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Dudek anseia por nova oportunidade

O guarda-redes do Liverpool vai estar "pronto, fresco e mentalmente preparado" caso seja chamado para repetir o feito heróico da final de 2005 no desempate por grandes penalidades.

Há uma imagem que ficará para sempre gravada no imaginário de Jerzy Dudek. Faltam dois minutos para terminar o prolongamento da final da UEFA Champions League de 2005 e o Liverpool FC, depois de uma heróica recuperação no decorrer da segunda parte, está agora exausto, a tentar aguentar-se até ao apito final. Nesse momento, Andriy Shevchenko avança para responder a um cruzamento vindo da esquerda.

"Confiante"
O guarda-redes polaco efectua uma defesa brilhante, mas não consegue afastar a bola, que fica novamente à mercê do avançado do AC Milan, à boca da baliza. Inacreditavelmente, Dudek consegue recompor-se e colocar o corpo à frente do segundo remate de Shevchenko. Quaisquer dúvidas entre as hostes do Liverpool de que aquela era a sua noite ficaram dissipadas nessa altura. "Ainda tenho essas imagens no meu pensamento", revelou Dudek. "Esse lance fez saltar toda a gente nas bancadas e toda a nossa equipa. Depois disso, fiquei de tal forma confiante que quando chegaram os penalties simplesmente limitei-me a desfrutar do momento. Foi fantástico".

Amigos
Shevchenko e Dudek já tiveram muito tempo para conversar sobre esse momento. Ambos trabalharam como embaixadores da Polónia e da Ucrânia na vitoriosa candidatura conjunta dos dois países para acolher o UEFA EURO 2012™ e celebraram juntos quando os seus países foram anunciados como organizadores do evento, no último mês, em Cardiff, País de Gales. "Desde essa final tenho tido uma ligação próxima com Shevchenko, pelo que já tivemos muitas ocasiões para conversar sobre essa [dupla] defesa. Ele não conseguia acreditar, mas estas coisas acontecem. Pode-se dizer que agora somos amigos. Fizemos um bom trabalho na apresentação [do UEFA EURO 2012™] em Cardiff e, nesse dia, algo que julgávamos impossível revelou-se afinal de contas possível".

"Pressão"
Depois de ter conseguido levar a final de 2005 até ao desempate por grandes penalidades, contra todas as expectativas, Dudek ia dar o tudo por tudo para que a sua equipa erguesse o troféu. O defesa Jamie Carragher recordou-lhe o famoso truque de dobrar os joelhos de Bruce Grobbelaar na final de 1984, frente à AS Roma, e Dudek seguiu o conselho à letra. "Era algo que podia colocar muita pressão sobre os jogadores. Se vemos o guarda-redes fazer o que é hábito nestas situações, então seguimos a nossa rotina habitual a bater penalties. Mas quando vemos alguém a fazer aquela dança, desconcentramo-nos um pouco. A pressão era muita e acabou por surtir efeito".

"A dança de Dudek"
À medida que a tensão crescia, Dudek preparava-se para colocar em prática aquilo para que tinha sido preparado pelo treinador de guarda-redes José Ochotorena e pelo técnico Rafael Benítez. "Trabalhámos muito esse aspecto do jogo", admitiu Dudek. "Estudámo-lo e o Rafa Benítez também deu alguns conselhos. Ele costuma falar connosco antes dos jogos e dizer a direcção dos remates de quem chuta. O segredo está no 'timing' e num pouco de sorte. Se nos lançamos um segundo antes de o penalty ser batido, então não há nada a fazer, porque o penalty vai ser batido para o lado contrário. Resulta muito bem e, na maioria das ocasiões, os conselhos estão correctos. Mas nessa final da [UEFA] Champions League estavam todos a bater os penalties para o lado contrário. Limitei-me então a esperar para ver o que eles iam fazer depois da dança do Dudek".

Preparado
O resto é história. Serginho disparou por cima, Dudek defendeu os remates de Andrea Pirlo e Shevchenko e ofereceu, assim, o quinto título de campeão europeu ao Liverpool. O guardião polaco pode já não ser o titular da baliza dos "reds", mas afirma-se pronto para repetir o seu feito heróico, caso seja chamado. "O patrão pode precisar de todos os jogadores, ele já o disse antes. Preciso de estar a postos e mentalmente preparado, mesmo que não vá jogar de início. Vou fazer tudo o que puder para garantir que o Liverpool vencerá o troféu pela sexta vez. Se o conseguimos da última vez, por que não havemos de o conseguir novamente?".

Este artigo é baseado numa entrevista realizada pelo Magazine da UEFA Champions League, o programa de televisão oficial da competição.