1996/97 Borussia Dortmund 3-1 Juventus: Crónica
domingo, 1 de agosto de 2010
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"Foi uma enorme surpresa, a Juve tinha grandes jogadores e estava sem perder há dois anos." Ottmar Hitzfeld
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Quatro caras bem conhecidas estiveram em cena para atormentar a Juventus na final de 1997, que voltou a ficar marcada pela maldição aos detentores da UEFA Champions League. A equipa que defendia o troféu havia sido derrotada no jogo decisivo nos dois anos anteriores e, infelizmente para a Juve, não houve duas sem três, com Karl-Heinz Riedle a abrir caminho a uma famosa vitória dos germânicos. Nunca uma desforra soube tão bem.
Desforra porque, quatro anos antes, a formação comandada por Ottmar Hitzfeld tinha sido claramente batida, com 6-1 no conjunto das duas mãos, pela turma de Turim na final da Taça UEFA. E a desforra chegou com as contratações de Julio César, Jürgen Kohler, Paulo Sousa e Andreas Möller ao adversário, quarteto de jogadores que levou consigo para o Westfalenstadion o seu hábito de vencer, como a Juventus acabaria por descobrir.
Mas, depois de deixarem pelo caminho o AFC Ajax nas meias-finais, eram os pupilos de Marcello Lippi que chegavam como favoritos à final de Baviera. E caso Christian Vieri tivesse mostrado melhor eficácia no início do encontro, esse favoritismo poderia mesmo ter-se confirmado. Porém, acabou por ser Riedle a descobrir o caminho do golo e a lançar a formação alemã para o triunfo, ao marcar por duas vezes em cinco minutos a meio da primeira parte.
Primeiro, dominou na perfeição, com o peito, um belo cruzamento de Paul Lambert e disparou sem hipóteses de defesa para Angelo Peruzzi, antes de voltar a marcar, desta feita com um cabeceamento certeiro, na sequência de um pontapé de canto cobrado por Möller. A Juventus, contudo, não baixou os braços. Zinédine Zidane conseguiu, por uma vez, fugir a Lambert, que o marcou de perto durante todo o encontro, e rematou ao poste; pouco depois, Vieri viu um remate desviado para a trave.
O avançado internacional italiano teve, ainda, um tento anulado, até que a Juve chegou, por fim, ao golo, quando Alessandro Del Piero, que havia saltado do banco ao intervalo, desviou para o fundo das redes um cruzamento de Alen Bokšić. Os adeptos do Dortmund terão temido o pior, mas o jovem Lars Ricken não tardou a acalmá-los. Apenas 16 segundos depois de ter entrado para o lugar de Stéphane Chapuisat, Ricken, de apenas 20 anos, acorreu a um passe em profundidade de Möller e, de primeira, fez um brilhante chapéu a Peruzzi, colocando a bola no fundo das redes. Uma entrada de sonho, num dia de sonho para o Dortmund.