O suspeito do costume
quarta-feira, 11 de abril de 2007
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Os "reds" vão defrontar o Chelsea nas meias-finais da UEFA Champions League com o sonho de conquistar o sexto título europeu.
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O Papa Bento XVI está de boa saúde e o Príncipe Carlos não deve voltar a casar tão cedo, mas o Liverpool FC pode estar a caminho de conquistar a sexta Taça dos Clubes Campeões Europeus do seu historial. A equipa inglesa, cujo último triunfo na prova aconteceu em 2005, ultrapassou facilmente os quartos-de-final da UEFA Champions League com um resultado total de 4-0 frente ao PSV Eindhoven, estando agora a apenas dois jogos de alcançar a segunda final em apenas três anos.
Coincidências
A dramática vitória de 2005 trouxe à memória dos adeptos coincidências curiosas: a morte de dois Papas, em 1978 e 2005, e os casamentos do Príncipe Carlos, em 1981 e 2005, antecederam sempre vitórias dos "reds" na mais importante prova por clubes da UEFA. A história pode não se repetir este ano, mas os adeptos do Liverpool já pensam na final de Atenas.
Imagens repetidas
Esses mesmos adeptos pareceram estar mais à altura do jogo desta quarta-feira do que os jogadores (a primeira parte só foi animada por um remate acrobático de Peter Crouch para defesa elástica de Heurelho Gomes) e os seus cânticos animaram as bancadas de Anfield Road. Ao habitual "Já a vencemos cinco vezes" juntou-se um novo refrão: "É só por empréstimo", cantaram os adeptos, referindo-se ao troféu conquistado na época passada pelo FC Barcelona. Curiosamente, a competição deste ano está a tornar-se idêntica à de 2005, já que, com o apuramento do AC Milan frente ao FC Bayern München, três das quatro equipas semifinalistas desse ano voltam a atingir a mesma fase da prova esta época.
Melhor do que em 2005
A vitória em Eindhoven, na primeira mão, colocou o Liverpool entre os grandes favoritos à conquista da prova, muito embora as expectativas tenham baixado de tom depois de o Manchester United FC ter esmagado a AS Roma e de o Chelsea FC ter alcançado um excelente triunfo no terreno do Valencia CF. Mas se o jogo desta quarta-feira em Anfield não trouxe grandes novidades, há algumas razões de peso para considerar esta equipa do Liverpool melhor do que a que conquistou a Europa em 2005.
Descanso para Carragher
Mesmo sem o carismático Jamie Carragher e Steve Finnan na equipa, por opção, a defesa do Liverpool controlou por completo o jogo com o PSV. As entradas de José Reina, Daniel Agger e do recém-contratado Álvaro Arbeloa no "onze" demonstram, por isso, que a defesa inglesa está claramente melhor do que em 2005.
Meio-campo de luxo
O treinador da turma britânica também se deu ao luxo de poupar jogadores importantes no meio-campo. Steven Gerrard e Javier Mascherano, que tem brilhado a grande altura desde que chegou ao Liverpool, tiveram uma noite de folga, com Mohamed Sissoko e Xabi Alonso a controlarem a zona intermediária, onde Jermaine Pennat demonstrou toda a sua criatividade. Juntando Mark González à equação, não é difícil perceber que a equipa tem mais soluções para essa zona do terreno do que em 2005.
Crouch em grande forma
A vitória na final de Istambul aconteceu depois de nenhum dos avançados da equipa ter marcado mais do que dois golos na competição. Agora, o Liverpool tem um goleador em grande forma: o inimitável Peter Crouch arrumou com as ténues esperanças do PSV ao marcar o seu sexto golo nesta edição da UEFA Champions League, provando que está a gozar o seu melhor período de forma ao serviço dos "reds". Apesar de todos os ingredientes estarem prontos, o destino do Liverpool na competição não está apenas nas suas mãos: o instinto de Didier Drogba, a classe de Kaká e a criatividade de Cristiano Ronaldo podem acabar com o sonho de uma equipa que, para provar que é ainda melhor do que em 2005, não tem outra solução a não ser vencer em Atenas no dia 23 de Maio.