Árbitras dão cartas no futebol masculino
sexta-feira, 18 de dezembro de 2020
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Stéphanie Frappart fez história na UEFA Champions League este mês, ao tornar-se na primeira árbitra a dirigir um jogo da competição, mas não é a única a quebrar barreiras.
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Stéphanie Frappart fez história na UEFA Champions League no início de Dezembro, quando se tornou na primeira mulher a arbitrar um jogo da competição.
A nomeação fez manchete a nível mundial. Para a UEFA não foi nada de extraordinário, pois a escolha baseou-se na reputação de Frappart como uma das melhores árbitras europeias. Mas a francesa não é a única mulher a actuar regularmente no jogo masculino.
A ucraniana Kateryna Monzul já arbitrou na presente edição da UEFA Nations League e da UEFA Europa League, enquanto o duelo entre Gent e Liberec, em Novembro, assinalou o primeiro jogo masculino de uma prova da UEFA em que a árbitra foi acompanhada por duas árbitras-assistentes: Oleksandra Ardasheva e Maryna Striletska.
Uma abordagem de sucesso
"As nomeações são feitas com base no mérito e estas mulheres merecem ser elogiadas pelo trabalho árduo e dedicação que as fez chegar a este nível", diz Roberto Rosetti, responsável pela arbitragem da UEFA.
"A escolha de árbitras para competições masculinas já não deve ser visto como algo surpreendente, pois nos últimos anos a UEFA tem-se esforçado para desenvolver a igualdade entre árbitros e árbitras em toda a Europa. O que agora vemos prova que essa abordagem está a funcionar".
Mulheres ao mais alto nível
Para além das árbitras, também as árbitras-assistentes estão a ganhar experiência ao mais alto nível no futebol masculino.
Por outro lado, o fim da carreira não significa o fim do envolvimento na modalidade. Basta ver o caso de Bibiana Steinhaus, que este ano encerrou a carreira e agora desempenha de forma regular a função de video-árbitro em jogos da Champions League.
No que toca ao futsal, também se fez história recentemente, quando as russas Irina Velikanova e Tatiana Boltneva participaram no jogo da UEFA Futsal Champions League entre United Galati e Dolphins Ashdod, sendo a primeira dupla feminina de árbitras num jogo de uma competição masculina de futsal da UEFA.
Como a UEFA desenvolve as árbitras na Europa
Este notável progresso na garantia da igualdade de oportunidades para árbitros, sejam homens ou mulheres, é fruto de uma estratégia a longo prazo da UEFA, que começou após Nicole Petignat se tornar na primeira mulher a dirigir um jogo masculino, em 2003, na ronda preliminar da Taça UEFA.
Desde 2013, mulheres juntaram-se a homens nos cursos de arbitragem de Verão e Inverno da UEFA, cujos testes físicos, formação e sessões educativas pretendem ajudá-los a prepararem-se para a acção ao mais alto nível.
"Estamos encantados com a forma como árbitros e árbitras têm respondido ao desafio", diz Rosetti. "São incrivelmente profissionais na sua preparação e ao longo dos anos, com a nossa ajuda, os seus índices físicos desenvolveram-se ao ponto de, actualmente, estarem tão bem preparados quanto os jogadores. Temos muito orgulho neles", concluiu o dirigente.