Adiar o inevitável

O FC Porto entrou com o pé direito no Grupo G da UEFA Champions League, o qual já lidera, ao receber e bater o Fenerbahçe SK, por 3-1. Lisandro López e Lucho González construíram uma vantagem madrugadora e chegaram a dar a ideia que os "dragões" teriam uma noite descansada, mas um tento de Daniel Güiza, ainda na primeira parte, manteve a incerteza no resultado quase até ao apito final, pelo menos até Lino fechar as contas.

Flancos privilegiados
Estudados os movimentos madrugadores, cedo se percebeu que o FC Porto procurava ao máximo jogar pelos flancos, sobretudo pelo esquerdo, onde Cristián Rodríguez foi um autêntico quebra-cabeças para o último reduto turco durante o primeiro quarto de hora. Lisandro ainda deu um primeiro aviso das intenções dos "dragões" aos seis minutos, quando rematou de pé direito e obrigou Volkan Demirel a uma defesa apertada, mas o lance não foi suficiente para colocar em alerta os visitantes, que pagaram rapidamente pelas falhas na marcação.

Três minutos de sonho
Estavam decorridos apenas dez minutos quando o lado esquerdo do ataque portista desenhou uma envolvente jogada de entendimento entre Nelson Benítez e Raul Meireles, com o médio a rodar na perfeição e a cruzar para as costas da defesa do Fenerbahçe, onde apareceu de rompante Lisandro a facturar na passada. O 1-0 galvanizou o público e os próprios jogadores do FC Porto, que aproveitaram o abanão do adversário para chegar ao segundo golo três minutos volvidos. Lisandro desmarcou Rodríguez na esquerda e o extremo uruguaio fez um crucial compasso de espera, antes de cruzar atrasado para a entrada da área, onde Lucho encheu o pé direito e "fuzilou" Demirel.

Güiza não perdoa
O segundo golo "azul-e-branco" arrefeceu um pouco o ímpeto do FC Porto, mas ainda assim Lisandro teve uma soberana oportunidade para bisar e "matar" praticamente o jogo aos 26 minutos. Lucho isolou de forma sublime o seu compatriota, mas o avançado argentino preferiu efectuar um "chapéu" ao guarda-redes turco em vez de o tentar contornar, acabando a bola por sair por cima da barra. O desperdício tornou-se ainda mais amargo três minutos depois, altura em que Güiza recargou com êxito um primeiro cabeceamento de Alex que Helton tinha defendido para o lado. O tento, nascido do único lance com perigo gizado pelo Fenerbahçe durante a etapa inicial, teve o condão de relançar uma partida que parecia já ter um destinatário definido.

Mariano falha
O segundo tempo arrancou praticamente com uma excelente oportunidade para o FC Porto chegar ao 3-1. Yasin Çakmak perdeu a bola para Mariano González em zona proibida e o argentino só não marcou porque o seu remate de pé direito foi feito já em queda, acabando o esférico por sair ao lado. O técnico do Fenerbahçe, Luis Aragonés, que havia lançado Josico ao intervalo, viu-se forçado a substituir o mesmo jogador escassos minutos volvidos, devido a lesão. E, quer tenha sido esse o motivo ou não, a verdade é que o conjunto turco foi denotando as mesmas dificuldades da primeira parte, limitando as suas raras incursões no ataque a tímidos remates de fora da área.

Lino entra e marca
As muitas faltas e a inspiração que parece ter ficado nos balneários foi decrescendo a qualidade de jogo, mas a emoção disparou alto nos últimos dez minutos. O cansaço e a vontade de garantir um resultado positivo abriu espaços até então fechados e ambas as formações estiveram perto do golo, com destaque para um "chapéu" de Lucho que Demirel defendeu de forma soberba para canto. E foi precisamente num desses lances de desequilíbrio que o FC Porto selou finalmente a vitória, com Cristian Săpunaru a levar a melhor sobre um adversário e a isolar Lino (em campo há poucos segundos), que não vacilou face a Demirel e atirou a contar. Face a este desfecho e ao 1-1 registado no FC Dynamo Kyiv, o FC Porto lidera com três pontos, deslocando-se a Londres para defrontar os "gunners" a 30 deste mês, o mesmo dia em que o Fenerbahçe recebe o Dínamo.