História do clube inspira United até Wembley
segunda-feira, 11 de abril de 2011
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A três jogos de um regresso ao local onde o United conquistou a prova em 1968, Alex Ferguson falou ao UEFA.com sobre o "fantástico historial" e o ambiente familiar no clube.
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Alex Ferguson sente que o Manchester United FC, primeiro campeão europeu inglês, em 1968, pode inspirar-se numa história rica para tentar regressar, no próximo mês, ao local onde conseguiu esse triunfo: Wembley.
Matt Busby conduziu os "red devils" a esse sucesso, há 43 anos, quando o Benfica foi goleado por 4-1 sob os olhares das torres gémeas do antigo Wembley. Esse estádio foi substituído por um novo que, a 28 de Maio, receberá a sua primeira final da UEFA Champions League. O United parte em vantagem, por 1-0, para o jogo da segunda mão, na terça-feira, em Old Trafford, frente ao Chelsea FC, pode estar a uma curta distância do grande jogo, mas Ferguson não encara Wembley como um recinto talismã.
"Não atribuo especial significado ao facto de termos lá ganho em 1968," disse ao UEFA.com. "Creio que temos os nossos próprios desafios e orgulho e é importante tornarmo-nos parte da história do Manchester United. Creio que, ao longo de 20 e tal anos, temo-lo feito particularmente bem. Esperamos poder chegar lá e, uma vez conseguido, poderemos pensar sobre Matt Busby e o que ele conseguiu com este clube, porque se trata de uma história fantástica."
No entanto, só em 1999 é que o Manchester United acrescentou novo sucesso na prova ao alcançado na capital inglesa, quando, em Camp Nou, derrotou o FC Bayern München numa final emocionante, conquistando a Taça dos Clubes Campeões Europeus pela segunda vez. Uma terceira chegou nove anos depois – no 40º aniversário da primeira –, para aumentar ainda mais o espólio do clube e o estatuto europeu do seu treinador.
Durante o impressionante reinado do técnico escocês em Old Trafford, os "red devils" conquistaram 11 títulos da Premier League, sendo que Ryan Giggs, actualmente com 37 anos, foi parte integrante em todos eles. Paul Scholes e o já retirado Gary Neville também têm sido esteios de uma equipa com um sucesso sem precedentes no panorama inglês, uma harmonia que apenas pode ser benéfica, de acordo com Ferguson.
"Trata-se de um clube familiar e sempre o foi," disse. "É muito raro um jogador querer deixar o Manchester United. Isso acaba por gerar o conforto necessário para que os jogadores pretendam continuar. Atletas como Ryan Giggs, Paul Scholes e Gary Neville deram um certo exemplo a todos os jogadores no clube, que ficar no Manchester United durante muito tempo pode ser benéfico."
"Ninguém pode aceder aos campos de treinos, porque é completamente privado, pelo que os rendimentos dos treinos não são avaliados ao microscópio. Os jogadores estão descontraídos quando vêm para cá. O ambiente é fantástico, eles gostam de se treinar."
"Obviamente, isso não acontece habitualmente nos dias que correm, mas reparem no exemplo do Manchester United: Wes Brown está connosco desde os 12 anos de idade e tem agora 31 – as pessoas esquecem-se disso. John O'Shea está cá desde os 16 anos, pelo que está no clube há 14. Todos eles têm estado cá desde as camadas jovens."
Um jogador com menos de um ano no clube é Javier Hernández, o ponta-de-lança mexicano que já marcou 11 golos na sua primeira temporada em Inglaterra. "Ele tem sido fantástico," considera Ferguson. "O rapaz queria ser futebolista. Veio de uma família com tradição futebolística: o seu avô, o pai e ele próprio jogaram pelo México em fases finais dos Mundiais. Acho que isso é algo inédito."
"Dá-lhe um certo respeito pelo que o seu pai e o seu avô conseguiram. Também lhe dá a ambição e a energia para tentar e fazer as coisas bem feitas. Creio que isso transparece na forma como ele treina e joga. É claro que, quando chegou, precisou de algum tempo para se adaptar, mas essa fase já acabou. Actualmente, é um jogador de primeira equipa."