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Drogba aperfeiçoa arte

Didier Drogba explica como treinar com John Terry ou Ricardo Carvalho o ajudou a melhorar enquanto futebolista e fala sobre o seu desenvolvimento e as influências numa entrevista exclusiva à revista Champions.

Didier Drogba falou em exclusivo à revista Champions
Didier Drogba falou em exclusivo à revista Champions ©Getty Images

O ponta-de-lança Didier Drogba, do Chelsea FC, possui um registo de um golo marcado a cada dois jogos da UEFA Champions League e não mostra sinais de querer abrandar. Para os defesas adversários, trata-se de um pesadelo, mas para os adeptos do clube de Londres é um sonho. Em entrevista exclusiva à Champions, a revista oficial da UEFA Champions League, o herói de Stamford Bridge fala sobre o seu desenvolvimento e das suas influências.

José Mourinho, que o contratou em 2004 para o Chelsea, descreve Drogba como "alguém que nunca desiste. Tecnicamente, consegue fazer tudo o que um ponta-de-lança necessita nos derradeiros 20 metros. É bom no ar, usa bem o corpo e marca em momentos decisivos". Resumindo, Drogba é o avançado-centro completo.

Drogba diz: "É uma honra ser visto como o protótipo do avançado-centro moderno. O futebol mudou. É preciso ser-se rápido, repetir corridas, jogar muitos encontros. Creio que a condição física é a chave. Vi jogos em ligas diferentes e pode notar-se que houve mudanças. Os pontas-de-lança têm de defender, não apenas marcar golos, e têm também de criá-los. Muitas das equipas jogam agora em 4-3-3, pelo que os objectivos do ponta-de-lança mudaram."

O dianteiro da Costa do Marfim é já o sexto melhor marcador de sempre do Chelsea  e tem a lenda do clube, Peter Osgood, autor de 150 golos, na sua mira. Tornou-se num jogador completo porque, tal como a maior parte dos grandes desportistas, aprendeu tudo o que pôde, com quem pôde e onde pôde. "Agora posso jogar mais jogos, a cada três dias, e sou mais competitivo do que fui alguma vez. Antigamente necessitava de talvez cinco ou seis oportunidades para marcar. Agora essa relação desceu."

A qualidade de Drogba como jogador não é vista apenas pelos golos que marca. Ele também os cria. E a sua motivação é habitualmente posta ao serviço da equipa. O clube reconheceu-o, ao fazer dele um dos capitães não-oficiais da equipa. Como Mourinho referiu: "Drogba não necessita de uma braçadeira para mostrar que é um líder."

A educação futebolística de Drogba não se resumiu apenas aos relvados e aos campos de treino. Vejamos, por exemplo, o seu brilhante – mas supostamente mais fraco – pé esquerdo. "Diego Maradona era um génio", diz o ponta-de-lança. "Vi-o jogar com o seu pé esquerdo e a bola estava sempre colada ao pé. Era fantástico. Ajudou-me a trabalhar o meu lado esquerdo porque queria ser como ele."

Ele aperfeiçoou os seus temíveis livres directos ao estudar um dos mais talentosos executantes dos últimos tempos. Os livres em força são, admite Drogba, os seus golos preferidos. "Aprendi bastante ao ver Juninho no Lyon. A sua técnica era muito interessante, porque a bola não girava como habitualmente acontece. Enviar a bola direita à baliza é a melhor forma de se marcar um golo. Trabalhei nisso. Demorei algum tempo, mas agora acho que comecei a tomar-lhe o jeito."

A passagem de Andriy Shevchenko pelo Chelsea dificilmente pode ter sido considerada como um ponto alto na carreira do antigo Bola de Ouro, mas Drogba insiste que é um jogador melhor depois de ter visto o ícone ucraniano em acção, autor de 57 golos na UEFA Champions League. "Aprendi bastante com Shevchenko. Ele era e ainda é um grande jogador. É um dos melhores marcadores da UEFA Champions League. Era bastante calmo. Aprendi a ser mais sereno e sossegado no relvado, e a esperar pelo momento certo para marcar."

Drogba admite, também, ter aprendido com os defesas com quem treina. "É difícil defrontar John Terry, porque é um defesa forte. Desde que enfrentei Terry, Ricardo Carvalho, Alex e Branislav Ivanović, todos eles grandes defesas-centrais, melhorei bastante e adaptei-me. É difícil, mas bom."

"Quando se é jovem, mas determinado a ser grande, de certeza que só fará bem trabalhar com treinadores tão ilustres quanto Carlo Ancelotti, Sven-Göran Eriksson, Guus Hiddink, Mourinho e Luiz Felipe Scolari. Drogba assimilou bem uma lição: "Aprendi que não se ganha apenas ao entrar no relvado. É preciso preparar o jogo, conhecer o adversário, trabalhar tacticamente e estar pronto. É a coisa mais importante que aprendi com eles. É preciso ter-se o mesmo respeito quando se joga frente a uma equipa da quarta divisão ou a final da UEFA Champions League; preparar o jogo da mesma forma, ser competitivo e tentar vencer."

Leia este artigo na íntegra na última edição da Champions.

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