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Cabeça fria, nervos de aço

Dejan Savicevic, um dos heróis na vitória do Milan na final de Atenas frente ao Barcelona, há 13 anos, relembra esse triunfo e deixa conselhos aos "rossoneri" para o encontro com o Liverpool.

Se o AC Milan precisar de alguma inspiração para o encontro da próxima quarta-feira, frente ao Liverpool FC, não precisa de fazer mais do que recordar a final da Taça dos Clubes Campeões Europeus que disputou em Atenas, palco do encontro decisivo deste ano.

Brilho montenegrino
Nessa noite de 1994, frente ao FC Barcelona, o grande Milan de Fabio Capello estava no seu auge e despachou a "Dream Team" de Johan Cruyff por 4-0, realizando uma exibição de sonho, protagonizada em particular por Dejan Savićević, conhecido entre os adeptos "rossoneri" como Il Genio (O Génio). Savićević, actualmente presidente da Federação de Futebol de Montenegro, admite que a equipa sentiu algum nervosismo à medida que se preparava para enfrentar jogadores como Romário, Ronald Koeman ou Hristo Stoichkov, mas o Barcelona acabou por não estar à altura do Milan e os catalães saíram esmagados da capital grega.

Receio
"Nunca vou esquecer esse jogo", confessou Savićević ao uefa.com. "Partimos para Atenas com algum receio. Tínhamos muitos problemas e íamos defrontar uma grande equipa. Mas sabíamos que tínhamos algumas coisas a nosso favor. Éramos muito disciplinados tacticamente e estávamos preparados para um jogo duro. O Barcelona era uma equipa de estrelas, mas nós éramos melhores como conjunto. Talvez não tão espectaculares, mas muito, muito fortes e competitivos, mesmo sem podermos contar com alguns jogadores importantes. Franco Baresi e Alessandro Costacurta, as nossas duas muralhas defensivas, estavam castigados e lembro-me que o Christian Panucci teve de jogar a defesa-esquerdo, enquanto coube a Filippo Galli a difícil tarefa de marcar Romário, o melhor avançado do Mundo na altura".

Romário apagado
Nesse jogo, Romário pouco deu nas vistas. O Milan tomou a iniciativa do jogo e marcou por duas vezes, ambas por intermédio de Danielle Massaro, ainda na primeira parte. O encontro é recordado, porém, pelo minuto dois da segunda parte, altura em que Savićević aproveitou um erro da defesa adversária para surpreender o guarda-redes do Barcelona, Andoni Zubizarreta, com um sensacional chapéu junto à linha lateral. "Vi o Zubizarreta fora da baliza e resolvi tentar a minha sorte. Foi, de facto, um grande golo, um dos melhores que marquei e, sem dúvida, o mais famoso". Marcel Desailly apontou o quarto golo 12 minutos depois e Savićević ergueu o troféu de campeão europeu pela segunda vez em três anos, depois de o ter conquistado em 1991, ao serviço do FK Crvena Zvezda.

"Adversário difícil"
Savićević vai marcar presença na final da próxima quarta-feira e está ansioso por reencontrar algumas caras conhecidas, entre elas Paolo Maldini, que incrivelmente se mantém na equipa, 13 anos após a primeira final de Atenas. "Mal posso esperar por encontrar os meus antigos colegas, relembrar com eles os velhos tempos e, claro, apoiar o Milan mais uma vez". Mas o antigo médio julga que não vai ser fácil para os "rossoneri" vingar a derrota sofrida na final de 2005. "O Liverpool será um adversário difícil. É uma equipa muito forte fisicamente e muito disciplinada. Faz-me lembrar a nossa formação de há 13 anos, mas espero que o Milan possa encontrar o caminho da vitória".

"Magnífico Kaká"
"É muito importante não jogar sob pressão, não pensar na final de Istambul, nem pensar em vingança. Foi um encontro muito particular e não creio que alguma vez se volte a verificar tal cenário. O Milan deve jogar com calma e paciência, de cabeça fria, mas com o coração. Tal como fizemos frente ao Barcelona em Atenas. A maior vantagem do Milan poderá ser a sua experiência. Paolo Maldini, Clarence Seedorf, Fillipo Inzaghi, Andrea Pirlo e Dida, todos eles já disputaram jogos muito importantes. Para além disso, o Milan tem o magnífico Kaká, o que pode ser determinante".