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Uma noite para recordar

O Arsenal não realizou uma exibição brilhante em Highbury, mas Arsène Wenger estará satisfeito com a vantagem conseguida frente ao Villarreal.

Arsène Wenger apelara para que o Arsenal FC aproveitasse o momento. Depois de oito anos a tentar chegar tão longe na competição, o clube não poderia deixar passar esta oportunidade. O técnico dos "gunners" protagonizou demasiadas saídas prematuras da UEFA Champions League para deixar de assinalar este último jogo europeu em Highbury com uma vitória. Os adeptos sentiram-no. Ao contrário dos jogos com a Juventus e Real Madrid CF, nas rondas anteriores, as expectativas estavam altas, tendo passado de equipa com fortes probabilidades de ser eliminada a favorita, frente ao Villarreal CF. Será que a importância do jogo abateu-se sobre a jovem equipa de Wenger?

Medidas de emergência
De todas as fórmulas para o sucesso planeadas por Wenger ao longo dos anos, nunca nenhuma havia tomado esta forma. Wenger construiu equipas fortes e mais experientes, mas na Europa não houve nenhuma com maior êxito do que esta, não obstante a onda de lesões. Um lateral-esquerdo a jogar fora da sua posição, um defesa-direito pouco conhecido antes da eliminação do Real, um central considerado uma má aposta e um jovem médio lançado às feras, para muitos com uma temporada de antecedência.

Expectativas reduzidas
Quando menos se esperava do plantel de Wenger, os jogadores deram o seu melhor. Talvez o técnico contasse com isso. Afinal, nos últimos anos da UEFA Champions League não será novidade as equipas menos favoritas conseguirem algum destaque. Não é algo que esteja, normalmente, associado ao Arsenal, embora quando sujeita a menor pressão a equipa tenha actuado com maior confiança e convicção. FC Porto e AS Monaco FC alcançaram a final em 2004, enquanto o Bayer 04 Leverkusen teve o seu momento de glória dois anos antes. Quando as expectativas são mais baixas, a determinação é preponderante, como ficou claro quando o Liverpool FC esteve a perder por três golos e virou o resultado frente ao AC Milan, na final do ano transacto.

Conto de fadas
O que dantes era pouco habitual está a tornar-se na norma. Basta perguntar aos adeptos do Villarreal, que acrescentaram Londres às cidades europeias visitadas na temporada de estreia do clube na competição. Diego Forlán e Juan Román Riquelme podiam sonhar em chegar a uma final da UEFA Champions League quando estavam no Manchester United FC e FC Barcelona, respectivamente, mas quem diria que essa oportunidade poderia chegar no Villarreal?

Nervos assumem comando
Os dois jogadores desempenharam papéis fundamentais em Highbury, onde o Villarreal demonstrou a razão de ter chegado tão longe na prova. O Arsenal iniciou a partida com o empenho e determinação que os adeptos da casa esperavam na fase final desta campanha extraordinária, mas com o golo a tardar os nervos pareceram surgir pela primeira vez. Emmanuel Eboué esteve muito recuado quando deveria atacar, os passes de Cesc Fabregas não se revelaram tão certos e Thierry Henry pareceu muito sozinho na frente de ataque. O Villarreal cresceu na partida, congestionando o espaço à frente da sua área e pondo cobro às tentativas de passe do Arsenal. Alessio Tacchinardi, Marcos Senna e Juan Pablo Sorín alinharam no meio-campo, dando a Riquelme a possibilidade de comandar o jogo. A atmosfera festiva de Highbury ficou tensa.

Missão cumprida
No entanto, Wenger tinha falado de crença e união, sendo que quando foi necessário a equipa provou isso mesmo. Kolo Touré esteve enorme na defesa e o Arsenal voltou não sofrer golos, o que acontece pela nona ocasião consecutiva. E desta vez acrescentou força a um ataque obrigado a lutar pela posse de bola. O golo da vitória chegou pouco antes do intervalo, embora não da forma a que Highbury está habituado. O Villarreal impediu os jovens de Wenger de aplicarem o seu futebol corrido, mas quando soou o apito final e a tensão deu lugar ao alívio, fizeram exactamente o que lhes foi pedido: desfrutaram do momento.

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