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Cair de pé

FC Porto 1-0 FC Schalke 04 (total: 1-1, 1-4 nas grandes penalidades)
Lisandro ainda forçou os penalties, mas os alemães foram mais felizes.

Jesualdo Ferreira, treinador do FC Porto
Jesualdo Ferreira, treinador do FC Porto ©Getty Images

O FC Porto despediu-se esta quarta-feira da UEFA Champions League, ao perder por 4-1 frente ao FC Schalke 04 no desempate por grandes penalidades. Lisandro López empatou a eliminatória (1-1) já perto dos 90 minutos, mas os alemães revelaram-se mais felizes na decisão final.

Lisandro dá esperança
Os "dragões" fizeram tudo ao seu alcance para impedir a eliminação, mas a falta de pontaria e uma exibição portentosa do guarda-redes Manuel Neuer pareciam ir cobrir a noite de desilusão para os campeões portugueses no tempo regulamentar. No entanto, o inevitável Lisandro López empatou a eliminatória a quatro minutos dos 90. Mesmo a jogar com dez durante todo o prolongamento, a equipa portuguesa foi a única que tentou evitar as grandes penalidades, sem sucesso. Chegado o momento da verdade, Bruno Alves e Lisandro López deitaram tudo a perder.

Bosingwa...e Tarik
Depois de ter falhado o encontro da primeira mão devido a lesão, Bosingwa voltou ao lado direito da defesa, enquanto Fucile se posicionou do lado contrário. Quem também assinalou o seu regresso ao "onze" portista foi Tarik Sektioui, com o marroquino a relegar Ernesto Farías para o banco de suplentes e a proporcionar, mais uma vez, o papel de avançado-centro a Lisandro López. Do lado do Schalke, o técnico Mirko Slomka também procedeu a duas alterações em relação à partida de Gelsenkirchen, com Ivan Rakitić e Gerald Asamoah a serem rendidos por Carlos Grossmüller e Halil Altıntop.

Neuer afortunado
Os instantes iniciais revelaram algum nervosismo de parte a parte, mas não demorou muito para que o FC Porto assumisse o comando das operações e começasse a construir soberanas oportunidades para empatar a eliminatória. O primeiro desses lances aconteceu aos 12 minutos, quando Lucho González desmacou Lisandro com um passe delicioso, mas o remate do avançado argentino acertou no corpo de Manuel Neuer. O jovem guardião alemão foi ainda mais afortunado no minuto seguinte, altura em que viu Tarik cabecear na sua direcção quando tinha toda a baliza à sua mercê. O golo dos "dragões" adivinhava-se a cada investida, perante um adversário siderado com as múltiplas labaredas.

Schalke "acorda"
Talvez sentindo o perigo e impulsionados pelos seus inúmeros adeptos que fizeram a viagem desde a Alemanha, os visitantes lograram estancar a hemorragia, adormecendo lentamente o adversário. A estratégia permitiu até que os forasteiros tantassem pela primeira vez alvejar a baliza contrária, mas Heiko Westermann errou o alvo aos 27 minutos. Incapaz de se libertar do espartilho alemão, o FC Porto protagonizou apenas mais um lance de relativo perigo até ao intervalo, mais concretamente aos 37 minutos, com Ricardo Quaresma a obrigar Neuer a uma defesa incompleta. O fogo rápido do Dragão, esse, parecia já bem longínquo.

Defesa impossível
O FC Porto regressou dos balneários com vontade de encostar o Schalke às cordas, mas acabou por sofrer um rude golpe logo aos 54 minutos, quando Bosingwa, por sinal um dos jogadores mais empreendedores dos anfitriões, saiu lesionado. Jesualdo Ferreira não pensou duas vezes e arriscou a entrada de Mariano González, passando a jogar praticamente com três defesas. E o golo só não surgiu um minuto volvido porque Neuer fez uma defesa "impossível", negando com o seu milagroso pé esquerdo o cabeceamento à boca de baliza de Tarik.

Fucile expulso
Tal desperdício poderia desmoralizar a mais tenaz das equipas, mas o FC Porto continuou incansável em busca do 1-0. Contudo, o balanceamento atacante ofereceu uma rara e soberana ocasião para o Schalke "matar" a eliminatória, estavam decorridos 65 minutos. Kevin Kuranyi aproveitou uma confusão à entrada da área do FC Porto para rematar na direcção da baliza, valendo aos anfitriões uma defesa providencial de Helton. Com o cronómetro a funcionar a favor do Schalke, o desespero portista foi toldando a sua manobra, algo que atingiu o seu apogeu aos 82 minutos, quando Fucile viu o cartão vermelho directo por uma entrada à margem das leis.

Lisandro faz justiça
E quando parecia que a história estava escrita, o duo argentino do costume fez questão de acrescentar justiça ao marcador aos 86 minutos. Lucho descobriu Lisandro e este rodopiou na direcção da baliza, antes de desferir um fenomenal remate com o pé direito, com a bola a entrar ao ângulo superior direito, sem hipóteses para Neuer. Conseguido o mais difícil e quando já poucos acreditavam, todo o esforço portista quase caiu por terra nos descontos, com Helton a negar o golo a Gerald Asamoah. Apesar do "episódio", o prolongamento revelou-se mesmo inevitável.

Quaresma falha!
Apesar de ter menos um homem em campo, foi o FC Porto quem mais procurou carimbar o passaporte para a ronda seguinte dentro dos 30 minutos suplementares. A alma "azul-e-branca" encheu o relvado, com o Schalke a continuar a sentir muitas dificuldades para chegar com perigo ao último reduto dos líderes da Liga portuguesa. O momento de maior desespero, esse, aconteceu aos 102 minutos. Quaresma roubou a bola ao último homem do Schalke a apareceu isolado perante Neuer, mas acabou por permitir a defesa do guardião. O recém-entrado Marek Cech também esteve perto do segundo golo, mas o seu "chapéu" saiu ligeiramente por cima.

Schalke mais feliz
Tudo gorado, nada mais restou que resolver a contenda nos penalties. Bruno Alves foi o primeiro a tremer da marca de 11 metros, permitindo a defesa Neuer, o mesmo acontecendo com Lisandro López. Assim, coube a Jermaine Jones selar o apuramento do Schalke.