Oficial da Champions League Resultados em directo e Fantasy
Obtenha
O UEFA.com funciona melhor noutros browsers
Para a melhor experiência possível recomendamos a utilização do Chrome, Firefox ou Microsoft Edge.

Crónica de uma hecatombe

o Milan foi goleado pelo Deportivo e ficou pelo caminho na Liga dos Campeões.

Por Paul Saffer

Quando o AC Milan, actual detentor da UEFA Champions League, chegou ao estádio do RC Deportivo La Coruña para disputar a segunda mão dos quartos-de-final, parecia que a qualificação dos italianos para as meias-finais estava mais do que assegurada, face à expressiva vitória por 4-1 alcançada no primeiro jogo.  

'Missão impossível'
Até o próprio técnico do Deportivo, Javier Irureta, admitiu que era uma "missão impossível" a sua equipa tornar-se na primeira formação da história da Liga dos Campeões a recuperar de uma desvantagem de três golos no jogo da primeira mão. No entanto, o clube espanhol conseguiu mesmo cometer a proeza de eliminar o Milan e nem precisou de beneficiar dos golos fora para assegurar a passagem às meias-finais, já que venceu no Riazor por 4-0.

Golos vitais
Então o que é que realmente se passou de errado na actuação de um Milan que, para muitos, até dispõe de um plantel superior ao do ano transacto? A resposta é simples: o Deportivo foi, desde o apito inicial, uma equipa extremamente dinâmica em termos ofensivos; o avançado uruguaio Walter Pandiani inaugurou o marcador muito cedo, o que intranquilizou a equipa italiana; Juan Carlos Valerón, Alberto Luque e Fran concretizaram golos em momentos cruciais. 

Fragilidade surpreendente
Mas isto não explica totalmente o descalabro do Milan, que até à visita ao Riazor não tinha sofrido nenhum golo fora na presente edição da Liga dos Campeões e apenas tinha perdido um jogo fora de casa nesta época. O actual líder do campeonato italiano sabia perfeitamente que o Deportivo iria dar tudo por tudo no jogo da segunda mão, mas tal não foi suficiente para evitar as fragilidades defensivas evidenciadas.  

Ancelotti chocado
O técnico Carlos Ancelotti estava naturalmente chocado com o inesperado desaire sofrido pela sua equipa. "É muito difícil explicar esta derrota", disse o treinador "rossoneri" a uma estação televisiva italiana, poucos minutos depois do final de um jogo que os adeptos do Milan muito dificilmente esquecerão. "Defrontámos um grande equipa, que jogou muito bem, e depois houve erros da nossa parte. Todavia, como referi, é difícil explicar esta derrota. O nosso adversário jogou de uma forma determinada e entusiástica do princípio ao fim", referiu o treinador italiano.  

Deportivo fulgurante
A humilhante derrota do Milan ainda ganha mais impacto se atendermos ao facto de a equipa transalpina não só ter actuado praticamente na máxima força, como também por ter demonstrado incapacidade para reagir à desvantagem de três golos registada no final da primeira parte. O Milan tinha de marcar para não ser eliminado mas, no segundo tempo, foi uma equipa ainda mais inofensiva.

"Simplesmente destruído"
O diário desportivo italiano 'Corriere dello Sport' manifestou naturalmente a sua surpresa pela eliminação do Milan. "Não estávamos a acreditar no que se estava a passar em campo", lia-se no jornal. "Diziamos a nós próprios que o Milan, mais cedo ou mais tarde, iria acordar". Mas tal não aconteceu e "o Milan foi simplesmente destruído", destacou o periódico. 

A explicação do capitão Maldini
Paolo Maldini, capitão do Milan e o jogador no activo com mais presenças na Liga dos Campeões, explicou a inesperada eliminação: "Preferimos jogar um futebol bonito do que defender a vantagem que trazíamos. Nós não somos uma equipa que gosta de praticar um futebol defensivo mas o Deportivo fez uma grande exibição e nós jogamos muito aquém do nosso real potencial. Consentimos um golo muito cedo e as jogadas de contra-ataque não resultaram. Depois, não conseguimos aproveitar as oportunidades que criámos e, como tal, não foi possível travar o ímpeto do nosso adversário", salientou o experiente defesa central. 

Momento crucial
Na primeira parte, o Deportivo não tomou completamente conta do jogo e o Milan até dispôs de duas boas oportunidades, desperdiçadas pelo avançado dinamarquês, Jon Dahl Tomasson, e pelo criativo médio brasileiro, Kaká. Mas quando o organizador de jogo do Deportivo, Valerón, fez o 2-0, aos 35 minutos, a equipa galega passou a dominar totalmente o jogo e assim que o conjunto de Javier Irureta assumiu o controlo da partida, o Milan nem parecia ser o conjunto que esta época está apenas a uma vitória de bater o recorde de pontos alcançados por uma equipa na Série A.  

Exibição perfeita 
O Milan não conseguiu resistir ao poderio e à garra do Deportivo no Riazor, mas talvez não haja motivos para o ainda campeão europeu em título se sentir assim tão envergonhado, uma vez que a exibição do Deportivo foi uma das melhores de sempre da história da Liga dos Campeões, conforme reconheceu o técnico Ancelotti: "Se o Deportivo continuar a jogar da forma como o fez frente à nossa equipa, será um digno sucessor do Milan como campeão europeu".

Seleccionados para si