Lampard quer voltar a brilhar bem alto

Mesmo que Frank Lampard não liderasse o Chelsea FC na meia-final da UEFA Champions League frente ao FC Barcelona, ficaria, ainda assim, como que hipnotizado com aquilo que aguarda o vencedor deste duelo entre londrinos – onde actuam os portugueses Hilário, José Bosingwa, Ricardo Carvalho, Paulo Ferreira, Deco e Ricardo Quaresma (impedido de jogar na prova pelo Barça) – e catalães.

A maior meia-final
Veterano com seis jogos entre o poderoso e lutador Chelsea e o mais delicado mas ainda mais técnico Barcelona, Lampard acredita que este duelo resume o que o futebol ao mais alto nível. "Quando o sorteio nos colocou frente ao Barça, desde que eliminássemos o Liverpool [FC], pensei logo que esta seria a maior meia-final que poderia imaginar", confessou o médio inglês ao uefa.com. "A aura do seu estádio e defrontar uma equipa do Barcelona que tenta sempre praticar futebol atractivo é uma experiência fantástica. E sempre que eles vêm a Stamford Bridge há uma verdadeira explosão. Mas, pelo mesmo padrão, não haverá duelo mais difícil do que este. Creio ser reconhecido a nível mundial que, nos últimos seis meses, Lionel Messi tem estado sublime e que é, nos últimos seis meses, o melhor jogador da actualidade. Quando se defronta o Barça, caso não se esteja na melhor condição, então Messi, Xavi [Hernández] e [Andrés] Iniesta serão superiores".

Empenho colectivo
Foi em Setembro que Lampard, recordando a tristeza da derrota na final da época passada contra o Manchester United FC no desempate por grandes penalidades, disse ao uefa.com: "Não creio que antes tivesse sentido tanta determinação para chegar a qualquer lado e vencer como sinto agora sobre a UEFA Champions League". Lampard é homem de palavra, pois leva três golos, cinco assistências e jogos em que demonstra bastante empenho e carácter, tendo, por exemplo, liderado a equipa em alguns duelos bem árduos – como em Turim, ante a Juventus, e frente ao Liverpool. "O espírito colectivo e a determinação foram decisivos para que tivéssemos chegado até aqui", concordou Lampard antes do jogo de terça-feira, da primeira mão, na capital catalã.

Equilíbrio delicado
O internacional inglês, de 30 anos, realça o facto de que ele e a sua equipa estão na quinta meia-final das últimas seis temporadas, sendo que apenas o Barcelona impossibilitou o pleno em 2004. Apesar de admitir que existe um equilíbrio delicado entre a motivação e o medo de falhar, o Chelsea vai usar as decepções anteriores para motivar a equipa frente ao conjunto de Josep Guardiola. Perguntou-se se ficar constantemente a pouca distância do triunfo continental é irritante, doloroso, fonte de determinação ou maldição, ao que Lampard respondeu: "Há um pouco de todas essas coisas. Adoramos o sucesso e basicamente conquistámos tudo o resto a nível interno".

Empenho total
"Sei o que quer dizer quando afirma que estamos amaldiçoados, porque quantos mais anos ficamos perto e não ganhamos, começamos a pensar: 'Será que alguma vez o conseguiremos?'. E todos vamos ficando mais velhos. Mas o que nos move é a determinação. Não se sente sempre isso, mas é nos grandes jogos, como contra o Liverpool, quando damos conta que poderemos ficar pelo caminho, que realmente se sente isso muito bem. Com um golo em cada dois jogos frente ao Barcelona, incluindo o seu tento favorito de sempre no empate (2-2) em Camp Nou, há duas épocas, Lampard é considerado como uma das principais ameaças para a equipa favorita à conquista do troféu. Mas o médio inglês está muito, mas mesmo muito determinado.