Rehhagel revela receita do sucesso

Otto Rehhagel, seleccionador da Grécia, considerou que a vitória da sua equipa, por 1-0, frente à França, nos quartos-de-final do UEFA EURO 2004™, foi apenas possível devido à crença e disciplina dos jogadores.

Defesa direito aguerrido
Rehhagel sabe do que fala. O técnico alemão, de 65 anos de idade, já leva muitos anos ligado ao futebol, tendo começado a sua carreira no final dos anos 50 como jogador no Rot-Weiß Essen, antes de ingressar no Hertha BSC Berlin e, finalmente, no 1. FC Kaiserslautern. Permaneceu em Betzenberg durante seis épocas e participou em 201 jogos na Bundesliga, tendo marcado 22 golos a partir da posição de defesa direito.

Início no Offenbach
Penduradas as chuteiras, Rehhagel não perdeu tempo a dar um novo rumo à sua vida, sendo nomeado treinador do Kickers Offenbach em 1974. Seguiram-se passagens pelo comando técnico do SV Werder Bremen, BV Borussia Dortmund e DSC Arminia Bielefeld, com Otto Rehhagel a revelar alguma inconstância nos resultados obtidos. Foi apenas em 1981, quando regressou ao Werder Bremen, que a sua carreira de treinador começou realmente a render frutos.

Regresso da magia
Durante os 14 anos que trabalhou no Weserstadion, Rehhagel conquistou dois títulos da Bundesliga, duas Taças da Alemanha e a Taça das Taças, em 1992. Seguiu-se uma experiência mal sucedida no FC Bayern München, mas a sua magia não tinha desaparecido. Regressou ao Kaiserslautern e liderou o clube a um feito notável, conseguindo a promoção em 1997 e vencendo a Bundesliga no ano seguinte.

Ascenção grega
Rehhagel tem utilizado toda a sua experiência para transformar a Grécia numa das selecções mais fortes da Europa. "Temos de aceitar as regras quando estamos inseridos num grupo composto por 30 pessoas. Quando fui contratado para este projecto, os jogadores faziam o que queriam. Agora fazem o que lhes é dito", revelou Rehhagel.

Táctica do silêncio
O experiente treinador também admitiu que o estatuto de "outsider" tem beneficiado a sua equipa. "Tinham-nos como 'outsiders' e nós adaptámo-nos a esse estatuto com sucesso". A sabedoria táctica de Rehhagel tem sido igualmente influente. Sabe-se que já alterou formações de 4-5-1 para 4-4-2 ao longo do campeonato, embora não revele os pontos fortes da sua estratégia.

Espírito colectivo
"Todos sabem que eu nunca falei sobre tácticas, mesmo quando tudo o que nos rodeia está relacionado com isso", disse. "A vitória sobre a França é o resultado de três anos de trabalho. Os gregos são normalmente conhecidos pelas individualidades, mas só se é forte quando se joga como uma verdadeira equipa. Temos trabalhado dia e noite para chegar a este ponto".

Chave do sucesso
"Alcançámos as meias-finais por termos jogado com paixão e um espírito lutador. Os jogadores foram fiéis à táctica delineada e agora espero que a nossa vitória seja notícia por esse mundo fora. O próximo passo é reagrupar o plantel e preparar o próximo jogo com ânimo".