Holanda com espírito renovado

Dick Advocaat e os seus jogadores são unânimes em considerar que foi o novo espírito de equipa que permitiu à Holanda alcançar as meias-finais do UEFA EURO 2004™.

Robben corajoso
O seleccionador e a própria equipa da Holanda foram alvo de fortes críticas depois da derrota, por 3-2, frente à República Checa, mas não se deixaram afectar por este resultado negativo, conforme atestam as vitórias ante a Letónia e a Suécia, sendo que o triunfo diante dos nórdicos, nos quartos-de-final, surgiu após a marcação de grandes penalidades. Arjen Robben, o extremo que marcou o castigo máximo que deu a vitória à selecção holandesa, afirmou: "Nós não sabíamos quem é que iria marcar o sexto penalty. Olhámos uns para os outros e eu disse: Sou eu que vou marcar".   

'Lutamos muito'
"A partir daquela altura não pensamos em nada. A mente fica em branco quando partimos para a grande penalidade. Quando a bola entrou, a sensação foi soberba. Não jogámos muito bem, mas demonstrámos o nosso carácter e lutamos muito para garantir a vitória. Conseguimos construir uma verdadeira equipa em Portugal e há um grande sentido de entreajuda entre todos nós. Sentimo-nos como se nos tivessem tirado um peso enorme dos ombros." 

'Imensidão de emoções'
O avançado Ruud van Nistelrooij, o melhor marcador da prova juntamente com o inglês Wayne Rooney, acrescentou: "Como equipa, acreditávamos que seria possível vencermos. Ambas as selecções tiveram oportunidades ao longo do jogo, mas com o aproximar dos últimos minutos, começamos a pensar nas grandes penalidades. Agora acabámos com a nossa reputação de maus marcadores de penalties. A mistura de emoções que todos sentimos foi fantástica".

Capitão assume responsabilidade
A tendência da Holanda para perder nas grandes penalidades parecia que iria continuar, quando o capitão Phillip Cocu atirou a bola ao poste. Contudo, Zlatan Ibrahimovic também falhou e Edwin van der Sar travou um remate de Olof Mellberg, assegurando a qualificação da Holanda para as meias-finais, onde irá defrontar Portugal. "Não queria marcar a grande penalidade, pois o que se passou no Mundial de 1998 deixou um sabor amargo. Como capitão, tinha que assumir a responsabilidade e foi uma sensação maravilhosa quando o Edwin conseguiu defender a grande penalidade".

'Bom pressentimento'
Van der Sar falou sobre a sua técnica nos castigos máximos: "Tenho treinado bastante as grandes penalidades nos últimos anos, alterando algumas coisas e o resultado foi positivo. Escolhi o canto direito várias vezes e numa ocasião a bola bateu nas minhas costas e entrou, mas fiquei com um bom pressentimento do que iria passar-se a seguir. Ainda não ganhámos nada, mas tudo está a nosso favor agora", salientou o guarda-redes.