Alex adapta-se a novo desafio

No início da campanha do Fenerbahçe SK na UEFA Champions League da época passada, todos os olhares pairavam sobre Roberto Carlos. Contudo, foi o compatriota Alex quem inspirou a caminhada até aos quartos-de-final e o capitão não desiste de poder voltar a consegui-lo.

Perfil
O "playmaker" há muito que era um jogador de créditos firmados no Brasil, onde chegou a ser capitão da selecção, mas não conseguira causar semelhante impacto na Europa, apesar dos três anos que já leva em Istambul e de uma curta passagem pelo Parma FC. No entanto, o panorama mudou na temporada transacta, com a chegada do Fenerbahçe aos quartos-de-final da UEFA Champions League pela primeira vez na sua história, numa campanha em que Alex participou em cada lance de golo mercê da fantástica qualidade de passe e execução de livres. A presente caminhada não tem corrido com a mesma categoria, pois a formação turca ocupa a derradeira posição do Grupo G, mas após o empate (0-0) de quarta-feira no terreno do Arsenal FC, há razões renovadas para injecção de confiança. O "timing" não poderia ter sido melhor, tendo em conta que, no domingo, o Fenerbahçe defronta o arqui-rival Galatasaray AŞ no derby de Istambul.

Pressão
Alex falhou o encontro frente ao Arsenal devido a lesão numa coxa, mas poderá regressar frente ao Galatasaray, adversário do Benfica na Taça UEFA. Com a sua equipa a tentar encurtar a distância de sete pontos em relação ao líder do campeonato, o Trabzonspor, Alex admite que tem havido maior pressão na presente temporada. Adicionalmente, na Europa, o Fenerbahçe já não passa despercebido. "Já passámos a fase de sermos a equipa-surpresa, como aconteceu na época anterior. Agora, somos conhecidos pelos outros", indicou o jogador de 31 anos. "Há certamente mais responsabilidade. Basicamente, temos a mesma equipa mas começámos a época pior, não apenas na UEFA Champions League, mas também na Liga turca. É difícil explicar o que se está a passar, mas temos tempo para recuperar".

Apoio a Aragonés
Uma das maiores alterações relativamente à época passada foi a chegada de Luis Aragonés ao comando técnico da equipa para substituir Zico, após dois anos de liderança do antigo astro brasileiro. Aragonés persegue ainda o sucesso que teve com a Espanha no UEFA EURO 2008™, mas poderá contar com o apoio do seu capitão de equipa. "Há algumas diferenças entre Aragonés e Zico. Mesmo Zico foi criticado quando cá chegou, pois fomos eliminados da UEFA Champions League pelo [FC] Dynamo Kyiv. Há uma diferença entre os treinadores e é necessário um período de habituação, pelo que se alguém está em falta somos nós, os jogadores. Somos nós que estamos em campo. Todas as equipas do Mundo passam por fases complicadas".

Longo prazo
Alex não apoia os que defendem nova mudança de treinador. "Sou sempre a favor de trabalhar a longo prazo", referiu o antigo jogador do Coritiba FC, SE Palmeiras, CR Flamengo e Cruzeiro EC. "Quando cheguei ao Fenerbahçe, havia muitas críticas relativamente a Christoph Daum, o treinador na altura. Após o seu contrato ter terminado, chegou Zico, que também foi criticado. Zico, tal como Daum, continuaram e foram vencedores. Aragonés chegou após ter sido campeão europeu com a Espanha e já há críticas, mas acredito que, se ficar e lhe derem oportunidade, faremos tudo para que ele continue. Acredito que Aragonés terá sucesso na nossa equipa".

Ambiente único
É claro que após um longo período em Istambul, Alex está mais do que ciente da pressão única que existe num clube como o Fenerbahçe. "É difícil de explicar. Tem que se vir a Istambul e viver na Turquia", disse Alex. "É uma situação muito diferente. As pessoas colocam o clube acima de tudo o resto. Às vezes, mesmo acima das próprias famílias. Pelo que representar o Fenerbahçe é algo de enorme para mim. É muito difícil olhar para si ou outros repórteres e dizer que 'o Fenerbahçe representa isto ou aquilo'. As dimensões são muito grandes e só estando aqui na Turquia é que se é capaz de saber o que o clube representa para toda a gente". Apareça domingo e já terá uma ideia mais precisa. Com tanto orgulho como pontos decisivos em jogo frente ao Galatasaray, a equipa de Aragonés não pode dar-se ao luxo de voltar a escorregar.