Noite triste para Govou

Por Alison Ratcliffe

Com o Olympique Lyonnais à procura de recuperar da desvantagem de dois golos frente ao FC Porto, a equipa francesa recebeu uma péssima notícia na véspera da segunda mão dos quartos-de-final da UEFA Champions League, ao confrontar-se com a indisponibilidade de Sidney Govou.

Noite de ansiedade
O jogador, de 24 anos de idade, sofreu uma lesão durante a derrota (1-2) do Lyon frente ao Olympique de Marseille no passado fim-de-semana, e irá assistir à partida desta quarta-feira na bancada. Será, certamente, uma noite de ansiedade para Gouvou, que estará na expectativa de ver os seus companheiros de equipa marcarem os golos necessários para garantir a passagem às meias-finais.

Empenho limitado
Estar tão empolgado com um jogo de futebol é quase um milagre para um jogador que, na sua adolescência, não mostrava levar muito a sério a sua carreira como desportista. Como contou à revista "Champions", Govou apenas enveredou pela carreira de futebolista porque "nenhum outro desporto" o atraiu.

Pai futebolista
No entanto, depois de anos de treinos esporádicos e de tempo gasto a pensar numa carreira como fisioterapeuta ou professor de desporto, Govou decidiu seguir as pisadas do seu pai, em tempos jogador do CO Le Puy, um clube dos escalões secundários. Foi assim que abraçou o profissionalismo, assinando pelo Lyon aos 17 anos de idade.

Influência paternal
O seu pai teve alguma influência na decisão, mas Govou realça que nunca foi obrigado a jogar. "Não, ele apoia-me mais do que me aconselha", disse. "Vê todos os meus jogos e segue os meus progressos, mas não anda sempre atrás de mim a dar-me conselhos. Ele deixa-me enfrentar as coisas".

Dois títulos
Essa atitude funcionou às mil maravilhas, já que Govou venceu dois campeonatos franceses ao serviço do Lyon, foi pretendido pela Juventus e teve um papel preponderante na vitória da França na Taça das Confederações de 2003, tendo deixado a posição de ponta-de-lança para jogar na ala direita.

Jogador incompleto
Rápido e forte, Govou dá dinamismo à equipa de Paul Le Guen. Ainda assim, o jogador entende que ainda tem aspectos a melhorar. "Gostaria de melhorar o meu controlo de bola", disse. "Preciso de encontrar melhores posições para receber a bola e encontrar melhores locais para fazer golos".

Energia e flexibilidade
Porém, apesar de não ter levado muito a sério os primeiros anos da sua carreira, há poucas dúvidas sobre o seu empenho actual para com a sua profissão. Raymond Domenech, seu antigo treinador nos Sub-21 da França, certamente ficou atraído pela energia e flexibilidade de Govou, ao afirmar que: "É um jogador muito disciplinado e fará o que for necessário para ajudar a equipa".

Adeptos fervorosos
Essas características valeram a Govou o forte apoio dos jogadores do Lyon e dos próprios adeptos da equipa, restando poucas dúvidas de que está feliz por ter escolhido a carreira de futebolista. "Não mudaria nada no meu modo de vida", disse. "Ganha-se muito dinheiro a jogar futebol, pelo que há que fazer algumas concessões, até porque estamos constantemente a ser avaliados".

Cabeça fria
Sempre pragmático, apesar de toda a atracção inerente à Liga dos Campeões, Govou está, evidentemente, concentrado na carreira do Lyon no campeonato francês. "A Liga dos Campeões é um objectivo", afirmou, recentemente, à revista francesa "France Football". "Mas o mais importante é conseguirmos a qualificação de novo".

Motivos para festejos
No entanto, caso os seus companheiros de equipa lhe concedam a oportunidade de jogar nas meias-finais da Liga dos Campeões, até o mais frio dos adeptos sentir-se-á tentado a comemorar.

Esta é uma versão editada de um artigo publicado no terceiro número da Champions, a revista oficial da Liga dos Campeões, que já está à venda. Clique aqui para a subscrever.