Nota alta para o Professor do Arsenal
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
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Nunca a alcunha de Arsène Wenger, "Le Professeur", foi tão apropriada como agora, uma vez que o treinador francês do Arsenal tem ao seu dispor um talentoso grupo de jovens jogadores.
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Nunca a alcunha de Arsène Wenger, "Le Professeur", foi tão apropriada como agora, uma vez que o treinador do Arsenal FC orienta um grupo de jovens jogadores que mais parece ter idade para fazer trabalhos de casa do que propriamente para representar um dos maiores clubes da Europa.
Aposta na juventude
Os primeiros tempos do treinador francês no norte de Londres foram marcados pelo esforço para prolongar a eficácia da veterana linha defensiva dos "funners" na altura, mas desde então o francês vem trabalhando com jogadores cada vez mais jovens. De tal forma que a equipa que tem brilhado na actual edição da Taça da Liga inglesa tem uma média de idades de 19 anos, enquanto a equipa que goleou o Fenerbahçe por 5-2 para a UEFA Champions League em Outubro tinha uma média pouco superior aos 23 anos.
Motivação financeira
A decisão de apostar em jovens valores em detrimento de avultados investimentos no mercado de transferências foi provavelmente motivada pelo peso financeiro da construção do novo estádio em 2006, mas apesar da recente disponibilidade de fundos, Wenger optou por manter-se fiel a esta abordagem. Para o técnico de 59 anos trata-se de uma política natural, uma vez que o clube conta com uma das mais respeitadas academias de formação do país e com uma das melhores redes de observadores do futebol mundial, que descobrem regularmente jovens talentos de todo o planeta a preços de saldos.
Espaço na equipa
"A determinada altura, as pessoas esquecem-se que para desenvolver jovens jogadores e lançá-los há que criar espaço na equipa principal", afirmou Wenger. "No desenvolvimento de todos os jogadores há uma fase em que eles eventualmente têm de jogar - se isso não acontecer, perdemo-los". O Arsenal teve dificuldades em segurar os seus melhores jogadores após a época passada, mas ninguém abandonou o clube por falta de oportunidades. Pelo contrário, os jovens prodígios de todo o Mundo associam Wenger à oportunidade de vingar cedo.
Talento britânico
Foi esse o caso do galês Aaron Ramsey, de 17 anos, que chegou ao clube em Junho proveniente do Cardiff City FC, apesar do interesse do Manchester United FC - clube de que é adepto desde criança. Actualmente internacional pelo País de Gales, Ramsey é um dos vários talentos britânicos perto de conquistar o seu lugar, sendo que Theo Walcott, de 19 anos, já o fez e que Jack Wilshere, de 16 anos, promete grandes façanhas, sendo já comparado ao lendário Liam Brady - actual responsável pela supervisão da academia.
Responsabilidade
Outro exemplo é o capitão Cesc Fàbregas, que tem apenas 21 anos, mas que já actuou em mais de 150 partidas pelo clube. Nenhum jogador ilustra melhor a forma como Wenger gosta de atribuir responsabilidades aos seus jovens jogadores, ao ponto de ter resistido a uma injecção de experiência na equipa antes do início desta época. "Não se pode ter uma política de formação e de repente adquirir três jogadores de 27 anos", explicou. "Seria o fim de tudo aquilo para que trabalhamos. Podia ter colocado outros jogadores à frente de Walcott, Denilson e Fàbregas, mas isso seria uma loucura".
Troféus
É preferível para o antigo treinador do AS Monaco FC dar aos jovens a oportunidade de ganharem experiência à medida que crescem juntos. "Temos mais experiência e qualidade agora e os jogadores estão a melhorar de época para época", afirmou, apesar de o Arsenal não conquistar qualquer título desde 2005. Na verdade, a maior preocupação do clube é a partida dos jovens talentos em busca de troféus, mas não deixa de ser uma tentação continuar a acreditar no professor.