Fazer crescer o futebol feminino
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
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Levar o futebol feminino a um nível mais elevado juntando federações e clubes neste objectivo foi um dos principais temas do "workshop" do programa KISS da UEFA, realizado em Nyon.
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A UEFA continua fortemente apostada no progresso do futebol feminino em toda a Europa, como demonstra o último "workshop" sob a égide do Projecto de Partilha de Conhecimentos da UEFA (KISS), em especial na procura de maneiras de fazer crescer o futebol feminino e levá-lo a um patamar mais elevado.
A semana do futebol feminino da UEFA, que incluiu os sorteios dos quartos-de-final e das meias-finais da UEFA Women's Champions League e das próximas edições dos Campeonatos da Europa de Sub-17 e Sub-19, não juntou somente os principais representantes do futebol feminino das federações nacionais, mas deu também a oportunidade aos oito clubes envolvidos na prova de introduzirem dados novos na discussão.
O objectivo deste "workshop" foi claro. Os clubes são a base para o crescimento do futebol feminino na Europa e os delegados debateram a forma como as Ligas nacionais podem ser apoiadas e na maneira como se pode desenvolver o jogo a partir daí. O programa KISS decorre de outro protocolo de assistência da UEFA, o "HatTrick", sob o qual o organismo que tutela o futebol europeu apoia as federações no crescimento do jogo dentro e fora do campo.
"É importante que os representantes das federações e dos clubes se encontrem de maneira a partilharem opiniões para fazer crescer o futebol feminino na Europa", disse Karen Espelund, membro do Comité Executivo da UEFA por convite. Foram feitas várias propostas no "workshop" de maneira a estimular a qualidade, sendo duas delas, a título de exemplo, o uso de medidas eficientes em áreas como licenciamento e financiamento.
Estão a ser trabalhados padrões mínimos para três patamares de desenvolvimento. Critérios como a gestão, marketing e assuntos desportivos estão a ser elencados entre "obrigatório ter" e "desejado ter" para os três níveis de crescimento – as federações líderes no futebol feminino, aquelas que estão no patamar abaixo e que aspiram a chegar ao topo e, por fim, as que estão ainda num estágio inicial de desenvolvimento. Algumas medidas poderão ser implementadas de imediato, com objectivos mínimos a serem definidos para entrada em vigor em 2016.
A abordagem da UEFA para o desenvolvimento dos clubes, fundamental na estratégia para o crescimento do futebol feminino, deverá ser centrada na perspectiva usada pelos clubes e pelas Ligas, disse Espelund. "O papel da UEFA é alinhar as principais linhas de acção actuais e de futuro com o objectivo estratégico e ajudar as federações no reforço das estruturas dos seus clubes."
"Este 'workshop' sob a égide do programa KISS da UEFA possibilitou às federações a plataforma para um trabalho conjunto e serviu de guia para o desenvolvimento do futebol feminino na Europa", acrescentou.
Três federações nacionais – Inglaterra, Finlândia e Alemanha – fizeram apresentações no evento. A Federação Inglesa de Futebol (FA) destacou o sucesso da Super League feminina no aumento do nível do futebol entre as mulheres. A Federação Finlandesa de Futebol (SPL-FBF) mostrou como a visão e a estratégia assentes em anos de implementação fizeram do futebol o desporto colectivo mais popular do país a nível feminino, com 26 mil jogadoras federadas e 300 clubes. A Federação Alemã de Futebol (DFB) – uma das principais referências no futebol feminino – explicou, entre outras coisas, a necessidade de haver um projecto, objectivos claros e propostas efectivas de maneira a potenciar o crescimento do jogo.
Este encontro de clubes e federações em Nyon foi muito bem recebido. "É uma excelente ideia juntar clubes e federações. É muito importante poder aprender com outros países, maneiras de desenvolver aspectos vários e nós, na Alemanha, estamos a implementar muitas ideias vindas de outros países", disse Heike Ullrich, líder do departamento do futebol feminino da DFB.
"Espero que seja claro agora que é importante ter clubes fortes" acrescentou a sueca Susanne Erlandsson, primeira vice-presidente do Comité de Futebol Feminino da UEFA. "Com clubes fortes, pode-se ter boas condições para as jovens jogadoras crescerem. Espero que também as federações estejam conscientes da importância de terem campeonatos competitivos e clubes fortes. Aqui na Europa, construímos tudo com base nos clubes. Vamos ter licenciamento de clubes, de maneira a termos a certeza que as condições para jogadoras, treinadores e gente do marketing é boa nos clubes, pois, caso contrário, não chegaremos a patamares mais elevados."