Rangers recupera ante o Marselha
quarta-feira, 25 de novembro de 1992
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Rangers FC 2-2 Olympique de Marseille
Uma espectacular reviravolta levou ao delírio os espectadores em Ibrox e valeu ao conjunto escocês um ponto na estreia na fase de grupos.
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Não há muitos estádios onde se viva as emoções do futebol como o Ibrox Park em dia do derby de Old Firm (com o Celtic FC), mas na visita do Olympique de Marselha, na edição inaugural da fase de grupos da UEFA Champions League, estava tanto em jogo que a intensidade chegava a níveis inéditos.
As coisas estavam bem difíceis para os Rangers aos 55 minutos, com os golos de Rudi Völler e Alen Bokšić a desferirem um rude golpe no sonho dos escoceses em vencerem o grupo e apurarem-se para a ronda seguinte. Mas, com o apoio do público e os dois golos de cabeça apontados por Gary McSwegan e Mark Hateley, o sonho europeu do campeão da Escócia manteve-se vivo.
Sem o jogador-talismã Ally McCoist, lesionado, seria sempre difícil aos anfitriões sobreporem-se a uma equipa francesa em que pontificavam talentos emergentes como o guarda-redes Fabian Barthez, o defesa-central Marcel Desailly e o general do meio-campo Didier Deschamps — então com 21, 23 e 24 anos, respectivamente. Mas foram Völler e Bokšić a firmar as suas reputações como avançados de alto nível, ao assinarem um golo em cada parte.
O Rangers tinham começado o jogo em bom nível, com Oleksiy Mykhaylychenko e Hateley a desaproveitarem boas ocasiões para abrir o marcador. Mas a qualidade ofensiva dos franceses veio ao de cima aos 31 minutos, quando Völler, apesar de muito marcado, conseguiu espaço para fazer um cruzamento da esquerda a que Bokšić respondeu com um remate seco e bem colocado.
O golo fez bem aos visitantes, que aumentaram a pressão sobre a equipa da casa e empurraram-na para mais perto da sua área. Abedi Pelé esteve quase a ampliar a vantagem, num remate à base do poste do guarda-redes Andy Goram, mas o 2-0 viria pouco depois do intervalo. Völler reagiu mais rapidamente a um erro de Steven Pressley, contornou Goram em velocidade e rematou para a baliza vazia.
Nessa altura, privados de Richard Gough durante todo o segundo tempo por lesão, os comandados de Walter Smith pareciam ter o destino traçado, só que a 14 minutos do fim começaram a dar a volta aos acontecimentos. Mykhaylychenko acorreu a um lançamento longo de Ian Durrant e conseguiu um valioso cruzamento a que McSwegan, que tinha acabado de entrar, respondeu de cabeça, levando a bola a descrever um arco antes de entrar no canto superior da baliza.
Foi uma noite de sonho para McSwegan, pois o suplente de luxo ainda contribuiria para o golo do empate, seis minutos depois, ao conseguir um habilidoso passe para Durrant, que viu o seu cruzamento ser desviado por um adversário na direcção de Hateley; este mergulhou e marcou de cabeça, deixando em delírio as bancadas de Ibrox.