Passeio tranquilo

O Manchester United FC, com Nani e Cristiano Ronaldo no "onze" inicial, garantiu a passagem aos oitavos-de-final da UEFA Champions League quando ainda faltam disputar dois jogos, fruto de uma esclarecedora vitória por 4-0 sobre o FC Dynamo Kyiv. Depois dos golos de Gerard Piqué e Carlos Tévez no primeiro tempo, estreando-se ambos a marcar na competição, Wayne Rooney e Cristiano Ronaldo fecharam o resultado com tentos já perto do final do encontro, selando o quarto triunfo em outros tantos jogos para a formação inglesa, que assim afastou em definitivo o Dínamo da corrida pelo apuramento.

Profundidade
Sir Alex Ferguson tinha falado, antes do jogo, da profundidade do seu plantel e o facto de o United ter vencido tão confortavelmente, mesmo fazendo descansar Rio Ferdinand, Ryan Giggs e Owen Hargreaves, deu razão às palavras do técnico escocês. Ao mesmo tempo, voltou a ficar demonstrada a falta de confiança que paira sobre o Dínamo, a jogar o seu primeiro encontro sob as ordens de Oleh Luzhny, mas que nunca pareceu capaz de conquistar os seus primeiros pontos na presente edição da prova.

Início lento
O United começou o encontro com um quarteto defensivo nada habitual, do qual faziam parte Daniel Simpson e Piqué – dois atletas que não tinham mais de dez minutos jogados esta temporada -, e durante o primeiro quarto-de-hora a equipa não se exibiu ao nível habitual. E foi mesmo o Dínamo a primeira equipa a criar perigo, com Carlos Corrêa a disparar ao lado quando poderia ter feito bem melhor, com a baliza de Edwin van der Sar bem ao seu alcance. Do outro lado do terreno, foi Rooney a criar uma jogada de perigo, cruzando para Nani, que viu o seu remate ser desviado. Mas o United não estava a aproveitar da melhor forma o seu maior tempo de posse de bola.

Golo inaugural
Isso mudou quando Piqué abriu o activo aos 31 minutos, num lance feliz. Michael Carrick correspondeu de cabeça a um livre batido por Cristiano Ronaldo, a bola ressaltou na cabeça de Tévez e foi ter com o jovem defesa espanhol, que cabeceou certeiro para o canto oposto. Tévez marcou o segundo do United aos 37 minutos, quando, depois de ganhar a bola no seu meio-campo, o avançado argentino avançou no terreno, tabelou com Rooney e rematou forte. Olexandr Shovkovskiy ainda tocou com as mãos na bola, mas não evitou que esta entrasse para o fundo das redes.

Muitas oportunidades
Apesar de Ruslan Rotan ainda ter desperdiçado uma boa oportunidade antes do intervalo, Ferguson sentiu-se suficientemente confiante para trocar Van der Sar por Tomasz Kuszczak na segunda parte. E a aposta foi acertada, uma vez que o recém-entrado guarda-redes depressa brilhou ao negar o golo a Diogo Rincón. Surgiram, depois, muitas oportunidades de parte a parte, várias delas desperdiçadas por Tévez, que poderia facilmente ter feito um "hat-trick" neste encontro. Na baliza contrária foi novamente Rincón a falhar, chegando atrasado a um cruzamento-remate de Marjan Marković, antes de Kuszczak negar o golo a Tiberiu Ghioane.

Rooney de primeira
Rooney fez o terceiro golo dos ingleses aos 76 minutos, com um remate de primeira após cruzamento de Nani, antes de Ronaldo entrar pelo flanco esquerdo e rematar com êxito ao canto mais distante. O melhor a que o Dínamo pode agora aspirar é o terceiro lugar - bem longe do alcançado pela equipa quando Luzhny integrava o plantel como jogador em 1999, chegando às meias-finais. Foi, curiosamente, nesse ano que Sir Alex Ferguson e o seu Manchester conquistaram a UEFA Champions League e, depois do melhor início europeu dos últimos cinco anos, o treinador pode começar a pensar com confiança no ataque à reconquista do troféu, quando chegar a Primavera.