Guardiola confia no momento da verdade
terça-feira, 28 de abril de 2009
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Josep Guardiola acredita que o Barcelona atingiu o "momento decisivo" de uma temporada notável, com a equipa mais concretizadora da Champions League a tentar estar à altura dos acontecimentos frente ao Chelsea.
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Se o treinador do FC Barcelona, Josep Guardiola, sente a pressão do jogo da primeira mão das meias-finais da UEFA Champions League, frente ao Chelsea FC, e a necessidade de ultrapassar a recente vulnerabilidade frente a equipas inglesa, então não o demonstra.
Maldição inglesa
O Barça foi eliminado pelo Manchester United FC nas meias-finais da época passada e pelo Liverpool FC na temporada antes dessa, sendo que não conseguiu vencer nenhum dos últimos quatro jogos realizados em casa frente a equipas inglesas. Guardiola também sabe que nos últimos seis encontros entre as duas equipas, a contar para a UEFA Champions League, o Barça só conseguiu vencer com os "blues" reduzidos a dez jogadores. Mas o técnico do Barça acredita que comanda uma equipa extraordinária, capaz de se impor frente ao Chelsea. "Estou tão contente como um miúdo quando recebe um par de sapatos novos", confessou o treinador de 38 anos. "Não sei se este momento se vai repetir. O Mundo inteiro vai estar a assistir a este jogo, estamos a praticar um futebol que me alegra e orgulha, por isso confio a 100 por cento na minha equipa. A eliminatória apenas vai ser decidida em Londres, mas vamos tentar jogar ao nosso melhor nível, com intensidade, rapidez e boa dinâmica de passe".
Ordem para marcar
É esse o estilo que transformou o Barça na equipa mais concretizadora da UEFA Champions League esta época e que conseguiu o acesso às meias-finais pelo terceiro ano consecutivo em quatro edições, graças a resultados totais de 6-3 e 5-1, frente a Olympique Lyonnais e FC Bayern München, respectivamente. Guardiola não subscreve a teoria de que o estilo de jogo do Chelsea vai constituir um desafio único às capacidades do Barça. "O Chelsea pode ter um estilo de jogo um pouco mais físico e directo do que a maioria das equipas que já defrontámos, mas os nossos adversários costumam responder com velocidade e força", justificou. "Vai ser crucial manter a nossa postura e atacar de forma ordenada".
"Momento da verdade"
O Barça tem todos os jogadores importantes aptos, tal como Rafael Márquez e Yaya Touré, que devem regressar ao onze inicial depois de terem descansado na partida de sábado, frente ao Valencia CF, que terminou empatada a dois golos. "Em cada época, quando se está a jogar bem, chega-se a uma fase decisiva, o momento da verdade. É esta a altura e vamos defrontar uma equipa lendária. Sei que vai ser bastante complicado", acrescentou Guardiola.
Defesa em análise
O Chelsea chega a Camp Nou com Ashley Cole, escolha habitual para a posição de lateral-esquerdo, castigado, mas o seu treinador, Guus Hiddink, que revolucionou a forma como a época tem estado a decorrer desde que chegou ao clube em Fevereiro, acredita que conter uma formação do Barça inspirada por Lionel Messi é um trabalho para toda a equipa, não apenas para o mais que provável substituto de Cole, o português José Bosingwa. "Há muitos anos que observo o Barça, porque me agrada a sua filosofia de jogo ofensiva", disse o holandês, que já treinou Valência, Real Madrid CF e Real Betis Balompié.
Lesões no Chelsea
"É claro que vi e estudei a forma como o Barça destroçou a defesa do Bayern na primeira mão dos quartos-de-final e foi superior ao adversário em toda a largura do terreno. A minha equipa deve iniciar o jogo com concentração total, porque não podemos, e não vamos, deixar o Barça fazer-nos o mesmo". Hiddink também não pode contar com Ricardo Carvalho, Deco e os ausentes de longa data Joe Cole e Paulo Ferreira, apesar de ter o marcador do golo da vitória do Barça na final da UEFA Champions League em 2006, Juliano Belletti, à sua disposição. "Talvez ele saiba algum segredo que nos possa dar uma pequena vantagem", brincou Hiddink, fazendo uso do seu típico humor jovial.