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Sarar feridas de Belfast

A Espanha de Luis Aragonés ainda não está refeita da derrota por 3-2 na Irlanda do Norte, procurando agora recuperar o moral por ocasião da visita à Suécia.

Os anteriores seleccionadores de Espanha pareciam sempre ter tudo sob controlo durante 18 meses, uma vez que as suas equipas se qualificavam calmamente para as fases finais das grandes competições, mas a verdade é que os tempos são de mudança. A actual selecção espanhola viaja até Estocolmo para, no sábado, defrontar a Suécia, num jogo em que terá de dar uma imagem bem diferente da patenteada no mês passado, quando perdeu surpreendentemente com a Irlanda do Norte, em jogo do Grupo F da fase de apuramento para o UEFA EURO 2008™.

Escrutínio espanhol
Historicamente, as complicações para “La Selección” iniciavam-se apenas nas fases finais, com algumas incertezas e uma certa dose de azar a contribuir para inesperadas saídas prematuras das provas. No entanto, as coisas têm sido diferentes para Luis Aragonés. O técnico de 68 anos foi fortemente criticado tanto nos encontros da fase de apuramento como nas partidas do Mundial de 2006 propriamente ditas.

Fase final polémica
Para qualificar a equipa para o Mundial deste ano, Aragonés teve de levar os espahóis a duas vitórias nos dois derradeiros encontros do respectivo grupo, assim como ao triunfo no "play-off" a duas mãos frente à Eslováquia. Depois, um belo início na fase final elevou as expectativas espanholas, mas, chegada aos oitavos-de-final, a Espanha soçobrou frente a uma França inspirada por Zinédine Zidane. Numa altura em que circulavam notícias que davam conta da demissão de Aragonés, este acabou por renovar contrato com a Federação Espanhola de Futebol (RFEF) por mais dois anos, por forma a tentar qualificar a selecção para a fase final do UEFA EURO 2008™.

A catástrofe de Belfast
Após um empate sem golos no jogo particular contra a Islândia realizado a meio de Agosto, ao qual se seguiu um triunfo para o Grupo F frente ao Liechtenstein, o jogo que revestiu o embate com a Suécia da necessidade extrema de os espanhóis pontuarem teve lugar em Belfast, onde uma Irlanda do Norte de novo em ascensão venceu a Espanha, por 3-2. O “hat-trick” de David Healy deu aos anfitriões uma merecida vitória, que, desta feita, causou um grande impacto nas hostes espanholas.

Insatisfação popular
Aragonés colocou o seu lugar à disposição poucos dias depois, tendo justificado à imprensa: “Isto é o que toda a gente parece querer”, referindo-se a uma sondagem do diário desportivo Marca, a qual indicava que 80 por cento dos 100 mil votantes desejavam que o seleccionador se demitisse. Contudo, a RFEF recusou a demissão de Aragonés, convencendo-o a reconsiderar.

Raúl de fora
A pressão sobre Aragonés é intensa, mas o veterano treinador já provou por mais do que uma vez que não foge das situações difíceis e das decisões complicadas. A última dessas ocasiões foi quando se tornou no primeiro seleccionador a deixar o dianteiro do Real Madrid CF, Raúl, de fora de uma convocatória, por motivos que não físicos. Tal foi o incómodo junto da opinião pública que mesmo o facto de não ter querido telefonar ao melhor marcador de sempre da selecção espanhola foi destacado pelos jornais, rádio e televisão.

Villa e Torres em forma
As opiniões dividiram-se acerca desta decisão, mas a mesma intensificou a necessidade de uma exibição convincente para apaziguar os mais críticos. Com David Villa e Fernando Torres em grande forma na Primera División, a Espanha ainda tem a capacidade de marcar muitos golos, apesar de, nestes tempos de mudança, já não lhe ser tão fácil vencer um encontro.

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