Ambição agrada a Vermaelen

O defesa do Arsenal FC, Thomas Vermaelen, falou em exclusivo a Stephanie Jones na mais recente edição da Champions, a revista oficial da UEFA Champions League. Num extracto dessa entrevista, o antigo jogador do AFC Ajax fala sobre as acções ofensivas que o ajudaram a apontar sete golos na presente temporada da Premier League.

Nascido numa pequena cidade do Norte da Bélgica, Vermaelen deixou a sua terra natal para ingressar, aos 15 anos, no Ajax. Ter deixado a casa tão novo, diz, moldou o seu desenvolvimento, fazendo-o crescer e tornar-se mais maduro. Admite mesmo que, em certas alturas, foi difícil. Mudar-se para Londres, para uma Liga mais complicada, não foi tão duro. "Fizeram-me sentir confortável aqui. O treinador tornou a minha adaptação mais fácil, ao permitir-me jogar todos os encontros. Se não se fizer isso no primeiro ano, então poderá ser mais difícil. Para a equipa também. Eles são jovens e isso torna mais fácil as respectivas adaptações".

O jogador fez a sua transição parecer fácil e as suas proezas em ambas as áreas ajudam a notabilizar-se. Vermaelen sublinha que a sua prioridade continua a ser defender, mas diz: "Gosto de ir até ao ataque. Já gostava no Ajax. Por vezes, tínhamos de subir no terreno e criar mais um médio. E isso é importante dada a forma como eles jogam. Mas temos sempre de ter cuidado sobre quem temos nas nossas costas. Somente nos cantos ou livres é que podemos ambos avançar".

Vermaelen tem de subir nesses cantos, porque consegue bater nas alturas a maior parte dos companheiros e adversários. Foi a sua impulsão à jogador de basquetebol que mais impressionou os observadores do Arsenal. Saltar é algo no qual sempre foi bom, mas diz que teve de aprender para compensar a falta de altura. Tem 1,82m e maior parte dos defesas-centrais são mais altos. Tem sido comparado a Fabio Cannavaro, outro jogador bastante combativo. Será que reconhece essa semelhança? É óbvio que lhe fizeram esta pergunta anteriormente.

"As pessoas fazem da minha estatura um tema de discussão, mas posso nomear uns quantos defesas-centrais que não são mais altos do que eu. Por vezes, pode ser uma vantagem ser alto, mas quando se é, não se é suficientemente rápido para mudar de direcção e isso não é nada bom". Será uma maçada que lhe estejam sempre a fazer essa pergunta? "Não é problema falar sobre isso. Sei do que sou capaz".

Tendo passado a carreira em dois clubes que defendem uma ideia purista do jogo, será seguro dizer que gosta de jogar futebol? Os seus olhos abrem-se em espanto. "É claro. Jogo todos os dias." Não de forma obsessiva – só se for um "bom" jogo –, e diz que não está sempre a pensar em futebol. Não teve ídolos na sua juventude, mas agora olha para defesas-centrais do passado, como Paolo Maldini e Cannavaro.

A última vez em que o Ajax esteve na UEFA Champions League, em 2005/06, foram sorteados no mesmo grupo do Arsenal, com Vermaelen a actuar em ambos os jogos. Alguma vez sonhou erguer o troféu?

"No passado não. Mas, quando vim para o Arsenal, o treinador falou da ambição do clube, de vencer a Liga inglesa e a UEFA Champions League. E isso é uma novidade para mim. No Ajax, queríamos jogar na Champions League, mas só falávamos sobre vencer o campeonato. É estranho para mim ouvir isso, mas sim, jogando aqui, pode-se sonhar com isso".

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