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"O futebol é de loucos"

Paul Simpson faz o rescaldo das emoções daquela que ficará na história, como uma das semanas mais incriveis da Liga dos Campeões.

Por Paul Simpson

"O Futebol é de loucos!" - Foi com esta eloquência que Sir Alex Ferguson definiu o desporto, logo após a final da Liga dos Campeões de 1999. E talvez seja esta a melhor forma de resumir o que se passou esta semana na prova rainha do futebol europeu: Uma das incríveis na história da competição.

Adeus "monstros"
Não é todos os dias que os líderes da Serie A, Primera División e Premiership são eliminados de uma só vez da Liga dos Campeões, especialmente quando estamos a falar de "monstros" como o AC Milan, Real Madrid FC e Arsenal FC e, ainda por cima, quando todos eles haviam partido em vantagem - independentemente desta ser maior ou menor - para os jogos da segunda mão.

Todos podem acreditar
Das quatro equipas que permaneceram em prova, apenas o FC Porto já foi campeão da Europa, em 1987. Para o treinador português, José Mourinho, a competição está agora mais aberta do que nunca. "Pensamos que podemos vencer o RS Deportivo La Coruña, mas como eles ultrapassaram o Milan, também acreditam que nos podem derrotar. Por outro lado, o Chelsea FC derrotou o Arsenal e ganhou maior confiança para tentar vencer um AS Monaco FC que, por seu turno, bateu o Real Madrid e acredita, mais do que nunca, que poderá eliminar os ingleses", explanou o técnico portista.

Milagres ou optimismo
No meu último artigo levantei a seguinte questão: "seria alguém capaz de travar o Milan?". O Deportivo deu uma resposta capaz no Riazor. Apenas os tolos, os exageradamente optimistas ou o treinador do Depor, Javier Irureta, poderiam alguma vez acreditar na conquista da eliminatória, depois dos galegos terem perdido por 4-1 em San Siro. "No futebol, os milagres acontecem. Mas são momentos para os quais a nossa mente, quase sempre racional, não está definitivamente preparada", afirmou Irureta.

Dá para acreditar?
Os próprios jogadores do Corunha não acreditavam que estavam a ganhar por 3-0 ao intervalo e, quando chegaram ao balneário, estavam tão entusiasmados que nem conseguiam parar de falar uns com os outros. No entanto, o Depor já havia conseguido recuperar uma eliminatória de forma idêntica, quando, em 2001, esteve a perder por 3-0 diante do Paris Saint-Germain FC e acabou por vencer por 4-3. No entanto, nunca na sua carreira a equipa espanhola havia ridicularizado um campeão da Europa.

Futebol telepático
Por vezes, a forma como o ataque dos espanhóis fluiu, a forma instintiva como a bola era colocada no espaço exacto, à hora certa e para um jogador perfeitamente desmarcado, chegou a encantar. Fez-me lembrar a famosa frase de Tom Finney, realtivamente à grande equipa húngara de 1953: "Jogou-se futebol telepático naquele relvado". Se não foi isso que aconteceu... andou lá perto.

Falhas nada habituais
Certamente que o leitor não quereria estar na pele do treinador milanês, Carlo Ancelotti. Deve ser doloroso ver jogadores experientes como Dida, Paolo Maldini, Alessandro Nesta ou Gennaro Gattuso cometerem erros nada normais, mas cruciais para o desfecho da eliminatória. Uma das questões levantadas durante esta época tem sido a forma como as equipas italianas - supostamente as que deveriam defender melhor, ou não fosse a Itália o país do "catenaccio" - têm sofrido golos em série. Lázio, Inter e Milão concederam quatro ou mais golos num só jogo durante a prova, tendo os romanos e a equipa que recentemente eliminou o SL Benfica da Taça UEFA sofrido quatro e cinco golos, respectivamente, nos seus próprios terrenos.

Chelsea quer fazer história
Mas a tradição italiana ainda não morreu. Um dos semi-finalistas defende à maneira transalpina e apenas sofreu um golo nos jogos realizados fora de casa, durante todo o torneio. Essa equipa, o Chelsea, é treinada pelo italiano Claudio Ranieri - antigo jogador do AS Roma - que, apesar da histeria dos media ingleses para o demover do lugar que ocupa, tem aguentado a pressão e começa a colher os louros de uma época difícil mas positiva. O Chelsea é, neste momento, um forte candidato a tornar-se na primeira formação de Londres campeã da Europa, apesar de não ser de descartar uma repetição do famoso jogo em que o Mónaco bateu o Corunha por 8-3 na fase inicial da prova.

Paul Simpson é editor da Champions, a revista oficial da Liga dos Campeões. Clique aqui para subscrever a publicação (versão inglesa).

As opiniões expressas neste artigo são da autoria do jornalista e não reflectem necessariamente as visões da UEFA.

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