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Jogadores de campo na baliza: os bons e os maus

O UEFA.com descobriu exemplos de jogadores de campo forçados a calçar as luvas de guarda-redes, entre os quais Oceano e Alain Giresse, de apenas 1,63 metros.

Michael Tarnat revelou o Kahn que tinha dentro de si
Michael Tarnat revelou o Kahn que tinha dentro de si ©Getty Images

O surgimento das substituições tornou a situação menos frequente, mas o insólito momento em que um jogador de campo se vê obrigado a calçar as luvas de guarda-redes continua a acontecer. Perguntem a Rio Ferdinand, Felipe Melo, Rodrigo Palacio, Samuel Eto'o and Phil Jagielka ("O Gato") ou Gabi, autor de uma grande penalidade durante sete minutos de participação na derrota do Club Atlético de Madrid, no sábado.

Por vezes, graças à capacidade atlética e enorme força de vontade, os guarda-redes de recurso vêem emergir em si dotes que desconheciam. O UEFA.com andou pelos arquivos e recorda alguns desses momentos.

Daniel Pancu (Fenerbahçe SK 3-4 Beşiktaş JK, Maio de 2004)
Este derby de Istambul estava já a ser inesquecível antes do guarda-redes Óscar Córdoba ser expulso, a dez minutos do fim, após cometer uma grande penalidade. O Beşiktaş tinha efectuado as três alterações permitidas, pelo que coube a Pancu calçar as luvas. E, embora não tenha sido capaz de evitar que Alex convertesse a grande penalidade e fizesse o 3-3, negou depois o golo a Nicolas Anelka e a Alex, permitindo que a sua equipa chegasse à vitória graças a um fantástico remate de longe de Koray Avcı. Pancu deixou o Estádio Şükrü Saracoğlu com uma nova alcunha: a Pantera de Kadikoy.

Michael Tarnat (Eintracht Frankfurt 1-2 FC Bayern München, Setembro de 1999)
Com o Bayern em desvantagem no marcador, dois choques com o colega Sammy Kuffour no espaço de sete minutos colocaram ponto final na participação no jogo do guarda-redes Oliver Kahn, primeiro, e do seu suplente, Bernd Dreher. Faltavam ainda jogar 34 minutos e coube a Michael Tarnat assumir a baliza bávara. "Estava muito nervoso", admitiu. Mas, com uma fantástica defesa por instinto ao cair do pano, acabou por conseguir segurar a notável reviravolta no marcador que o Bayern tinha, entretanto, alcançado.

O gigante Niall Quinn
O gigante Niall Quinn©Bob Thomas/Getty Images

Niall Quinn (Manchester City FC 2-1 Derby County FC, Abril de 1991)
O avançado irlandês já tinha cumprido a sua obrigação na outra ponta do terreno, com um bonito golo, antes de a expulsão de Tony Coton o obrigar a assumir novas funções. Com 1,90 metros de altura, tinha a estatura de um guarda-redes, e demonstrou ter também os atributos ao mergulhar para a sua esquerda para, com uma defesa fantástica, travar o penalty cobrado por Dean Saunders. O City fez, depois, o 2-0 e, apesar de o Derby ainda ter reduzido, Quinn acabou por segurar o triunfo.

Oceano Cruz (FC Porto 2-2 Sporting Clube de Portugal, Agosto de 1995) 
A vida parecia complicada para o Sporting quando Costinha foi expulso a dez minutos do final da partida da segunda mão da SuperTaça de Portugal, numa altura em que as equipas estavam empatadas 2-2 no conjunto das duas mãos. Mas há sempre que contar com os poderes motivadores da redenção. Antes desse momento, Oceano cometera uma grande penalidade que tinha permitido ao Porto fazer o 2-1 no encontro e coube ao capitão dos "leões" calçar as luvas para salvar a equipa. Oceano não desiludiu, impediu o Porto de voltar a marcar e garantiu ao Sporting a disputa da finalíssima, na qual a formação de Lisboa acabou por erguer o troféu ao ganhar por 3-0 em Paris.

Paris Andralas (Olympiacos FC 4-0 Levadiakos FC, Dezembro de 2007) 
Às vezes, o substituto improvisado acaba até por fazer melhor do que o guarda-redes titular. Nikos Karakostas tinha já sofrido quatro golos quando, a nove minutos do fim, foi expulso por cometer uma grande penalidade. Andralas pegou nas luvas e colocou-se entre os postes, acabando por defender o penalty cobrado por Tasos Pantos. Ninguém queria acreditar, nem mesmo o próprio Andralas.

Claro que nem sempre as coisas correm bem...

Súni Olsen (AB Argir 3-2 B36 Tórshavn, Julho de 2013) 
Olsen costumava ser o terror dos guarda-redes adversários nas Ilhas Faroé sempre que a sua equipa beneficiava de um livre directo. Mas quando teve de calçar as luvas para ocupar o lugar do guarda-redes Tórdur Thomsen, expulso por cometer uma falta perto da entrada da área, Olsen provou um pouco do seu próprio veneno. Dion Splidt cobrou o pontapé livre com êxito e Olsen sentiu na pele o que tinha andado a fazer aos guarda-redes durante tantos anos.

Eu?
Eu?©Bob Thomas/Getty Images

Alain Giresse (FC Nantes 6-0 FC Girondins de Bordeaux, Maio de 1982) 
No último jogo da época de 1981/82 o presidente do Bordéus  decidiu marcar a sua posição após ver o habitual guarda-redes titular, Dragan Pantelić, suspenso devido a um incidente ocorrido fora dos relvados. "Ele disse-me: 'Tu és o capitão, tu vais jogar à baliza'", recorda Giresse, de 1,63 metros de altura. "Lembro-me de segurar a bola pela primeira vez aos 14 minutos e de, para tal, ter de contrariar o instinto de a afastar com os pés". Esteve entre os postes uma hora, antes de, com o resultado em 5-0, ser substituído por outro antigo internacional francês, Marius Trésor, que, com 1,82 metros, conseguia pelo menos chegar à barra da baliza.

Chris Hedworth, Peter Beardsley (West Ham United FC 8-1 Newcastle United FC, Abril de 1986) 
O habitual titular, Martin Thomas, estava lesionado e o seu substituto, David McKellar, coxeou durante toda a primeira parte antes de ser substituído ao intervalo. O Newcastle perdia já por 4-0. Chris Hedworth passou uns minutos pela baliza - suficientes para sofrer um golo - antes de também ele se lesionar. Coube a Peter Beardsley assumir o lugar entre os postes, ainda a tempo de sofrer três golos, com o central da equipa da casa, Alvin Martin, a assinar um invulgar "hat-trick": marcou um golo a cada guarda-redes.

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