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Brasileiros brilham nas balizas

As exibições de Dida e Heurelho Gomes na Liga dos Campeões provam que os guarda-redes não são o ponto fraco do futebol brasileiro.

Por Paolo Menicucci

Todo o Mundo reconhece no Brasil uma grande, se não a maior, potência futebolística. Mesmo assim, os guarda-redes brasileiros têm de se defender, muitas vezes, de uma reputação duvidosa, provando o seu talento.

Mito desfeito
Dida e Heurelho Gomes estão a fazer tudo para desfazer o mito de que os guarda-redes são o principal ponto fraco do futebol brasileiro. Um deles terá oportunidade de jogar a final da UEFA Champions League a 25 de Maio, pois o AC Milan, de Dida, e o PSV Eindhoven, de Gomes, disputarão uma das meias-finais da competição, jogando a primeira mão na terça-feira, em San Siro.

Dida em grande
Dida não sofre um golo na Liga dos Campeões desde 2 de Novembro de 2004, totalizando 520 minutos sem ir buscar uma bola à sua baliza, incluindo os 72 minutos realizados na segunda mão dos quartos-de-final com o FC Internazionale Milano a 12 de Abril, que foi suspensa quando o guarda-redes brasileiro foi atingido num ombro por um petardo.

Rei dos penalties
Gomes, de 24 anos, foi fundamental para o PSV na noite seguinte, defendendo os remates de Michael Essien e Eric Abidal no desempate por grandes penalidades em que a equipa holandesa derrotou o Olympique Lyonnais, por 4-2, passando às meias-finais pela primeira vez em 17 anos.

Pessoas diferentes
As exibições de ambos na Liga dos Campeões provam que os brasileiros também podem ser excelentes guarda-redes, mas Dida e Gomes têm características bem diferentes. O capitão do PSV, Phillip Cocu, descreve Gomes como "uma pessoa cómica, que está sempre a fazer rir os companheiros", enquanto Dida é conhecido pela sua calma.

Título europeu
Gomes é uma cara nova no futebol europeu, tendo feito a sua estreia num jogo com o FK Crvena Zvezda, que o PSV ganhou por 3-2, a contar para a terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões. Dida é já considerado um dos melhores guarda-redes do Mundo, tendo sido o herói da vitória do Milan na final de 2003 com a Juventus, decidida nos penalties a favor dos milaneses.

"Talento extraordinário"
Desde essa noite em Old Trafford, o internacional brasileiro, de 31 anos, evoluiu ainda mais e as suas exibições nos quartos-de-final deixaram Roberto Mancini frustrado. "Dida foi extraordinário, como tem sido sempre que defrontámos o Milan nesta temporada. É um guarda-redes fantástico, quase imbatível, e fez defesas incríveis nas duas mãos", afirmou o treinador do Inter.

"Grandes defesas"
Dida prefere, no entanto, manter os pés na terra. "Estou a jogar bem porque tenho muita serenidade e auto-confiança", comentou. "Isso deve-se em grande parte ao facto de jogar com grandes defesas, que me facilitam imenso a vida. Tento sempre simplificar as coisas e ajudar os meus companheiros de equipa. Estou a atravessar uma excelente fase".

Percursos similares
Tal como Dida, Gomes é um especialista a defender grandes penalidades e espera seguir as pisadas do seu compatriota, depois de ter defendido a baliza do EC Cruzeiro, a equipa que Dida ajudou a ganhar a Taça Libertadores em 1996. "É uma grande honra para mim ter jogado no mesmo clube em que o meu ídolo [Dida] jogou", admitiu Gomes. "Será fantástico entrar em San Siro e ter Dida como adversário. Seria muito bom derrotá-lo e eliminar o Milan".

Ambição
"Em criança, jogava como avançado e, como qualquer brasileiro, queria ser um goleador. Quando fui forçado a jogar na baliza, não gostei nada. Acabei por reparar que tinha talento para ser guarda-redes, e agora não trocaria de posição por dinheiro nenhum no mundo", disse Gomes. "Quero conquistar tudo na Europa e ser, um dia, tão bom como Dida". O jogo de terça-feira será ideal para provar que está no caminho certo para repetir o sucesso do seu adversário.

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