Shakhtar castiga Barça inexperiente
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
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FC Barcelona 2-3 FC Shakhtar Donetsk
Dois golos de Olexandr Gladkiy e um de Fernandinho deram um final feliz aos ucranianos no Grupo C.
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Foi preciso esperar 35 anos na carreira de Mircea Lucescu enquanto jogador e treinador para o romeno conseguir uma vitória em Espanha, na sexta jornada da fase de grupos da UEFA Champions League. O FC Shakhtar Donetsk capitalizou o facto de o FC Barcelona ter apresentado uma equipa muito inexperiente para obter um surpreendente e memorável resultado.
Aposta na juventude
A opção de Josep Guardiola em dar aos seus jovens jogadores minutos ao mais alto nível também custou aos líderes da Liga espanhola a sua invencibilidade no Grupo C, com os golos de Sylvinho e Sergio Busquets a serem insuficientes para os dois de Olexandr Gladkiy e um de Fernandinho. O jogo aberto do Barça esbarrou num Shakhtar organizado, que apostou no contra-ataque, alicerçado numa excelente exibição dos laterais e do guardião Andriy Pyatov. O Shakhtar já estava afastado dos oitavos-de-final, mas os oito golos que apontou nos dois últimos jogos serão certamente um forte tónico para a sua presença na Taça UEFA, para onde transita.
Bom começo
Guardiola havia afirmado que este jogo seria utilizado para dar uma oportunidade aos habituais suplentes e ainda para jovens jogadores que bem conhece da época passada, altura em que era treinador da equipa B. O início revelou-se prometedor, para gáudio de todos, inclusive dos oito titulares do Barça que estavam de fora a ver o jogo na bancada, como Lionel Messi, Carles Puyol e Samuel Eto'o. O "pressing" era o do costume, os passes inteligentes e precisos também e os pupilos de Lucescu, apesar de mais experientes, estavam remetidos à sua defensiva, com Aleksandr Hleb a obrigar Pyatov a aplicar-se com um forte remate, enquanto Pedro Rodríguez criava perigo com um cabeceamento.
Shakhtar marca
Mas o maior teste surgiria com o tento do Shakhtar, fruto de um rápido e preciso contra-ataque, no minuto 31. Răzvan Raţ e Olexandr Kucher combinaram para lançar Willian na direita e o seu passe bem medido permitiu a Gladkiy ultrapassar a defesa do Barça e atirar a contar, batendo Albert Jorquera. Lucescu afirmara repetidamente para os seus jogadores não irem ao Camp Nou "em passeio" e a importância do golo ficou provada quando Pyatov correu quase o campo todo para poder festejar com os seus colegas. O Barça não acusou e o inspirado Hleb liderou a busca pelo tento do empate, ao lançar Seydou Keita e Bojan Krkić com perigo. Mas seria de novo Pedro Rodríguez a criar um bom lance, só que, depois de ultrapassar três contrários, viu o seu remate passar muito perto do alvo.
Resposta rápida
Depois de Vázquez obrigar Pyatov a aplicar-se, o Shakhtar respondeu com mais um golo, também em contra-ataque. No minuto 58, um livre da esquerda batido por Jadson viu Jorquera calcular mal a intercepção, com a bola a sobrar para Gladkiy, que rematou para a baliza deserta. Sessenta segundos depois, o Barcelona voltava ao jogo, depois de uma troca de passes entre Sylvinho e Keita permitirem ao brasileiro disparar de pé esquerdo e bater Pyatov.
Noite ucraniana
O futebol inteligente do Shakhtar valeria o terceiro golo no minuto 76, quando Raţ fez todo o corredor e cruzou de forma perfeita para Fernandinho, sem marcação, apontar o terceiro. O Barcelona responderia, sete minutos depois, com Eidur Gudjohnsen a isolar Busquets com um belo passe em chapéu. O médio de 20 anos fez passar a bola por cima de Pyatov e reduziu, mas estava escrito que esta noite seria de alegria para os campeões da Ucrânia.