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Comunidade médica debate futuro

Medicina

O presidente do Comité de Medicina da UEFA, Michel D'Hooghe, fala sobre tempos interessantes para a comunidade médica desportiva, que se tornou uma componente crucial dentro do futebol.

Michel D'Hooghe fala de forma positiva sobre a reunião do Comité de Medicina da UEFA, em Fevereiro
Michel D'Hooghe fala de forma positiva sobre a reunião do Comité de Medicina da UEFA, em Fevereiro ©Sportsfile

Elemento impulsionador no trabalho da UEFA e da FIFA durante mais de duas décadas, Michel D'Hooghe preside actualmente ao Comité de Medicina de ambos os organismos - e está encantado com os progressos que têm sido feitos.

"É uma grande satisfação", disse, "ver que, actualmente, os assuntos médicos são presença regular nas agendas das reuniões do Comité Executivo da UEFA, e que têm um peso muito maior nos processos de decisão".

As duas paixões de Michel D'Hooghe, futebol e medicina, podem ser aferidas pelas presidências honorárias na Federação Belga de Futebol (URBSFA-KBVB) e no clube da sua cidade-natal, o Club Brugge KV. A isso junta ainda a experiência de 25 anos a organizar o anual e prestigiado congresso médico Brucosport, em Brugges.

No entanto, depois do recente Simpósio Médico da UEFA, realizado em Estocolmo, o responsável não teve dúvidas em afirmar: "Foi muito satisfatório, por vários motivos - não só pelo fantástico ambiente académico criado pela UEFA e pela Federação Sueca de Futebol, que nos encorajou a todos a debater, ouvir, trocar pontos-de-vista e a regressar a casa com um sentimento excepcionalmente positivo".

Estocolmo também foi palco da primeira reunião do novo Comité Médico da UEFA, com cinco novos membros. A equipa de 14 - equivalente a igual número de federações - engloba Avraham Luzon, de Israel, como presidente-adjunto, juntamente com Jan Ekstrand (Suécia), W. Stewart Hillis (Escócia) e Mogens Kreutzfeldt (Dinamarca), como um trio de vice-presidentes que, entre eles, acumulou mais de 500 jogos como médicos das respectivas selecções.

"É bom misturar ideias frescas de novos membros com o excelente trabalho em progresso efectuado pelos elementos mais experientes", disse D'Hooghe. "Há muito trabalho a fazer em diferentes áreas - e o facto é que, em Estocolmo, existiram 16 tópicos na agenda que sublinham o que acabo de referir. Mantemos sempre no pensamento que somos um comité específico no domínio do futebol. Realizam-se muitos congressos sobre medicina desportiva, mas a nossa tarefa centra-se exclusivamente no futebol".

"Um comité só desempenha bem as suas funções se todos os membros que o compõem estiverem dispostos a trocar de forma livre pontos de vista sobre assuntos médicos relacionados com o futebol", acrescentou. "É óbvio que os nossos objectivos incluem a monitorização apertada dos procedimentos antidoping e resultados em todas as competições de selecções e clubes da UEFA. Mas, por estes dias, existem muito mais coisas com as quais temos que lidar. Entre outras tarefas, nós iniciamos e monitorizamos estudos e projectos médicos relacionados com o futebol. Estabelecemos as nossas propostas para prevenção e tratamento de lesões e condições médicas específicas aplicadas ao futebol. E pretendemos dar uma contribuição significativa para a formação médica nesta modalidade".

O evento de Estocolmo foi especialmente motivante "porque forneceu bastantes assuntos sobre os quais nos devemos debruçar num futuro próximo", explicou D'Hooghe. "Devemos aprofundar ainda mais o papel do árbitro, por exemplo. Não apenas em termos de salvaguardar o seu bem-estar, mas também em relação ao seu papel de proteger os jogadores de lesões. Discutimos assuntos tais como o denominado 'passaporte biológico' para os jogadores; formas de lidar com condições de jogo extremamente adversas; estabelecer e fazer cumprir directivas claras sobre o equipamento médico que tem que estar disponível nos estádios; e a necessidade de continuar a trabalhar para um melhor diálogo entre equipas médicas de selecções e clubes".

"A este respeito, foi positivo ter os médicos dos clubes envolvidos no nosso projecto de pesquisa sobre lesões em Estocolmo, porque são eles quem trabalham com os jogadores diariamente. Encorajar conhecimento especializado também é um dos nossos objectivos - e é por isso que decidimos estabelecer um grupo de trabalho para avaliar a viabilidade de introduzir uma qualificação específica para quem se candidata a médico de equipas de futebol. Este é apenas um dos nossos projectos entusiasmantes para o futuro".