Não há duas sem três

O Manchester United FC e o Villarreal CF não foram além de um empate a zero, em jogo da primeira jornada do Grupo E da UEFA Champions League. Este foi o terceiro nulo entre estas duas formações em outros tantos jogos na prova. O encontro ficou marcado, contudo, pelo regresso de Cristiano Ronaldo à competição.

Superioridade defensiva
As duas equipas já se tinham defrontado por duas ocasiões, na fase de grupos de 2005/06, sem que tivesse sido marcado qualquer golo em 180 minutos de futebol. E as dificuldades dos avançados perante as defesas contrárias continuaram a verificar-se. As ocasiões de golo não foram muitas e as que surgiram não foram propriamente claras, exceptuando no segundo tempo. Isto apesar do forte domínio do clube inglês, que conseguia trocar a bola com alguma facilidade no último terço do seu ataque. O segundo tempo foi bem diferente, em especial após a entrada de Cristiano Ronaldo.

United ameaça
O primeiro grande lance de perigo surgiu aos oito minutos, com Rio Ferdinand a aparecer sem marcação ao segundo poste, após canto da esquerda, e a desviar. A defesa do Villarreal afastou a bola já quase em cima da linha de golo. Aos 12 foi o português Nani a rematar forte e colocado, de fora da área, para grande defesa de Diego López e aos 23 minutos, Darren Fletcher e Nani combinaram bem, a bola sobrou para Ji-Sung Park que rematou, de primeira, descaído para a direita. A bola saiu rente ao poste esquerdo da baliza espanhola. Carlos Tévez poderia também ele ter aberto o activo, pouco depois, com um remate potente à passagem da meia-hora de jogo, para nova grande intervenção do guardião do "submarino amarelo".

Nani bastante activo
O United dominava completamente, mas perante o grande número de jogadores do Villarreal no meio-campo, a opção teve de recair nos cruzamentos. Algo que tirou alguma lucidez aos homens de Old Trafford, apesar de o emblema espanhol não ter conseguido lidar bem com o futebol pelo alto. A verdade é que, em futebol corrido, o United raramente conseguia colocar homens na frente capazes de ganhar lances de cabeça. Por seu turno, o Villarreal pecou na forma como a sua linha de meio-campo, composta por cinco elementos, jogou muito recuada, possibilitando a Nani e Tévez alguns lances individuais de relevo. Muito pouco para uma primeira parte, cujo resultado de 0-0 se aceitava.

Bola no poste
Perante as dificuldades em chegar junto à baliza de Edwin van der Sar, Manuel Pellegrini lançou Santi Cazorla na segunda parte, algo que abanou um pouco o jogo. O Villarreal passou a trocar mais a bola no meio-campo inglês, contudo sem grande acutilância e profundidade. Excepção para um lance à passagem da hora de jogo. Ángel López centrou da direita e Guillermo Franco entrou de rompante, desviando a bola de calcanhar. Esta encaminhou-se caprichosamente para o poste direito da baliza de Van der Sar.

Regresso de Ronaldo
Perante esta situação, Alex Ferguson lançou o brasileiro Anderson e o português Cristiano Ronaldo, saudado efusivamente pelo público da casa. E cinco minutos depois, o extremo teve o seu primeiro remate, perigoso, a passe de Tévez, mas Diego López agarrou. A verdade é que a entrada de Ronaldo agitou sobremaneira os acontecimentos, pelo que o golo começou a pairar sobre Old Trafford. O português, aos 71 minutos, lançou Wayne Rooney num rápido contra-ataque e este serviu Tévez na grande área. O argentino, isolado, rematou para a baliza, mas Gonzalo Rodríguez cortou perto da linha de golo.

Grande emoção
Os lances de ataque multiplicavam-se de ambos os lados e, aos 81 minutos, Ronaldo arrancou um excelente cruzamento da direita, ao qual o jovem Jonny Evans acorreu com um "salto de peixe" e um cabeceamento que levou a bola ao poste. O jogo estava ao rubro, com o United mais perto de marcar, mas o Villarreal conseguiu gerir bem a posse de bola nos derradeiros cinco minutos, garantindo um ponto em Old Trafford. Na segunda jornada, o Manchester visita o Aalborg BK, enquanto o Villarreal recebe o Celtic FC.