1997/98 Borussia Dortmund 1-0 FC Bayern München (ap): Crónica

A primeira eliminatória da UEFA Champions League disputada entre equipas do mesmo país não teve golos nem jogos de ataque, mas não faltou drama e emoção.

Houve muitas faltas e houve poucas oportunidades de golo até que, após 199 minutos em branco, Stéphane Chapuisat marcou finalmente, num remate de pé esquerdo que não deu hipóteses a Oliver Kahn. O Westfalenstadion entrou em erupção, numa mistura de alegria e alívio. Até para o Bayern, "rei" das reviravoltas, nada havia a fazer.

O resultado adiou a ambição do gigante da Baviera de restabelecer o seu domínio no futebol da Alemanha. Dois títulos seguidos da Bundesliga tinham trazido o Dortmund para o topo e, apesar de o Bayern ter conseguido recuperar o campeonato, o brilho no final da temporada de 1996/97 foi todo para a vitória dos "die borussen" na UEFA Champions League.

Para piorar as coisas, na perspectiva bávara, o Dortmund conquistou o mais cobiçado dos troféus europeus de clubes no Olympiastadion, em Munique, a casa do Bayern, graças a uma vitória sobre a Juventus. Até por isso, esta eliminatória decidia mais do que o representante germânico nas meias-finais da UEFA Champions League: era uma batalha pela supremacia nacional.

A primeira mão, em Munique, terminou sem golos, num jogo em que as defesas se superiorizaram aos ataques. O Bayern, comandado no relvado por Lothar Matthäus e Mehmet Scholl, viajou até Dortmund para a segunda mão depois de ter sofrido três derrotas nos quatro jogos anteriores do campeonato, mas isso contava pouco. Apesar do equilíbrio, os visitantes começaram melhor a partida.

Se a finalização do Bayern tivesse correspondido à forma decidida como a equipa de Giovanni Trapattoni abordou o jogo, o resultado teria sido bem diferente. Como isso não aconteceu, o golo de Chapuisat – um dos seis sobreviventes da equipa que ganhara a final da época anterior – revelou-se decisivo para a vitória do Dortmund, num lance em que o avançado suíço conseguiu finalmente escapar à marcação de Markus Babbel.

De forma surpreendente, é difícil encontrar detalhes dessa famosa noite: não há imagens de vídeo, apenas crónicas dispersas. Talvez na Alemanha, e em Dortmund em particular, ninguém precise que lhe recordem esse jogo.