Zinédine Zidane: "Mantive-me sempre fiel à minha filosofia de jogo"
quarta-feira, 5 de setembro de 2018
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Numa entrevista exclusiva para o relatório técnico da UEFA Champions League 2017/18, o treinador Zinédine Zidane, que ganhou três títulos seguidos com o Real Madrid, reflecte sobre as chaves do sucesso.
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Ainda a festa mal tinha acabado nas ruas de Madrid quando Zinédine Zidane anunciou a sua saída do Real Madrid. Foi uma saída em alta, graças aos três títulos consecutivos na competição.
As fundações para este sucesso sem paralelo foram lançadas em 2014, quando ocupou o cargo de treinador-adjunto de Carlo Ancelotti. Após o seu primeiro título, o relatório técnico referia: "O impacto do estreante deve-se em grande parte à gestão humana mais do que a questões tácticas". O próprio Zidane disse: "Tem tudo a ver com união, esforço, companheirismo e, na altura do jogo, qualidade e dar o máximo em campo". Leia alguns excertos da entrevista.
De qual dos três títulos se orgulha mais e porquê?
Todos os títulos foram fantásticos, ainda que por motivos diferentes. O primeiro porque aconteceu na minha estreia como treinador, o segundo por ter sido frente à Juventus, clube que representei, e o terceiro por ter culminando um período excepcional no Real Madrid.
Em 2017/18, eliminaram várias equipas de peso. Qual foi a chave para o sucesso?
Mantive-me sempre fiel à filosofia futebolística que transmitia aos jogadores, não fazendo mudanças drásticas independentemente de qual fosse o adversário.
O jogo frente à Juventus, nos quartos-de-final, foi uma espécie de alerta?
Sem dúvida, pois mostrou a importância de manter a concentração ao máximo e durante o tempo todo, mesmo quando se tem uma vantagem confortável. Pensámos que a eliminatória estava ganha e passámos por dificuldades que eram dispensáveis.
O Liverpool foi uma agradável surpresa na competição. O que pensa do seu estilo de jogo?
É uma equipa de contra-ataque e que pressiona de forma muito intensa, passando rapidamente ao ataque após recuperar a bola. A juntar a tudo isto, é um adversário que nunca desiste.
Em Ronaldo e Sergio Ramos teve dois jogadores extraordinários em extremos opostos do campo. Como avalia o papel de cada um?
São ambos jogadores com bastante energia e influência no plantel. Sergio Ramos é um líder natural e uma presença de peso no balneário, enquanto Cristiano Ronaldo é um líder em campo e que inspira os colegas. Complementaram-se muito bem.
Quais foram as principais lições que aprendeu durante estas três campanhas vitoriosas?
Quando se trabalha com jogadores talentosos e experientes, o mais importante é mantê-los calmos. Era disso que eu precisava quando era jogador, por isso é a abordagem que tento adoptar.
Leia aqui o relatório técnico da UEFA Champions League 2017/18 e a entrevista completa (ambos em inglês)