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Ronaldinho faz renascer o Barça

O virtuosismo de Ronaldinho e o talento de Lionel Messi permitiram ao Barcelona dar a volta no jogo com o Chelsea, reduzido a dez durante grande parte da partida.

"Às vezes há pessoas bonitas que não têm nada na cabeça". Foi assim que o treinador do Chelsea FC, José Mourinho, comentou o estado do relvado de Stamford Bridge antes da recepção ao FC Barcelona. "Há outras que são feias mas são inteligentes, como os cientistas. O nosso relvado pode ser incluído no segundo grupo". O português parecia que estava a adivinhar aquilo que se iria passar em campo, na primeira mão dos oitavos-de-final da UEFA Champions League. Durante grande parte do encontro, a força levou a melhor sobre a técnica, até à altura em que Ronaldinho, o mais tecnicista de todos os jogadores em campo, provocar um final de jogo emocionante.

Tranquilo
Durante o aquecimento, o brasileiro parecia pairar sobre o relvado em mau estado. Enquanto os seus colegas se aplicavam em cansativos exercícios de aquecimento, Ronaldinho driblava com a bola de um lado ao outro. Quando a equipa visitante recolheu ao balneário, o organizador de jogo dos catalães ficou em campo, a trocar bolas com um batalhão de apanha-bolas que tinham ido ver o espectáculo para trás da baliza.

Coesão defensiva
No início de jogo, o brasileiro não mudou de ritmo e começou por adaptar-se ao relvado lamacento no lado esquerdo do ataque, tendo-se mais tarde deslocado para o centro do terreno, onde desde logo marcou presença ao efectuar um vistoso toque de calcanhar. Pouco depois, marcou o tom da primeira parte quando foi solicitado por um passe de Lionel Messi. Contudo, o central português Ricardo Carvalho cortou espectacularmente o lance e afastou a bola para longe. A equipa espanhola dominava o jogo, mas o Chelsea mostrava-se seguro nas acções defensivas.

Expulsão de Del Horno
Ronaldinho contribuiu pouco para o perigo causado pelo Barcelona durante a primeira parte. Em vez disso, coube ao jovem Lionel Messi criar os principais problemas à equipa da casa. O argentino esteve na jogada que levou à expulsão de Asier Del Horno, facto que colocou os "blues" com árdua tarefa para o que restava da partida. Mas José Mourinho reorganizou a equipa ao lançar Geremi para o lugar de Joe Cole. Quando, aos 59 minutos, Thiago Motta fez um autogolo parecia que o Chelsea estava a caminho de uma vitória improvável.

Momento decisivo
Este terá sido o momento que despertou o camisola dez do Barça. O brasileiro, que até então tinha estado adormecido, acordou para o jogo e marcou um livre tenso, desviado por John Terry para a própria baliza. O guarda-redes Peter Čech nada pôde fazer para evitar o empate. Com uma brecha na muralha, a defesa do Chelsea desorganizou-se e o jogo entrou num período de 20 minutos finais verdadeiramente frenéticos. O segundo golo dos catalães foi sendo adiado pelo ferro da baliza contrária e pela atenção dos defesas, que afastaram algumas bolas sobre a linha de golo. A dez minutos do final, Ronaldinho voltou a fazer magia ao estar no início da jogada que permitiu a Samuel Eto'o marcar o golo da vitória do Barcelona.

Déjà-vu
Até então, o astro brasileiro tinha estado tão discreto que os adeptos do Chelsea, durante a primeira parte, entoaram em cânticos a pergunta "who are you"? ("quem és tu?) Certamente que os ingleses não gostaram da resposta. Mas nem tudo está perdido para a equipa de Mourinho. Na época passada, na primeira mão desta fase, os londrinos também estiveram a vencer graças a um autogolo, viram igualmente um jogador ser expulso e também foram derrotados por um golo de Eto'o. No segundo encontro, os ingleses venceram por 4-2 e seguiram em frente graças a um resultado de 5-4 no conjunto dos dois jogos.

Imitar o Barcelona
Mas há, contudo, uma diferença. É que no ano passado a primeira mão realizou-se em Camp Nou e o jogo decisivo teve lugar em casa do Chelsea. Desta vez, a equipa britânica não vai poder beneficiar do factor casa para tentar inverter o resultado e conseguir marcar pelo menos dois golos. Mas se o Chelsea conjugar inteligência e beleza, como fez o Barça nos últimos 30 minutos do jogo de quarta-feira, então os homens de Mourinho ainda podem sonhar.

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