a substituição de Alex Oxlade-Chamberlain no seu primeiro encontro como titular na Liga inglesa ter sido tão assobiada mostra o sucesso que o jogador tem já junto dos adeptos londrinos – para não falar nas dores de cabeça que ofereceu à defesa do United.

Depois de Cesc Fàbregas, Theo Walcott, Aaron Ramsey e Jack Wilshere, Oxlade-Chamberlain, de 18 anos, é o mais recente de uma série de talentosos centrocampistas a emergir sob o comando de Arsène Wenger. O técnico do Arsenal contratou o promissor filho da antiga estrela do futebol inglês Mark Chamberlain, após este ter ajudado o Southampton FC a subir ao segundo escalão, na última temporada, com nove golos em 34 jogos.

Contratado por um valor na ordem dos 14 milhões de euros, o primeiro jogo de Oxlade-Chamberlain pelo Arsenal não foi, de todo, o mais feliz. Um Arsenal assolado por lesões foi esmagado pelo United por 8-2 em Old Trafford, em Agosto. Desde então, contudo, o jovem tem-se mostrado à altura do desafio que tem pela frente: um golo na sua estreia como titular, num triunfo na Taça da Liga sobre o Shrewsbury Town FC; um golo ao fim de apenas oito minutos no seu primeiro jogo na UEFA Champions League, diante do Olympiacos FC, um "hat-trick" pela selecção de Sub-21 de Inglaterra num triunfo por 3-0 sobre a Islândia.

Depois, durante algum tempo, Wenger optou por retirar Oxlade-Chamberlain da equipa principal, de forma a não apressar exageradamente o seu desenvolvimento, mas uma série de lesões entre os habituais titulares, aliada a um excelente momento de forma do centrocampista, obrigaram a que o treinador francês o voltasse a chamar. E Chamberlain voltou a impressionar, em especial quando Wenger o lançou no decorrer do encontro com o Swansea City AFC, a 15 de Janeiro.

"Quando ele saltou do banco frente ao Swansea senti um 'clique'"', reconheceu Wenger. "Ele teve influência imediata num jogo que não foi nada fácil e mostrou que tinha amadurecido. Percebi que tinha melhorado muito. A nível defensivo também se desenvolveu, mas com a bola nos pés conseguiu criar sempre perigo diante do Swansea." Wenger recompensou essa exibição com a estreia como titular em jogos da Liga inglesa, sete dias mais tarde, no embate com os campeões em título – numa exibição que valeu rasgados elogios a Chamberlain – antes de o voltar a lançar no "onze" frente ao Bolton Wanderers FC.

Já com um contrato assinado com uma grande marca de material desportivo, cujos cartazes publicitários ostentam o slogan "Você ainda não viu nada", a exibição seguinte do jovem jogador, frente ao Blackburn Rovers FC, fez jus a essa campanha publicitária: Oxlade-Chamberlain bisou na goleada da sua equipa, por 7-1, e devastou o sector mais recuado do adversário com as suas incisivas incursões ao longo do flanco esquerdo e pelo centro do terreno.

As comparações com Walcott são inevitáveis, dado que "Ox" - que significa touro, alcunha perfeita para um atleta que apresenta tanta pujança física -  seguiu as mesmas pisadas do colega, também ele proveniente do Southampton, e possui uma velocidade semelhante, embora a sua maior robustez física, visão de jogo e coragem dentro de campo o assemelhem a outros dois nomes grandes do futebol da actualidade. "Sinto que ele faz parte daquele lote de jogadores a quem as coisas saem naturalmente", referiu Wenger sobre a sua mais recente jovem estrela. "Quando viam o Rooney jogar no início da sua carreira, ele actuava com uma naturalidade imensa. O mesmo em relação Fàbregas. Sentem-se felizes e confortáveis no terreno de jogo."

O único dilema de Wenger é saber como controlar as cada vez maiores expectativas em redor de tão grande potencial talento e evitar o risco de expor demasiado um jogador, provocando nele lesões por excesso de esforço – um problema que tem afastado Wilshere dos relvados esta temporada. Mas a verdade é que começam já a haver defensores da inclusão de Oxlade-Chamberlain na convocatória da selecção principal de Inglaterra para o embate com a Holanda, agendado para 29 de Fevereiro, e mesmo para figurar entre os eleitos para o UEFA EURO 2012.

"Faz-me lembrar a altura em que eu me comecei a afirmar, com 18 ou 19 anos", afirmou o capitão do Arsenal e avançado da selecção holandesa, Robin van Persie. "Ele é um jogador que não pensa em coisas negativas, apenas em positivas, e assim desfruta-se mais do jogo". Quando lhe perguntaram se Chamberlain deveria estar no Europeu deste Verão, Van Persie acrescentou: "Por que não?"

Para já, primeiro, terá pela frente uma complicada missão no estrangeiro, com o Arsenal a visitar o AC Milan na primeira mão dos oitavos-de-final da UEFA Champions League. E se, de facto, existirem semelhanças com Fàbregas, então é melhor que os "rossoneri" tenham cuidado. Há quatro anos, nesta mesma fase da competição, o Arsenal venceu por 2-0 em Milão, com o espanhol a inaugurar o marcador com um excelente golo. Na arena de San Siro, o palco estará agora montado para o "Touro" Chamberlain mostrar o seu valor.

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