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Trabalho alimenta sonho do Inter

Lúcio elogiou o "trabalho de equipa" que inspirou a vitória do Inter sobre o Barcelona, na primeira mão das meias-finais, afirmando que as capacidades motivacionais de José Mourinho "têm sido cruciais".

Trabalho alimenta sonho do Inter
Trabalho alimenta sonho do Inter ©UEFA.com

Quando questionado sobre como ia parar Lionel Messi, antes da primeira mão das meias-finais da UEFA Champions League, frente ao FC Barcelona, José Mourinho, treinador do FC Internazionale Milano, sublinhou que o futebol não é um desporto individual. Mas poder contar com um defesa-central como Lúcio certamente ajuda.

O defesa brasileiro foi um esteio da formação italiana no triunfo por 3-1 na primeira mão sobre o campeão em título, ajudando a limitar a acção do influente argentino do Barcelona e evitando um golo em cima da linha, nos minutos finais, mantendo a vantagem de dois golos da sua equipa. Enquanto Lúcio foi alvo de muitos dos elogios, o defesa de 31 anos foi célere a destacar o "trabalho de equipa" e esforço que serviram de base ao triunfo dos "nerazzurri" em San Siro.

"Messi é um jogador muito importante para o Barcelona, um atleta de elevada qualidade", disse Lucio ao UEFA.com. "Na primeira mão, conseguimos marcá-lo muito bem − e não foi apenas o Messi, mas todo o ataque do Barcelona. Defendemos bem e toda a gente ajudava, fazendo as dobras aos companheiros de equipa, e foi essa a chave da nossa exibição. Foi preciso trabalho de equipa para manter a nossa linha defensiva sólida e manter à distância Messi e o ataque do Barcelona".

Messi não foi só atormentado por Lúcio e Walter Samuel, seu parceiro no eixo defensivo, como também passou um mau bocado frente aos médios-defensivos dos "nerazzurri". Esteban Cambiasso e Thiago Motta seguiam-no quando recuavam no terreno, enquanto Javier Zanetti impediu-o de encontrar espaço no flanco direito. Foi uma exibição colectiva, diferente do duelo entre Lúcio e Didier Drogba, um dos destaques no afastamento do Chelsea FC pelo Inter, nos oitavos-de-final.

No entanto, Drobga e Messi são os avançados mais complicados de marcar, de acordo com Lúcio. "São os mais difíceis", disse. "Quando é preciso enfrentar avançados rápidos, com boa técnica e que driblam muito bem, tornam-se sem dúvida nos adversários mais temíveis".

Essa vitória frente ao Chelsea é apontada por muitos como o ponto de viragem para o Inter, que venceu seis jogos consecutivos na UEFA Champions League antes do encontro da segunda mão, em Camp Nou. O campeão da Serie A parece ter uma mentalidade completamente diferente nas competições europeias, algo que Lúcio atribui unicamente a Mourinho.

"Mourinho transmitiu calma, é uma grande fonte de inspiração para os jogadores e isso tem sido crucial", continuou. "As pessoas fazem-nos acreditar nos nossos sonhos, confiar na nossa equipa, e isso tem feito a diferença na competição. E é muito importante o treinador transmitir a sua confiança aos jogadores".

Essa nova crença foi posta à prova quando o Barcelona se colocou em vantagem no início da partida em San Siro, por intermédio de Pedro Rodríguez, mas o Inter manteve a compostura e respondeu, com golos de Wesley Sneijder, Maicon e Diego Milito. "Mostrámos uma excelente atitude, porque começámos a perder e depois conseguimos marcar três golos", disse Lúcio.

"Foi sem dúvida uma vitória importante, que nos dá confiança. Sabemos que ainda nada está decidido, ainda falta um jogo, que vai ser difícil. Vamos a Espanha com o mesmo estado de espírito e força de vontade, e temos boas hipóteses de chegar à final. Essa reacção foi realmente impressionante; todos os jogadores estavam concentrados. Estávamos a jogar melhor que o Barcelona, mesmo quando eles marcaram, e tivemos a calma necessária para continuar a trabalhar. Toda a gente deu o seu melhor, e isso foi decisivo a nível psicológico para reagirmos da melhor forma a essa adversidade".

Pessoa muito religiosa, o espírito de luta de Lúcio em campo contrasta com a presença relaxada e tranquila fora dele. "No campo é preciso ser-se um pouco mais agressivo − o relvado é como um campo de batalha −, mas fora dele respeito e amizade são fundamentais", destacou. "Tenho uma família estável, mulher e filhos, e isso dá-me a estabilidade que levo para dentro do campo.

"Confere-me tranquilidade e um bom equilíbrio, o que me permite trabalhar e treinar bem todos os dias. Quando se está no trabalho, independentemente de ser o futebol ou outra actividade qualquer, precisamos sempre de acreditar no melhor e ter esperança, e isso também tem feito a diferença na nossa equipa".

Finalista vencido ao serviço do Bayer 04 Leverkusen, em 2002, quando fez o empate na derrota por 2-1 frente ao Real Madrid CF, em Glasgow, Lúcio está desejoso de ter uma nova oportunidade para erguer o troféu do UEFA Champions League. O brasileiro acredita que a química que reina no plantel pode acabar com o jejum de 45 anos do Inter pela conquista da competição. "É uma altura importante, não é fácil, mas a nossa equipa tem sido muito consistente. Agora, mais do que nunca, os últimos jogos são fundamentais para alcançar o nosso sonho, que é o título".