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Benfica invade Paris

A imensidão de emigrantes portugueses presentes para apoiar o Benfica contra o Lille contribuiu para estabelecer um novo máximo de espectadores no Stade de France.

Uma espantosa afluência de adeptos portugueses no jogo contra o Benfica ajudou o LOSC Lille Métropole a estabelecer um novo recorde de assistência no Stade de France.

Novo máximo
O anterior jogo do Lille para a UEFA Champions League, contra o Manchester United FC, levou 66,470 adeptos ao recinto, naquele que foi o anterior máximo de espectadores para um clube francês numa prova europeia. Esse registo durou apenas três semanas, pois na terça-feira mais de 76 mil espectadores lotaram o estádio nacional da França. O Lille vendeu 177 mil bilhetes para os três jogos do Grupo D, facto que justifica a escolha de jogar em Paris, mas o facto é que cabe ao Benfica muito desse crédito.

Apoio dos emigrantes
Estima-se em mais de 40 mil o número de portugueses que foram apoiar os "encarnados". Cerca de cinco mil vieram de Portugal, com os restantes a pertencerem à vasta comunidade de emigrantes, que vieram não só da região de Paris, mas também de outras cidades francesas e de países vizinhos como o Luxemburgo, Suíça, Bélgica e Holanda.

Mar vermelho
Tamanho número de adeptos criou uma atmosfera especial antes do pontapé de saída, com milhares de adeptos do Benfica - uns falando em francês outros em português - a peregrinarem a Saint-Denis. À volta do estádio, as bancas vendiam tudo o que havia para os adeptos: desde cachecóis, chapéus a bandeiras portuguesas. O difícil era encontrar alguém que vendesse produtos do Lille.

Balões encarnados
No estádio só se via vermelho, a cor proeminente dos dois clubes. No início do jogo, milhares de balões vermelhos foram lançados, ficando a dúvida de saber quem era o clube com mais adeptos. Essa dúvida dissipar-se-ia passados 30 segundos, pois uma arrancada de Nelson foi saudada por um ruído imenso. O grito 'Benfica! Benfica!' seguiu-se segundos depois e voltava com intervalos regulares, facto que terá, certamente, incomodado os jogadores do Lille, que jogavam em "casa".

Nascido em França
O médio do Benfica, Petit, previra que os "adeptos iriam fazer com que jogassem em casa", facto que veio a acontecer. Como tantos portugueses, Petit, nascido em Estrasburgo, tem fortes ligações a França. Nos anos 60 milhares de pessoas deixaram Portugal - na altura sob o opressivo regime de Salazar - e rumaram a França e outras partes da Europa. Em 1975, a França era pátria de 750 mil portugueses e, apesar de esse número ter diminuído, só a região de Paris tem cerca de 500 mil portugueses.

Fenómeno de popularidade
Durante esse período, o Benfica, sob o reinado de Eusébio, era um dos gigantes da Europa, tendo-se sagrado campeão Europeu em 1961 e 1962. A imensa popularidade do clube levou-os a serem apelidados de "equipa de Portugal" e apesar de a boa forma do clube ter decrescido desde então, o Benfica ainda é um verdadeiro fenómeno de popularidade.

Embaixador
Muitos emigrantes mantêm um vínculo afectivo aos "encarnados", que têm cerca de 155 mil membros nas Casas do Benfica espalhadas por todo o mundo. Uma equipa da Ligue 2 francesa, o US Créteil Lusitanos, cujo presidente, Armando Lopes, é sócio do Benfica, espera erguer a primeira Casa do Benfica em Paris. Para tal conta com um grande apoio. Na segunda-feira, o presidente do Benfica, Luis Filipe Vieira, e Eusébio, que desempenha o papel de embaixador do clube, estiveram presentes numa gala em Creteil para apoiar a ideia. Cerca de 400 pessoas testemunharam o evento.

"Atmosfera fantástica"
As hipóteses de o Benfica regressar ao Stade de France para disputar a final da UEFA Champions League, em Maio, parecem reduzidas. Apesar do grande apoio, o nulo desta quarta-feira não permitiu ao Benfica sair do último posto do Grupo D. Ronald Koeman afirmou: "É uma pena. O ambiente foi fantástico e teria sido óptimo ganhar o jogo para o dedicar aos adeptos".

Reportagem adicional de Hugo Pietra