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Futebol desafia as probabilidades na Finlândia

O futebol cresceu na Finlândia, a ponto de ser hoje o desporto mais popular do país.

Os primeiros sucessos da Finlândia coincidiram com vitórias frente à Itália e à Rússia nos Jogos Olímpicos de Estocolmo, em 1912
Os primeiros sucessos da Finlândia coincidiram com vitórias frente à Itália e à Rússia nos Jogos Olímpicos de Estocolmo, em 1912 ©Bob Thomas/Getty Images

Navegadores britânicos, mercadores e homens de negócio trouxeram o futebol para a Finlândia na década de 1890, mas os professores das universidades finlandesas também desempenharam um papel importante na introdução da modalidade, especialmente em Sortvala. Depois das primeiras regras escritas terem sido traduzidas da língua sueca - sublinhando a relação íntima com os vizinhos escandinavos - foram fundados os primeiros clubes de futebol na viragem do século. Em 1905 foi criado o primeiro campeonato não oficial.

Os contactos internacionais foram desejados desde o início. Em 1906, realizou-se o primeiro jogo internacional na capital finlandesa, entre o Unitas Helsinki e o Sport St. Petersburg, que ganhou por 3-0. Nessa altura o Grão-Ducado da Finlândia pertencia ao Império Russo, tendo feito ainda parte da Suécia.

Em 1907, representantes de seis clubes fundaram a Federação de Futebol da Finlândia (Suomen Palloliitto – Finlands Bollförbund ou SPL-FBF), em Helsínquia. A federação foi aceite como membro da FIFA no ano seguinte. Nessa altura, existiam 15 emblemas no país.

O desporto foi importante no caminho da Finlândia para a independência, que aconteceu em 1917. Devido à natureza rural do país, os desportos individuais predominavam - atletismo no Verão, esqui e patinagem no Inverno. Quando a selecção finlandesa de futebol derrotou a Itália e a Rússia nos Jogos Olímpicos de 1912, realizados em Estocolmo, o seu sucesso foi superado pelas medalhas de ouro conquistadas no atletismo.

O primeiro jogo internacional oficial foi realizado em Helsínquia em 1911, tendo a Finlândia perdido por 5-2 com a Suécia, mas outras selecções europeias visitaram o país nos anos seguintes. No entanto, a guerra civil de 1918 prejudicou o crescimento da modalidade. Todos os clubes que pertenciam ao lado derrotado foram expulsos do movimento desportivo até aos anos 50, quando as equipas de futebol voltaram a ser reunidas pela SPL-FBF.

Em consequência, o número de jogadores inscritos cresceu e o futebol tornou-se o maior desporto do país. A SPL-FBF também acabou por garantir o estatuto de organização reconhecida e subsidiada pelo governo. Devido à falta de experiência dos seus dirigentes e às difíceis condições climatéricas, o futebol sentiu dificuldades para conseguir resultados comparáveis aos dos desportos mais tradicionais.

Devido à dificuldade em praticar o futebol, por causa das complicadas condições climatéricas, a construção em larga escala de grandes recintos, com relvados de grandes dimensões, no início da década de 1970, pode ser considerada um ponto de viragem. A disponibilidade destas infra-estruturas constituiu a deixa para a Finlândia começar a exportar os seus melhores futebolistas, com Aulis Rytkönen, Jussi Peltonen e Arto Tolsa nos primeiros tempos, e Jari Litmanen, Sami Hyypiä e Mikael Forssell entre os talentos que emigraram mais recentemente. O resultado de estarem expostos a campeonatos mais competitivos fortaleceu a selecção nacional e, em consequência, possibilitou o aumento do nível das provas internas - ainda assim, a espera pela presença num grande torneio internacional continua.

Quando a SPL-FBF recebeu o Campeonato Europeu Feminino em 2009, provou não só a capacidade organizativa da federação, como mostrou ainda o grande progresso feito pela versão feminina da modalidade na última década. O número de jogadoras que praticam futebol tem aumentado à razão de dez por cento ao ano, o que deu à Finlândia mais de 32 mil jogadoras inscritas à entrada de 2017. O sucesso da equipa feminina sob o comando de Michael Käld tem sido factor decisivo neste desenvolvimento. Apesar de a equipa não ter passado dos quartos-de-final no UEFA WOMEN'S EURO 2009, o facto é que a primeira vez que o país organizou um grande evento na modalidade provou ser um dos pontos mais altos da sua história futebolística. Sob o comando de Andrée Jeglertz, uma nova geração foi introduzida na selecção nacional feminina, que apurou-se para o UEFA Women's EURO de 2013, mas falhou por pouco a qualificação para a edição de 2017.

A Finlândia tem outra grande competição para se concentrar em 2018, quando organizar o Campeonato da Europa Sub-19 da UEFA nas cidades de Vaasa e Seinäjoki.