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1987: Heidi Støre

Há mais de duas décadas que a Noruega é reconhecida como uma das potências no futebol feminino, sendo que muito desse crédito deve-se a Heidi Støre.

Heidi Støre (à direita) em acção frente à Alemanha, em 1991
Heidi Støre (à direita) em acção frente à Alemanha, em 1991 ©UEFA.com

Há mais de duas décadas que a Noruega é reconhecida como uma das potências no futebol feminino, sendo que muito desse crédito deve-se a Heidi Støre.

Vitória
A alta e poderosa centrocampista fez a sua estreia pela selecção aos 16 anos, em 1980, mas o seu primeiro grande feito surgiu sete anos depois, quando a Noruega se qualificou pela segunda vez para a Competição Europeia Feminina. Apesar de ter sido Trude Stendal a decidir o título para a Noruega, com dois golos na final contra a Suécia, muitas pessoas reconhecem que foi Støre a jogadora-chave numa equipa que se classificou em primeiro lugar num grupo que também incluía a Alemanha, a Dinamarca e a Finlândia, e que derrotou a Itália nas meias-finais.

Marcos históricos
"Recordo-me bem do torneio de 1987, até porque conseguimos vencer muitas selecções com tradição no futebol feminino no caminho para a conquista do troféu, três delas pela primeira vez no historial do futebol norueguês", disse Støre ao uefa.com. "Para chegar à final, era preciso derrotar a Dinamarca em Vejle, o que veio a acontecer (vitória por 5-2). Foi o nosso primeiro triunfo frente às dinamarquesas, a que se seguiu uma vitória sobre a Itália nas meias-finais – mais uma estreia. Apesar de termos jogado em casa, em Ullevaal, a Suécia era a favorita para vencer a final. Lembro-me que a final da competição foi a primeira vez que a comunicação social norueguesa se interessou pelo futebol feminino, algo a que as jogadoras não estavam habituadas. Gostámos imenso! Já tínhamos defrontado a Suécia várias vezes, mas era uma espécie de carrasco para nós. Nunca a tínhamos vencido até esse dia em Ullevaal. A pequena Trude Stendal marcou os dois golos e graças a ela ultrapassámos mais uma barreira".

Sucesso mundial
Støre acredita que os treinadores Erling Hokstad e Dag Vestlund desempenharam um papel importante na mudança do destino do futebol feminino norueguês. "Adoptaram uma nova e mais séria atitude para com o desporto, com mais horas de treino e mais trabalho táctico", disse Støre, que venceu uma competição mundial, ainda que não-oficial, no ano seguinte, mais um título europeu em 1993 e a sua conquista favorita, o Mundial Feminino de 1995. "Em 1988, tivemos a oportunidade de enfrentar pela primeira vez selecções de outros continentes e vencer o torneio", disse. "A nível pessoal, o meu ponto alto foi sem dúvida o Mundial na Suécia, em 1995. Essa equipa norueguesa foi a melhor onde eu tive a oportunidade de alinhar e acredito que estaria à altura de qualquer equipa norueguesa feminina até à data".

Desilusão
Dois anos depois, Støre queria despedir-se em grande, no Campeonato da Europa Feminino co-organizado pela Noruega e pela Suécia. Mas tal não veio a acontecer. "O torneio de 1997 foi uma autêntica desilusão", recorda. "Passei horas no ginásio a recuperar de uma lesão grave no ligamento e recuperei mesmo a tempo de participar na prova, apesar de não estar na melhor forma. Jogámos contra uma selecção italiana muito inteligente no derradeiro jogo da fase de grupos e fomos derrotadas por 2-0, sendo eliminadas da competição. Foi então que decidi deixar de representar a selecção e concentrar-me em exclusivo no Nikko Securities, do Japão".

Sucessoras
Depois de uma carreira como jogadora onde também registou passagens pelo Råde, SK Sprint/Jeløy, os suecos do FC Trollhättan e o Athene FK, Støre fez uma pausa no futebol, mas regressou para trabalhar na Federação Norueguesa de Futebol, ajudando no desenvolvimento das equipas de topo do futebol feminino do país. Meditando sobre as hipóteses das suas sucessoras na Finlândia, disse: "O futebol feminino europeu tem-se tornado cada vez mais difícil de prever, com muitas selecções a disporem de cada vez mais recursos. A Noruega tem que estar no seu melhor em cada jogo. A equipa é uma mistura de juventude e experiência e penso que vai estar à altura do desafio".