Touré dá esperança ao Arsenal
terça-feira, 1 de março de 2005
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O Arsenal tem legítimas esperanças de seguir em frente, depois do golo marcado na Alemanha, frente ao Bayern.
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Por Andreas Alf
Depois de a sua equipa ter concedido um golo nos últimos minutos do encontro em que derrotou o Arsenal FC, por 3-1, a contar para a UEFA Champions League, na passada semana, o treinador do FC Bayern München, Felix Magath, mostra-se um pouco desiludido. Enquanto os adeptos do clube bávaro celebraram depois do apito final, Magath não conseguia esconder a sua frustração.
Golo da esperança
"Tivemos a oportunidade de deixar o Arsenal sem qualquer hipótese", afirmou. "Estavam derrotados e conseguiram ficar com algumas esperanças". Deste ponto de vista, o Bayern perdeu a ocasião de praticamente qualificar-se de imediato para os quartos-de-final, mas, ao permitir que Kolo Abib Touré marcasse no Olympiastadion, deixou em aberto o futuro da eliminatória.
Semana de ansiedade
Agora, os campeões europeus de 2001 encaram uma semana de ansiedade antes de viajarem até Highbury, sem certezas de qualificação. "É culpa nossa", afirmou Magath. "Iremos agora enfrentar um inferno em Londres. O Arsenal é capaz de marcar três ou quatro golos nos 90 minutos. Ninguém sabe se eles jogarão tão mal (como o fizeram em Munique) de novo. É por isso que estou tão irritado com o golo que sofremos".
Arsenal em dificuldades
Quase de certeza que o treinador do Arsenal, Arsène Wenger, que passou o jogo de Munique com as mãos na cabeça, tem a noção que a sua equipa terá grandes dificuldades em alcançar a qualificação. "É claro, pois o Bayern venceu. Mas eles jogaram extraordinariamente bem".
'Killer instinct'
Para Magath, o Bayern ainda não está ao seu melhor nível. O técnico pretende que a sua equipa alcance um nível ainda mais elevado, mas, apesar dos golos de Roy Makaay e Claudio Pizarro, não concorda que a sua equipa tenha sangue frio diante da baliza. Daí ter dito certa vez: "Falta-nos o 'killer instinct'".
Frings falha
Isso mesmo ficou em evidência na última terça-feira quando Torsten Frings falhou um lance em que estava isolado. "O próximo jogo com o Arsenal não teria grande importância se Torsten tivesse sido mais tranquilo frente a Jens Lehmann", afirmou Magath. Frings desculpou-se, dizendo: "A bola escapou-se do meu pé apenas um bocadinho".
A questão da concentração
Para muitos, a falta de concentração é a principal diferença entre este Bayern e aquele que venceu a Liga dos Campeões há quatro anos. Stefan Effenberg, Mario Basler e Giovane Elber faziam parte de uma equipa que raramente desperdiçava ocasiões de golo.
'Melhorámos'
"Não tenho dúvidas que a minha equipa possui classe", afirmou Magath. "Mas uma equipa de topo tem de reagir de forma mais agressiva e determinada a situações como esta. Temos melhorado desde o início da temporada, mas temos de manter este crescimento se quisermos alcançar grandes troféus".
'Choque de aviso'
O golo de Touré pode ter tirado o sono a Magath, mas o presidente do Bayern, Karl-Heinz Rummenigge, parece estar muito satisfeito. "O golo de Touré foi um choque que nos deixou avisados. Permitiu-nos perceber que teremos de nos apresentar muito concentrados em Inglaterra".
Imagem de marca
A concentração foi a imagem de marca de outras grandes equipas do Bayern. Se os homens de Magath provarem em Highbury que possuem a mesma frieza de outras lendas do clube, como Franz Beckenbauer, Gerd Müller e Lothar Matthäus, então talvez consigam levar novamente a taça para Munique.