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Benfica "acorda" United

A jovem equipa do Manchester United protagonizou uma boa exibição no jogo com o Benfica, numa noite repleta de memórias.

Para um adepto do futebol crescido em Inglaterra na parte final do século XX, houve dois factos que foram elevados à condição de mitos: a vitória da selecção inglesa no Campeonato do Mundo de 1966, seguida do triunfo do Manchester United FC sobre o Benfica, por 4-1, na final da Taça dos Campeões Europeus, disputada no Estádio de Wembley.

"Alívio da dor"
Nesse dia de Maio de 1968, foram derramadas lágrimas em memória dos jogadores e dirigentes do United que faleceram dez anos antes num acidente de aviação, quando regressavam à sua cidade vindos de Belgrado, após um jogo dos quartos-de-final da Taça dos Campeões Europeus. O treinador Sir Matt Busby e o capitão Bobby Charlton sobreviveram à tragédia e escreveram o último capítulo da história da melhor forma possível. "O momento em que Bobby levantou a taça aliviou-me. Aliviou a dor da culpa de viajar pela Europa", afirmou Sir Matt.

Ocasião especial
Ao contrário do que se podia esperar nestes anos de intensa competição internacional, o United e o Benfica nunca mais se encontraram desde essa final, o que transformou este jogo numa ocasião muito especial, pelo menos para a equipa de Old Trafford. O clube deu o seu melhor para recordar o passado, organizando um jantar de comemoração na véspera da partida e elaborando um programa de jogo com uma capa que fez lembrar o da final de 1968, com palavras maravilhosas proferidas na altura, como as já citadas de Busby.

Vitória difícil
Infelizmente, como acontece muitas vezes, a pressão do momento não permitiu que a noite de terça-feira fosse muito sentimental e a história passou quase despercebida depois da difícil vitória, por 2-1, conseguida pelo United. A pressão em questão, pelo menos para a equipa inglesa, tinha a ver com o facto de estar em perigo de passar cinco jogos seguidos sem ganhar, o que aconteceria pela primeira vez em sete anos.

Golo tardio
Isso podia mesmo ter sucedido se Ruud van Nistelrooij não tivesse marcado um golo nos minutos finais, depois de o capitão do Benfica, o excelente Simão Sabrosa, ter respondido a meio da segunda parte com um livre directo soberbo ao tento apontado por Ryan Giggs no primeiro tempo. O golo de Simão abriu caminho a um final emocionante de uma partida que se revelou interessante desde o seu início.

Apoio dos adeptos
Os adeptos do United, que tinham criticado o treinador Sir Alex Ferguson após a derrota do fim-de-semana passado com o modesto Blackburn Rovers FC, apoiaram a sua equipa e o técnico desde o princípio, mas os cerca de 3,000 adeptos do Benfica presentes em Old Trafford responderam à letra, criando um ambiente espectacular durante o encontro.

Defesa jovem
Mesmo sem a presença do castigado Wayne Rooney, o jogo foi uma antevisão do futuro para o United, que contou com um onze renovado, com os jovens Kieran Richardson, Phil Bardsley e John O’Shea de início. Outro jovem, o extremo português Cristiano Ronaldo, contratado em 2003 ao Sporting, estava ansioso por complicar a vida aos seus antigos rivais de Lisboa, enquanto o menos dotado, mas igualmente valioso, Darren Fletcher, trabalhava ao seu lado de forma incansável no meio-campo.

Experiência de Giggs
Sir Alex conhece, no entanto, melhor do que ninguém a importância de jogadores mais experientes, como Giggs. "Para além de ter feito uma boa exibição, ajudou Kieran Richardson durante todo o jogo, dizendo-lhe quando devia atacar", comentou o técnico do United.

Esperanças
Ver o conhecido Ronald Koeman no banco do Benfica serve para lembrar que os campeões portugueses têm este ano esperanças de conseguir melhores resultados na Europa do que nas últimas temporadas. "Jogámos para ganhar", disse Koeman. "Tivemos uma ou duas oportunidades, mas eles ainda possuem alguns avançados muito bons, apesar de terem também uma defesa jovem".

Convidado de honra
Eusébio, convidado de honra da partida, teve razões para ficar orgulhoso com a forma como os jogadores do Benfica representaram o clube, mas talvez ambas as equipas tenham de percorrer ainda um longo caminho antes de concretizarem o sonho de imitar as lendas de 1968.

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