Fundamentos para novos sucessos
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
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A nova geração da Bulgária poderá aspirar a chegar ao mesmo nível de Hristo Stoitchkov, Dimitar Berbatov e Stiliyan Petrov.
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A introdução do futebol na Bulgária deve-se a um grupo de estudantes que, acabado de chegar de Istambul, na Turquia, criou a primeira equipa oficial em 1909.
Todavia, o futebol só foi definitivamente organizado a partir de 1 de Janeiro de 1923, data de criação da Federação Nacional de Desportos da Bulgária. No ano seguinte, a Bulgária filiou-se na FIFA e, em 1924/25, disputou-se pela primeira vez o campeonato nacional, no qual participaram seis clubes.
Nessa temporada, o país participou também no primeiro encontro internacional, disputado em Viena, frente à Áustria. Os búlgaros foram derrotados por 6-0 e tiveram de esperar seis anos para celebrar o primeiro triunfo internacional, por 5-3, sobre a Roménia, num encontro realizado em Sófia. Foi o ponto de partida para o primeiro momento de glória, surgido em 1932 quando a selecção ultrapassou Roménia, Jugoslávia e Grécia e ergueu a Taça dos Balcãs.
O ano de 1937 ficou marcado pela criação de uma liga nacional englobando dez equipas, com o campeão a ser determinado, pela primeira vez, pelo número de pontos conseguidos. Seguiu-se uma taça nacional, em 1945 (Taça BFS). Entretanto, em 1954, a Federação de Futebol da Bulgária (BFU) passou a integrar o novo organismo tutelar do futebol europeu, a UEFA.
Por esta altura, a Bulgária estava sob o domínio comunista, não sendo de estranhar que alguns dos maiores clubes representassem vários ramos do Estado. Os exemplos mais visíveis eram o PFC CSKA Sofia, equipa do exército, e o PFC Levski Sofia, clube com ligações ao Ministério do Interior. Só à sua conta, estes dois clubes conquistaram 70 títulos.
Esta tradição de vitória mantém-se viva durante várias décadas, com PFC Beroe Stara Zagora, Spartak Plovidv, Botev Plovdiv, PFC Lokomotiv Sofia, PFC Etar Veliko Turnovo, PFC Litex Lovech, PFC SlaviaSofia e PFC Lokomotiv Plovdiv 1936 a serem os outros únicos a conseguirem vencer o campeonato.
Em 2012, o PFC Ludogorets emergiu no plano interno e venceu cinco campeonatos consecutivos. O clube também reescreveu os livros de história ao chegar duas vezes à fase de grupos da UEFA Champions league.
O sucesso internacional revelou-se bem mais difícil de atingir. A medalha de prata nos Jogos Olímpicos do México, 1968, constitui o ponto alto da selecção búlgara. De qualquer forma, esta já se qualificara sete vezes para o Campeonato do Mundo. Em 1994, nos Estados Unidos, terminou no quarto lugar, depois de eliminar a Alemanha, detentora do ceptro.
O registo no Campeonato da Europa revelou-se menos impressionante e, antes da qualificação para o UEFA EURO 2004, em Portugal, apenas conseguiu marcar presença no EURO '96.
Isso não invalida que a Bulgária tenha produzido grandes talentos individuais. Georgi Asparukhov, terá sido, provavelmente, o melhor jogador de sempre do país. No entanto, a carreira do poderoso avançado do Levksi terminou abruptamente, na sequência de um acidente de automóvel, ocorrido em 1971. Hristo Stoitchkov é, por seu turno, o futebolista mais admirado, enquanto Dimitar Berbatov, recordista de golos, e Stiliyan Petrov, lideraram uma geração de futebolistas talentosos que brilharam nos relvados europeus nos últimos anos.
Stoitchkov destacou-se pela veia goleadora ao serviço do outro grande clube da capital, o CSKA, no final da década de 1980. A sua categoria proporcionou-lhe a transferência para o FC Barcelona, onde viu a fama disparar, ao vencer o título espanhol por quatro vezes consecutivas e a Taça dos Clubes Campeões Europeus em 1991/92. Eleito Futebolista Europeu do Ano em 1994, é um exemplo a seguir pela nova geração de jogadores búlgaros.
O antigo atacante do Bayer 04 Leverkusen, Tottenham e Manchester United, Dimitar Berbatov, tornou-se no jogador com mais sucesso desde a viragem do século, tendo ganho o troféu de Jogador do Ano pelo número recorde de sete vezes. Berbatov tornou-se também o melhor marcador de sempre do país (48).
Stiliyan Petrov não apenas se tornou no jogador mais internacional (106 encontros), mas é agora uma fonte de inspiração para milhares de pessoas depois da sua brava luta contra uma leucemia.
Em 2015, a Bulgária e a BFU organizaram com sucesso a fase final do Campeonato da Europa da UEFA de Sub-17, o primeiro com 16 participantes. Agora, o país e a federação estão ansiosos por receberem a fase final do Campeonato da Europa Feminino de Sub-17, em 2020.
A 17 de Novembro de 2016, a BFU inaugurou a sua nova Casa do Futebol, erguida com a ajuda da UEFA, em Boyana, nos arredores de Sófia. O novo quartel-general inclui três campos, um pavilhão multifuncional, um court de ténis e um hotel. “Este é um dia excepcional para nós. É um sonho que se realiza para mim e para muitas gerações de jogadores búlgaros", disse o presidente da BFU, Borislav Mihaylov, durante a cerimónia de inauguração oficial.