Fyssas acredita na reviravolta
quarta-feira, 23 de agosto de 2006
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O ex-benfiquista regressa à sua terra natal depois de ter marcado o autogolo que ditou a derrota do Hearts na primeira mão, mas acredita numa vitória sobre o AEK.
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Apenas dois emblemas escoceses alcançaram, até agora, a fase de grupos da UEFA Champions League - o Rangers FC e o Celtic FC -, mas se o Heart of Midlothian FC, onde actuam os portugueses Bruno Aguiar, José Gonçalves e Tiago Costa, quiser juntar-se a esse grupo restrito, então terá de virar a desvantagem de 2-1 concedida diante do AEK Athens FC. O ex-benfiquista Panagiotis Fyssas regressa esta noite à sua terra natal, após ter marcado, em tempo de descontos, o autogolo que ditou a derrota dos escoceses em casa, na primeira mão.
Respeito
"Criou-se na Grécia a ideia de que o Hearts não era tão bom quanto isso e fiquei muito zangado e desapontado”, afirmou ao uefa.com o internacional grego, de 33 anos, que já passou pelo Panionios NFC, Panathinaikos FC e pelo Benfica, onde se sagrou campeão antes de ingressar no clube escocês. "Eles não devem saber que nos faltavam muitos jogadores, devido a lesão, e que Julien Brellier e Deividas Cesnauskis ficaram à última hora de fora. Pensei que as pessoas tinham entendido isso na Grécia. Não compreenderam e é por isso mesmo que tudo farei para que esta noite o Hearts possa seguir em frente e jogar bem como equipa”.
Regresso a casa
Fyssas, um dos campeões da Europa em 2004, tem sido o centro das atenções nesta viagem a Atenas, mas o jogador descarta qualquer significado pessoal relativamente ao confronto com o rival do seu ex-clube na Grécia: “Sabia que algum dia aqui regressaria para defrontar uma equipa grega nas competições europeias, pelo que esperava por isto há muito tempo”, afirmou o lateral-esquerdo. “Contudo, agora que está a acontecer, não sinto que seja muito importante. É-o muito mais para a minha equipa. Sabemos que não estivemos ao nosso melhor nível na primeira mão, mas não nos é permitido sermos negativos no futebol. Podemos mostrar diante do AEK que afinal não somos assim tão fáceis de bater. O Hearts chega a Atenas com o pensamento na vitória e em seguir em frente”.
Memórias olímpicas
Para se qualificar para a fase de grupos, o Hearts terá de fazer algo nunca antes alcançado por uma equipa grega: vencer uma eliminatória europeia em pleno solo grego. Contudo, o AEK, que actua agora no Estádio Olímpico, precisamente o palco da final deste ano, terá de contar com o facto de Fyssas ter excelentes recordações do relvado onde se disputará este segundo jogo. Afinal de contas, o esquerdino passou cinco anos de sonho no Panathinaikos, conjunto que ali realiza os seus jogos.
“Excelente atmosfera”
"Lembro-me que era sempre muito difícil jogar no antigo estádio do AEK, o Nikos Goumas. Durante os cinco anos passados no Panathinaikos nunca lá ganhei”, afirmou. "Conheço o Estádio Olímpico muito bem, pois o Panathinaikos joga lá e gera-se uma excelente atmosfera. Os adeptos estarão mais longe do relvado, pelo que pode não ser tão intimidante como o antigo recinto, demolido no ano passado. Vamos entrar em campo com um estado de espírito positivo”.
Portugueses ausentes
O Hearts não poderá contar com o avançado checo Roman Bednář, lesionado, nem com o castigado Bruno Aguiar, expulso na primeira mão, mas os ausentes do jogo de há duas semanas estão de regresso, ao passo que os outros dois atletas lusitanos não foram chamados. O guarda-redes do AEK, por seu turno, sofreu um acidente de viação e não pode actuar. Stefano Sorrentino será substituído por Dionisios Chiotis - que se estreou em 2001 diante do rival do Hearts, o Hibernian FC. Também o defesa Giorgios Alexopoulos, por lesão, e os recentes reforços Andrija Delibašić (ex-Braga), Vassilios Zikos, Ifeanyi Udeze e Manduca (emprestado pelo Benfica), que chegaram para lá do prazo de inscrições, estão impedidos de jogar. "Respeitamos o Hearts, mas queremos atacar e não apenas defender o resultado que obtivemos na Escócia”, afirmou o treinador Lorenzo Serra Ferrer.