Suíços gelam San Siro

O FC Zürich protagonizou a grande surpresa da segunda jornada, ao alcançar uma inesquecível vitória por 1-0 no terreno do AC Milan, graças a um golo de Hannu Tihinen, logo aos dez minutos de jogo.

Milan surpreendido
Um toque de calcanhar de Tihinen, na sequência de um pontapé de canto de Milan Gajić, surpreendeu os "rossoneri", que criaram oportunidades suficientes para chegarem à igualdade, mas que devido à falta de sorte e à inspiração do guarda-redes contrário, Johnny Leoni, acabaram mesmo em branco. O guardião da turma visitante segurou, assim, a primeira vitória dos pupilos de Bernard Challandes no Grupo C, onde ocupam agora o segundo lugar, com três pontos, tantos quanto o AC Milan e menos três que o líder Real Madrid CF.

Calcanhar de Tihinen
A formação da casa começou o encontro com a personalidade de uma equipa mais do que habituada a estes compromissos europeus e quase ganhou vantagem logo aos sete minutos, quando Ignazio Abate, a disputar o seu primeiro encontro a titular na UEFA Champions League, desferiu um cruzamento-remate do flanco direito que quase surpreendia Leoni. No entantol, o guardião conseguiu defender a bola com o pé, sobre a linha de golo. Na outra área, contudo, Marco Storari, titular na baliza do Milan, não foi tão feliz e, no primeiro pontapé de canto do encontro, o Zurique ganhou vantagem com o toque de calcanhar de Tihinen.

Oportunidades para o Milan
Storari mostrou o seu desagrado aos colegas de equipa, que reagiram de imediato, criando uma ocasião de golo para Filippo Inzaghi. Sempre muito influente, Clarence Seedorf combinou bem com Marek Jankulovski, que cruzou para o segundo poste, onde o ponta-de-lança italiano chegou ligeiramente atrasado. Em seguida foi o próprio Seedorf a rematar por cima, após boa assistência de Pato. A meio da primeira parte, Inzaghi voltou a dispor de uma oportunidade, mas desta feita cabeceou ao lado, no seguimento de um bom cruzamento de Abate. A turma milanesa intensificava cada vez mais a pressão e Seedorf tentou a sua sorte de longe, mas a bola passou a menos de um metro do alvo.

Zurique melhor
Ainda assim, não era um jogo de sentido único. Dušan Djurić, Silvan Aegerter e Gajić causavam, também, alguns problemas à defesa da casa, com muitas trocas de bola e movimentações rápidas. À medida que o intervalo se aproximava, o Zurique parecia mesmo ser a equipa mais forte em campo. Djurić tinha já desferido um remate perigoso antes de Xavier Margairaz desperdiçar uma mais clara ocasião para ampliar a vantagem dos helvéticos, rematando por cima da trave depois de uma boa sequência de passes. Antes do intervalo houve ainda tempo para Gajić obrigar Storari a aplicar-se.

Milan ineficaz
O treinador do Milan, Leonardo, fez entrar o compatriota Ronaldinho no início da segunda parte e o Milan pareceu ganhar, de imediato, maior velocidade. Bastaram dez minutos para o internacional brasileiro pôr à prova os reflexos de Leoni, na transformação de um livre directo. O guarda-redes do Zurique voltou a brilhar aos 58 minutos, ao defender um cabeceamento de Inzaghi que se encaminhava para entrar no ângulo superior. Sete minutos mais tarde, Inzaghi ficou novamente a lamentar a sua falta de sorte, ao ver Leoni negar-lhe mais uma vez o golo, agora com os pés, após bom passe de Ambrosini. Durante este forte assalto do Milan à baliza contrária, houve também tempo para Pato, desmarcado por Ronaldinho, picar a bola sobre o guarda-redes adversário e fazê-la passar centímetros ao lado do alvo.

Defesa de Storari 
Contra a corrente de jogo, o Zurique quase surpreendeu o Milan em contra-ataque, quando Margairaz, isolado, permitiu a defesa de Storari com o pé esquerdo. O segundo golo da formação suíça teria sido um castigo demasiado pesado para o Milan, que até ao final não desistiu de procurar o golo. Ambrosini e Inzaghi estiveram perto de restabelecer a igualdade, já quando o relógio caminhava, rapidamente, para os 90 minutos, e Gianluca Zambrotta chegou mesmo a acertar no poste, com um remate em arco, mas no final a festa foi mesmo dos homens do Zurique.