Bolat, o herói improvável
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
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O guarda-redes Sinan Bolat disse que o seu golo de cabeça apontado aos 95 minutos no empate (1-1) que valeu ao Standard um lugar na UEFA Europa League, à custa do AZ, se deveu à sorte.
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Sinan Bolat está claramente a desenvolver um gosto pelo dramatismo próprio do teatro. O cabeceamento incrível do guarda-redes do R. Standard de Liège, no último minuto do tempo de compensação, valeu à equipa onde actua o defesa português Ricardo Rocha o empate a um golo frente ao AZ Alkmaar, resultado que garantiu a passagem para a UEFA Europa League. No entanto, Bolat classifica o lance como o segundo mais importante na sua carreira.
Goleador improvável
A derrota dos anfitriões mantinha o campeão holandês com ambições numa campanha europeia e depois de Jeremain Lens ter colocado os visitantes em vantagem, a três minutos do intervalo, parecia que o novo treinador do AZ, Dick Advocaat, iria continuar a ter oportunidade de voltar a erguer o troféu conquistado ao serviço do FC Zenit St. Petersburg, em 2008. O Standard mostrou-se determinado a recuperar após o intervalo, mas não conseguiu criar grande perigo, até que o jogador mais improvável da equipa avançou no terreno e mostrou como se faz. Bolat cabeceou para golo a bola cruzada por Benjamin Nicaise, num livre aos 95 minutos, desfeiteando Sergio Romero com a precisão e potência de um ponta-de-lança nato.
Penalty defendido
"Foi o segundo momento mais louco da minha carreira, já que o primeiro aconteceu quando defendi o penalty que ajudou a equipa a sagrar-se campeã", revelou. Bolat referia-se ao remate de Bryan Ruiz, avançado do KAA Gent, já em tempo de compensação, no derradeiro jogo do Standard na fase regular da época passada, desfecho que levou a decisão sobre o título de campeão para o "play-off", frente ao RSC Anderlecht, equipa que acabaria em segundo lugar. Ainda assim, o jovem de 21 anos estava mais do que feliz por reviver o seu mais recente momento de glória e celebrou-o correndo à volta do relvado. "Nos últimos segundo tivemos um livre a nosso favor, olhei para o banco de suplentes para ver se podia subir no terreno e recebi autorização. É óbvio que tinha a intenção para marcar, mas nunca imaginei que isso viesse de facto a acontecer. O Nicaise fez um excelente cruzamento".
Golo de sorte
O guarda-redes nascido na Turquia aproveitou a oportunidade com habilidade quase inata, mas insistiu que não vai trocar a baliza por uma posição de jogador de campo. "Foi mera sorte", explicou. "Apenas sorte. Podia ter sido outra pessoa a fazê-lo, mas graças fui eu. Não tínhamos nada a perder. Estávamos nos últimos segundos de jogo e a perder por 1-0. Foi apenas um impulso do momento em que nos limitamos a agir de forma quase irreflectida".