Guardiola saúda "tripla" catalã
quinta-feira, 28 de maio de 2009
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"Não somos a melhor equipa da história do Barça, mas fomos nós que conseguimos a melhor temporada de sempre", afirmou Josep Guardiola, treinador dos catalães, depois conquistar a UEFA Champions League.
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Josep Guardiola não conseguiu disfarçar a enorme alegria que sentia, ao ser aplaudido à entrada e à saída da conferência de imprensa que se seguiu à vitória, por 2-0, do FC Barcelona sobre o Manchester United FC, na final da UEFA Champions League. "Não somos a melhor equipa da história do Barça, mas fomos nós que conseguimos a melhor temporada de sempre", afirmou o treinador catalão, lembrando os três títulos conseguidos esta época. Embora esperasse "melhor" da formação campeã em título, Alex Ferguson prestou tributo ao "futebol virtuoso" do adversário e admitiu que a "melhor equipa ganhou".
Josep Guardiola, treinador do Barcelona
Vou directo para casa amanhã. Não há nada que possa fazer que supere isto. Estamos muito felizes, delirantes de alegria, porque sabemos que conseguimos algo magnífico. Quero dar os parabéns ao clube e aos adeptos. Não somos a melhor equipa da história do Barça, mas fomos nós que conseguimos a melhor temporada de sempre. Ganhámos três títulos [UEFA Champions League, Liga e Taça de Espanha], mas o importante é a forma como o conseguimos. Foi muito bom vencer a UEFA Champions League como jogador, na primeira vez, e agora temos três títulos europeus conquistados. Há equipas com mais, mas estamos mais próximos de um pequeno grupo de clubes míticos. Já disse muitas vezes que me sinto um privilegiado por dar seguimento ao legado de Cruyff e Charlie Rexach. Eles foram os pais das vitórias europeias e nós os seguidores.
Não esperávamos que o Manchester pressionasse tanto no início do jogo. Isso causou-nos problemas e temos de admitir que eles tiveram uma excelente oportunidade de golo, no livre do Cristiano Ronaldo [no segundo minuto]. Nós chegámos ao golo na primeira oportunidade que tivemos e, depois, tentámos manter a posse de bola. Na meia-final da época passada, o Messi sentiu muitas dificuldades frente ao Evra e, por isso, decidimos que devia actuar mais sobre o centro, o que permitiu à equipa ter mais um elemento no meio-campo. Ele é o melhor neste momento e esta noite escreveu o seu nome na Bola de Ouro. Messi tem um grande talento e nunca se esconde - surge sempre nos momentos mais difíceis.
Tenho de gerir as minhas emoções, porque conseguimos algo magnífico. Não temos uma equipa muito alta, apresentámos uma defesa sem alguns dos habituais titulares, mas defendemos e atacámos bem perante a melhor equipa do Mundo. Agora, preciso de alguns dias para descansar e, depois, digo-vos como vou preparar a próxima época. Só quero que a equipa jogue bem e regresse à final. É possível jogar mal e ganhar, mas se formos arrojados e atacarmos temos mais possibilidades de sucesso: não há nada mais perigoso do que não correr riscos. Um triunfo sabe sempre bem, mas com o passar do tempo sabe ainda melhor. Amanhã vamos celebrar com toda a Catalunha.
Alex Ferguson, treinador do Manchester United
Há uma certa desilusão com a exibição e alguns vão sentir isso mesmo. As nossas melhores exibições da época surgiram quando defendemos bem e, esta noite, isso não aconteceu: sobretudo no primeiro golo, que deu grande ânimo ao nosso adversário. Não contávamos sofrer um golo tão cedo. No entanto, temos de dar crédito a um excelente Barcelona - ganhou a melhor equipa. Sempre que ficam em vantagem, começam a trocar muito bem a bola e, depois do golo, os seus médios fizeram exactamente isso, tornando a nossa recuperação muito complicada.
Foi bom termos chegado à final, mas não conseguimos revalidar o troféu e contrariar a estatística. Foi uma grande oportunidade e, com os jogadores que temos, esperava mais da equipa, mas não conseguimos reagir ao primeiro golo. Já sabíamos que íamos defrontar um conjunto que pratica bom futebol. Na época passada não tivemos dificuldades a defender contra o Barcelona, mas hoje o Messi recuou para o meio-campo e isso complicou a nossa missão. Eles têm mesmo de ser uma das melhores equipas que já defrontámos, são excelentes a manter a posse de bola e tenho de dar mérito pelo facto de não abdicarem da sua filosofia de jogo.
Fiquei bastante satisfeito com a maturidade que a equipa demonstrou. Hoje, a desilusão deve-se ao facto de não termos sabido o que fazer com a bola. Andávamos minutos atrás da posse de bola e, quando o conseguíamos, não éramos bons o suficiente. Pode ter sido apenas uma noite má ou, então, a montanha tornou-se demasiado alta depois do primeiro golo. É um grande feito [Guardiola] ter conseguido este título no seu primeiro ano como treinador. É fantástico. Todos os seus futebolistas querem jogar, ter a bola no pé e desfrutar do futebol. Têm todo o mérito.