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"Incansável Rudi": o treinador mais viajado do mundo

"Talvez fosse uma espécie de missão para mim", recorda Rudi Gutendorf, detentor do recorde do maior número de equipas treinadas, 55, entre as quais 18 selecções.

Rudi Gutendorf ao leme da selecção do Ruanda, em 1999
Rudi Gutendorf ao leme da selecção do Ruanda, em 1999 ©Getty Images

"Quando me tornei treinador a minha mãe olhou para min como se me tivesse tornado num varredor de ruas", afirmou Rudi Gutendorf. "Não via futuro para mim no desporto."

A verdade é que o técnico alemão, agora com 88 anos, possui o recorde mundial de equipas treinadas ao longo da carreira (55), incluindo 18 selecções nacionais. "Não me consigo sequer lembrar de todos os clubes que treinei", admite o antigo seleccionador de Bermudas, Bolívia, Antígua, Austrália, Nova Caledónia, Ilhas Fiji, Chile, Nepal e Tonga, conhecido como o "Incansável Rudi".

Começou a ganhar fama em 1963/64, quando aplicou uma táctica pouco habitual ao leme do Meidericher SV (hoje MSV Duisburg), o qual guiou a um espectacular segundo lugar na temporada inaugural da Bundesliga. "Metia todos os jogadores mais atrás e deixava apenas um jogador na frente", recorda. "Quando percebia que os nossos adversários estavam a ficar frustrados, eu dava o sinal à minha equipa para arrancar em massa da defesa para o ataque. Foi desta forma que acabámos por ser vice-campeões, apenas superados pelo 1. FC Köln".

Outra data marcante na carreira aconteceu a 8 de Abril de 2000, quando ao comando do Ruanda, ainda abalado por vários anos de guerra civil, conseguiu empatar 2-2 frente à poderosa Costa do Marfim. "Foi uma alegria enorme", lembra. "Foi, talvez, o momento mais bonito da minha carreira."

Rudi Gutendorf fotografado em 2014
Rudi Gutendorf fotografado em 2014©Getty Images

Apesar de muto viajado, Gutendorf teve também passagens pelo comando de vários clubes de renome da Alemanha, como o Hamburger SV, o Hertha BSC Berlin ou o FC Schalke 04, que guiou às meias-finais da Taça dos Vencedores das Taças de 1969/70 e onde ficou célebre por fazer questão de reunir todos os jogadores para o treino às cinco horas da manhã para junto a uma mina de cobre local, para que estes sentissem os desafios vividos pelos mineiros da região do Vale do Ruhr.

As aventuras fora de portas, contudo, sempre foram o que mais atraiu Gutendorf. "Estava sempre a trabalhar com os mais pobres dos pobres", reconhece. Não sei porquê. Talvez fosse uma espécie de missão para mim. Sentia, sobretudo, que era o que devia fazer." Em 2011 viu os seus serviços ao futebol reconhecidos, ao ser distinguido com a Cruz de Mérito da Alemanha. Vive agora na sua cidade natal, Koblenz, sempre pronto a partilhar as suas muitas memórias futebolísticas. "Quando morrer quero pensar que a minha vida valeu a pena", afirma.

Lembra-se de alguém que se possa comprar ao "Incansável Rudi"? Conte-nos.

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